domingo, 6 de dezembro de 2020

Bolo de Capa Dourada

 

Bolo de Capa Dourada

 
Farinha - 130 grs.
Açúcar - 125 grs.
Miolo de Amêndoa - 125 grs.
Manteiga - 125 grs.
Claras de Ovos - 12
Gema de ovo - 1
Fermento em pó - 1 colher de sopa rasa
Creme dourado - receita seguinte
 
Bate-se a manteiga amolecida em banho-maria juntamente com o açúcar, a gema de ovo e uma das claras até engrossarem. Adiciona-se-lhe a amêndoa, previamente pelada e bem pisada e depois a farinha peneirada com o fermento, pouco a pouco, batendo sem parar até a massa ficar muito bem ligada.
Batem-se as claras em castelo muito firme e envolvem-se no preparado, levemente, sem tornar a bater.
Vai a cozer em forno moderado em forma untada e forrada. Depois de arrefecer cobre-se com o creme.
 
Creme Dourado
 
Açúcar - 180 grs.
Manteiga sem sal - 100 grs.
Gemas de ovos - 5
Baunilha em pó - 1/4 [um quarto] de colher de café

Ferve-se o açúcar com 2 dl. de água até ponto de espadana. Tira-se, deixa-se amornar, juntam-se as gemas já batidas e volta a lume muito brando, mexendo continuamente até querer levantar fervura.
Retira-se do lume e bate-se com a manteiga e a baunilha. Emprega-se imediatamente.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Castanhas de Ovo de Viseu

Receitas de Cozinha e Doçaria Portuguesa - Colecção das receitas premiadas no Concurso de Cozinha e Doçaria Portuguesa
realizado em 1962 com a colaboração da RTP - edição da Secretaria de Estado da Informação
e Turismo: Direcção-geral do Turismo. Lisboa, Editora Panorama: 1971 - p. 87/88

2º Prémio

 Castanhas de Ovos de Viseu
Alda de Azevedo Perdigão de Almeida Dias Branco Rodrigues
 
250 g. de açúcar pilé
20 gemas de ovos

Põe-se o açúcar em ponto de rebuçado. Deixa-se esfriar um bocado. Juntam-se-lhe as gemas, que já devem estar levemente batidas, e leva-se novamente ao lume, mexendo de um lado para o outro. Sabe-se que a massa está cozida quando se despega do tacho.
Tira-se a massa do tacho e deixa-se arrefecer completamente, podendo mesmo deixá-la de um dia para o outro.
Tendem-se as "castanhas" com um pouco de farinha, untando-as com gema de ovo previamente misturada com umas gotinhas de água, fazendo uns riscos com as costas de uma faca.
Assam-se em lume forte de brasas, espetadas num pau fininho, que pode ser de espeto de palmeira.

Receitas de Cozinha e Doçaria Portuguesa


 Este livro já é um pequeno clássico, que conheceu duas edições - em 1971 e 1972 - e resulta de um concurso de Cozinha e Doçaria Portuguesa realizado em 1962 pela RTP.

Receitas de Cozinha e Doçaria Portuguesa - Colecção das receitas premiadas no Concurso de Cozinha e Doçaria Portuguesa realizado em 1962 com a colaboração da RTP - edição da Secretaria de Estado da Informação e Turismo: Direcção-geral do Turismo. Lisboa, Editora Panorama: 1971

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Fábrica Indústria Nacional da Pampulha de Bolachas e Biscoitos

Fábrica Indústria Nacional da Pampulha de Bolachas e Biscoitos
Le Panthéon de l'industrie : journal hebdomadaire illustré: 01 de Agosto de 1892
Informação complementar no blog Restos de Colecção: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2016/09/fabrica-de-bolachas-da-pampulha.html

Companhia Nacional de Conservas de Lisboa


 E do mesmo periódico, a Companhia Nacional de Conservas de Lisboa.
Le Panthéon de l'industrie : journal hebdomadaire illustré: 01 de Agosto de 1892

Link BNF:
http://catalogue.bnf.fr/ark:/12148/cb32831811r

Fábrica Popular de Bolachas e Biscoitos de Lisboa


 E do mesmo periódico, a Fábrica Popular de Bolachas e Biscoitos de Lisboa.
Le Panthéon de l'industrie : journal hebdomadaire illustré: 01 de Agosto de 1892

Link BNF:
http://catalogue.bnf.fr/ark:/12148/cb32831811r

Licores e Xaropes da Fábrica Âncora.



 Retirado de um jornal francês, eis a história da célebre fábrica de licores e xaropes "Âncora". Muito interessante de ler.

Le Panthéon de l'industrie : journal hebdomadaire illustré: 01 de Agosto de 1892
Informação complementar no blog Restos de Colecção: https://restosdecoleccao.blogspot.com/2019/07/fabrica-ancora-de-licores.html

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Distribuição de ração quente a soldados portugueses entrincheirados


 Distribuição de ração quente a soldados portugueses entrincheirados

Five soldiers are standing in a trench. The trench is relatively wide and more than a person deep. Along the right side it is topped by tall grasses and bushes and lined with duckboards. The other side of the trench is open and lined with sandbags. The bottom of the trench is covered with duckboards of varying heights and one of the soldiers is standing on one of these platforms. Two of the soldiers have vats or canteens on their backs while another soldier ladles liquid out and into his mug. Due to the distance and amount of soldiers involved on the Western Front, hot food was difficult to distribute and at the whim of any disruption. [Original reads: 'OFFICIAL PHOTOGRAPHS TAKEN ON THE BRITISH WESTERN FRONT. Portuguese in the trenches. Arrival of hot rations.']

National Library of Scotland: https://digital.nls.uk/74547112

Cozinha das Tropas Portuguesas na Grande Guerra


Cozinha das Tropas Portuguesas na Grande Guerra

The photograph is dominated by a kitchen unit on carriage wheels. Although this piece of equipment looks more like an engine it is in fact comprised of different types of ovens, grills and 'bain maries'. The doors and lids are all clearly visible. One of the soldiers is leaning up against the edge of the van while another soldier is leaning across the wheel to peer into one of the pots. Three other soldiers are standing around looking on. The landscape is dusty and sunny with small bushes framing the horizon. This photograph shows that regardless of the nationality of the army, the logistics faced and services required by the soldiers were the same. [Original reads: 'OFFICIAL PHOTOGRAPHS TAKEN ON THE BRITISH WESTERN FRONT. Portuguese cooks.']

National Library of Scotland: https://digital.nls.uk/74547092

domingo, 15 de novembro de 2020

Peixe ao Sal da Cunhada Raquel

Peixe ao Sal

Cobrir a parte de baixo do tabuleiro com sal [se usarem o tabuleiro de metal que normalmente vem com os fornos, sugiro forrar primeiro com papel de alumínio e só depois colocar o sal].

Colocar o peixe [Robalo ou Dourada ficam excelentes; cuidado que o peixe poderá ser limpo por dentro mas aconselha-se a não tirarem as escamas para que não fique depois demasiado salgado]. Ter atenção que se deve encerrar a barriga do dito, com um palito ou linha (para não entrar sal para o interior).

Cobrir o peixe com sal (se a cabeça ficar menos bem tapada não faz mal).

Forno a 180º graus, 40 a 45 minutos. [Eu coloquei com ambas as resistências ligadas, a superior e a inferior, e o tabuleiro sensivelmente a meio.]

Pode aromatizar-se o sal, se quiserem, com raspas de lima, limão ou especiarias [eu coloquei sumo de meio limão por cima e uma mistura de "ervas de Provence"].

sábado, 14 de novembro de 2020

Batatas Fritas para Chá ou Café com Leite

O Cozinheiro, Confeiteiro e Licorista Moderno. Lisboa -
Na Typ. de Mathias José Marques da Silva, 1848, p. 238

Batatas Fritas Para Chá ou
Café Com Leite

Descascadas as batatas grandes e brancas parti-as em rodas delgadas; derretei manteiga de vaca, misturando-lhe duas colheres de azeite; frigi as batatas até o ponto de ficarem duras, tesas, e louras; escorrei-as bem sobre peneiro de cabelo, e quando secas servi-as em lugar de biscoito; quentes, ou frias é um excelente substituinte de fatias torradas.

Nova aquisição: O Cozinheiro, Confeiteiro, e Licorista Moderno

O Cozinheiro, Confeiteiro e Licorista Moderno. Lisboa -
Na Typ. de Mathias José Marques da Silva, 1848 - 328 pag
 
No dia 13 de Novembro consegui adquirir, para a biblioteca do Blog, este maravilhoso livro de 1849, intitulado O Cozinheiro, Confeiteiro, e Licorista Moderno, publicado em Lisboa pela Tipografia Mathias José Marques da Silva. A obra resulta de uma espécie de "o melhor da" Arte da Cozinha, de Domingos Rodrigues, que conheceu múltiplas edições com inúmeros acrescentos, a saber e disponíveis na Biblioteca Nacional Digital:
 
 
 
 
É uma obra incontornável na história da gastronomia portuguesa... quem sabe se um dia não fará também parte da biblioteca do Blog.
 
Divirtam-se!

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Um Pouco de Etiqueta


 

Toucinho do Céu com Toucinho da Terra


Carlos Bento da Maia, Tratado Completo de Cozinha e de Copa,
edição de 1904. pag. 652

 Toucinho do Céu Com Toucinho da Terra

Toucinho fresco - 100 gr.
Farinha de trigo - 100 gr.
Açúcar pilado - 1000 gr.
Gemas de ovos - 20 (300 c3)
Claras - 2 (50 c3)
Vidrado de limão finamente ralado - 1
Canela em pó - 10 gr.
Miolo de pão ralado - q.b.
Açúcar para polvilhar - q.b.
 
Toma-se o toucinho, sem o coiro, corta-se em pedaços e passa-se pela máquina de picar tantas vezes quantas sejam necessárias para ficar em polpa fina. Dissolve-se o açúcar em metade do seu peso de água e leva-se ao lume, até que a calda chegue a ponto de espadana. Nesta calda deita-se uma mistura intima da polpa de toucinho com a farinha, mexe-se bem e deixa-se ferver um pouco, tira-se depois do lume, incorporam-se as gemas de ovos bem ligadas com as claras, o vidrado do limão e a canela. Leva-se novamente a massa ao lume a levantar uma pequena fervura, mexendo sempre com uma colher de pau, para não deixar pegar a massa.
Se a massa estiver em consistência conveniente, deita-se numa fôrma bem untada com manteiga e polvilhada com farinha e leva-se ao forno a cozer, resguardando bem a massa do excesso de calor. Se a massa estiver branda, pode levar-se à consistência devida pela adição de miolo de pão ralado e peneirado.
Depois de cozido o bolo, que deve ter a forma de queijo, polvilha-se com açúcar refinado ou unta-se com massa de açúcar ligado com sumo de limão (verniz para doces).

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Bacalhau à Daniel

Bacalhau à Daniel

Deita-se bastante cebola às rodas numa frigideira com suficiente azeite a ferver e, quando este principiar a estalar, juntam-se batatas cozidas partidas aos bocados, e deixa-se ferver até ficarem loiras. Deita-se então o bacalhau cozido e partido às lascas, pimenta e salsa picada, ficando a ferver durante algum tempo. Coloca-se depois num prato coberto, conservando-o bastante tempo ao calor do lume.

Um pouco de etiqueta


 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Cozinha Comigo, com Joaquim Amaral

 


Hoje não vos trago uma receita mas um conjunto delas. Este projecto, Cozinha Comigo, tem à sua frente um querido primo (filho de um irmão da minha Avó Eduarda, que todos vocês já conhecem), o Joaquim Amaral. 

De forma descomplicada, didáctica e acessível a todos, o Amaral leva-lhe a cozinhar, "em tempo real", autênticas memórias de sabores. Veja por si mesmo... e delicie-se!

Subscreva a página Cozinha Comigo nas diferentes plataformas (ou conjugue Instagram/Facebook com Youtube) pois é usual o Amaral apresentar-lhe a lista de compras e o material necessário à iguaria que vai ser preparada no dia seguinte, para que assim não lhe falte nada para a feliz execução da receita:

Youtube: Cozinha Comigo no Youtube 

Instagram: Cozinha Comigo no Instagram

Facebook: Cozinha Comigo no Facebook 

Twitter: Cozinha Comigo no Twitter


segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Taças de Laranja


Taças de Laranja
 
Ingredientes:
1 litro de leite
100 g. de açúcar
4 gemas
50 g. de farinha
a casca ralada de 2 laranjas
um cálice de Cointreau

Para guarnecer:
gomos de laranja pelados
120 g. de açúcar

Preparado - Bater muito bem as gemas com o açúcar numa caçarola. Quando se apresentar homogénea e macia esta mistura, um pouco espumosa, acrescentar a casca ralada de laranja (só o vidrado, sem a parte branca) e a farinha. Continuando a mexer, de preferência com as varas, juntar também o leite quente, pouco a pouco. Levar a lume brando, sempre batendo com as varas até ferver. Retirar a caçarola do lume, sempre mexendo, deixar amornar e acrescentar o Cointreau. Pelar ao vivo os gomos de laranja e mergulhá-los nos 120 g. de açúcar que se leva a ponto de caramelo. Decorar cada tacinha com os gomos de laranja e algumas folhinhas de laranjeira, se for possível arranjar. Salpicar com o resto do caramelo, endurecido e depois ralado.
Manter no frigorífico até ao momento de servir.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Broas de Milho

 

Eis que foi adquirido num leilão mais um dossier de receitas manuscritas e recortes de imprensa, vindo sabe Deus de onde. De doces a salgados, muito se pode encontrar nesta recolha.

Começo hoje por vos mostrar a receita de Broas de Milho. Espero que gostem...

 

Broas de Milho
 
Açúcar - 2 chávenas
Banha - 1 colher de sopa
Canela - ao gosto
Farinha de milho - 2 chávenas
Farinha - 2 chávenas
Limões - raspa de 1
Manteiga - 1 colher de sopa
Ovos - 4

Peneiram-se as farinhas, juntam-se-lhe os outros ingredientes (por vezes tem de juntar mais ovos) e depois de amassados tendem-se as broinhas que se levam ao forno em tabuleiro untado e polvilhado de farinha para cozerem.

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Trufas de Chocolate

 Trufas de Chocolate

Dissolva 100 gr. de chocolate em banho-maria com 100 gr. de açúcar inglês, e 50 gr. de cacau. Deixe arrefecer e junte 100 gr. de Vaqueiro cortada em bocadinhos e 1 gema de ovo.
Faça bolinhos do tamanho duma noz, passe-as por cacau e sirva em caixinhas de papel frisado.

Menús de Outrora

Num dos livros de receitas manuscritas que foi arranjando por aí, entre leiloeiras e alfarrabistas, encontrei este menú de um casamento acontecido na Quinta da Fonteireira, a 15 de Agosto de 1966, e servido pela maravilhosa casa Benard, de Lisboa, ainda hoje em funcionamento em plena Rua Garrett, no Chiado.
 
Segundo pesquisas efectuadas, consegui apurar que se trata do casamento de "D. Maria da Conceição Ulrich Pinto Basto, Senhora da Quinta da Fonteireira, casou-se na Capela dessa Quinta, a 15 de Agosto de 1966 com Rui Gonçalo José Eduardo de Sousa do Vale Peixoto e Vilas, 5.º Senhor da Casa da Guilhomil, do qual teve quatro filhos". 

D. Maria da Conceição Pinto Basto era filha única de António Gomes da Silva Pinheiro Ferreira Pinto Basto, político e empresário português, com Maria Luísa do Casal Ribeiro Ulrich.

Arroz de Tomate (em quantidade incerta), poema-receita de Ana Luísa Amaral


 Muito obrigado FAD!

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Singelezas

 Singelezas

 
Deitem-se em uma terrina 300 gr. de açúcar, juntem-se-lhe 4 ovos e meia casca de limão ralada, bate-se tudo por espaço de vinte a vinte e cinco minutos.
Logo que a massa estiver bem lisa, deite-se em formazinhas de folha, untadas com manteiga e polvilhadas com fécula de batata, salpique-se de açúcar em pó, e leve-se a um forno moderado.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Arroz de Bom Bocado

Arroz de Bom Bocado

Meio quilo de açúcar em ponto baixo, juntam-se-lhe 125 g. de arroz cozido em água e escoado por um peneiro e ferve algum tempo. Junta-se-lhe um pau de canela.
Tira-se do lume e mistura-se-lhe 12 ou 15 gemas e volta a ferver para tomar ponto, mas mexendo sempre.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Bolinhos d'Amor


Bolinhos d'Amor
 
Põe-se 250 gr. de açúcar em ponto de espadana, e logo se lhe deita outras 250 gr. de amêndoa bem pisada. Depois de ferver bastante tira-se do lume, e em esfriando juntam-se-lhe 8 gemas de ovos batidas e 2 pitadas de canela e misturando-se tudo bem, volta depois ao lume para ferver mais um bocado, não esquecendo mexer sempre, tira-se do lume, e logo que a massa arrefeça, fazem-se os bolinhos pondo-se em latas pulverizadas de farinha, vão ao forno a alourar.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Ovos Esfarrapados

 

 Ovos Esfarrapados
 
Se tiver um pedaço de carne, bacalhau ou outro peixe cozido, desfie-o o melhor que puder com um garfo. Em seguida deite-lhe ovos batidos, tantos quantos lhe parecerem necessários, salsa e cebola picadas, sal e pimenta. Depois de muito bem misturado e batido, deite tudo numa frigideira que já deve estar ao lume com azeite a ferver.
Mexem-se muito bem os ovos, que se não deixam passar demasiado. Tiram-se então do lume e servem-se acompanhados de batatas fritas.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Arroz Doce de São Tomé (retirado do livro Cozinha e Doçaria do Ultramar Português)

Cozinha e Doçaria do Ultramar Português: Coordenação de M. A. M.
Agência-Geral do Ultramar. Lisboa: 1969

 
Emprestaram-me este livro, que conhecia de capa embora não fazendo parte da Biblioteca do Blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda, e achei interessante digitalizar as receitas de Doces dos países que anteriormente fizeram parte da nossa geografia ultramarina.
Aqui fica um livro que pretenderei adquirir assim que encontrar um exemplar.
 
Inicio a amostra com uma espectacular receita de Arroz Doce de São Tomé e Príncipe:

Cozinha e Doçaria do Ultramar Português: Coordenação de M. A. M.
Agência-Geral do Ultramar. Lisboa: 1969. p. 31

Arroz Doce de S. Tomé


 Arroz, 125 gramas; açúcar, 500 gramas; polpa de côco ralada, 50 gramas; gemas de ovos, 20.
 
Põe-se o açúcar ao lume com um pouco de água e quando em ponto de pasta junta-se o arroz já cozido em água, que deve estar bem tenro mas inteiro e seco. Deixa-se ferver um bocadinho, acrescenta-se-lhe o côco ralado, e quando o açúcar volta a ponto de pasta retira-se do lume. Deixa-se esfriar um pouco adicionando-se-lhe as gemas batidas e volta ao lume a cozer os ovos (sem ferver) até ficar com a consistência de "ovos moles".

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Castanhas de Ovos

 

 Castanhas de Ovos
 
 Um arrátel (459 gramas) de açúcar em ponto de pasta, deixa-se esfriar um pouco, e juntam-se-lhe 24 gemas de ovos batidos e mexe-se sempre sobre o fogo, para não queimar; em estando bem sólido, em consistência de se poderem tender as castanhas, tira-se do fogo e fazem-se nas palmas das mãos bem untadas com manteiga, arrumam-se em latas untadas, e fazem-se uns risquinhos com os dentes dum garfo, e com um pincelinho se cobrem com gema de ovo.
Quem quiser juntar ao açúcar meio arrátel (c. 230 gramas) de amêndoas bem pisadas e deixa-se ferver-se por um bocado, antes do ponto ter subido muito.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

Guida Cândido, A Vida Secreta da Cozinha Portuguesa

Guida Cândido, A Vida Secreta da Cozinha Portuguesa.
Lisboa: Publicações Dom Quixote. Abril de 2020. 1ª Edição

 
 Guida Cândido, "autora de livros, artigos científicos e publicações na sua área de investigação, nomeadamente A nossa mesa: receituário gastronómico da Figueira da Foz; Coração, Cabeça e Estômago: uma tertúlia figueirense e, mais recentemente, Five Centuries of Portuguese Cuisine e Cinco Séculos à Mesa e Comer Como Uma Rainha, acaba de lançar mais um extraordinária obra intitulada: A Vida Secreta da Cozinha Portuguesa: Como nasceram os pratos tradicionais portugueses.

Ao longo de perto de 300 páginas, somos levados pelo que temos, enquanto Povo, de mais reconhecível no imaginário gastronómico português. 
 
Numa linguagem clara, despida de floreados, Guida Cândido contextualiza, descreve, aponta direcções, suposições e certezas. Ao longo de perto de 300 belíssimas páginas, com um suporte documental e de investigação sério e reflectido, somos levados a provar, em garfadas saborosas, a história das Ameijôas à Bulhão Pato, mas também das Sardinhas; somos metidos numa máquina do tempo até às Pataniscas de Bacalhau do Séc. XVIII ou ao Bacalhau à Gomes de Sá de 1949; à beira-rio apanhamos Lampreias ou vamos ao açougue para arranjar o necessário para fazermos um Cozido à Portuguesa ou o 4 vezes secular Ensopado de Borrego; das velhas quintas portuguesas, e em épocas da Matança do Porco, ficamos a saber porque há Carne de Porco à Alentejana ou porque o Leitão Assado já é tradição desde o séc. XVII; mas nisto há quem não goste de matar mas não diga que não a uma Cabidela de Setecentos, antecedida por um Caldo Verde ou umas Favas Guisadas; para os que não gostam de Cabidela, propõe-se o Arroz de Camarão à moda de 1715 ou o madeirense Milho Frito. No fim, e falando em doces, a variedade também não acaba: Aletria, Arroz-doce, Bolo-Rei - o Natal já espreita - o Leite-creme ou os Pastéis de Nata, entre muitas outras soluções.

Todos estes pratos têm a sua História, a sua origem, a sua marca regional. Guida Cândido ensina-nos tudo isso e dá-nos a receita bem actualizada e acompanhada por espectaculares fotografias ou não fosse a Guida uma mulher de gosto requintado e uma food stylish/fotógrafa de excepção.

É um livro, sem qualquer reserva, a comprar e a ler... porque os olhos, definitivamente, também comem!

Pão de Ló


Pão de Ló
 
250 gramas de açúcar
250 gramas de farinha triga
12 ovos inteiros, muito bem batidos com o açúcar, depois junta-se-lhe a farinha, logo se untão levemente formas com manteiga, e vai ao forno, calor regular, experimentando-se com um pauzinho quando está cozido.
Quem quiser bota raspa de limão, ou pitada de canela,
 
Este bloquinho de receitas foi redescoberto, entre outra tanta papelada, na casa dos meus bisavós e avós maternos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Pudim Francês na Silampos [panela de pressão]

 


Pudim Francês na
Panela de Pressão

Todos os pudins cozidos em 'banho-maria', que requerem uma hora de cozedura em tacho ou panela vulgar, deverão apenas cozer na Silampos durante 10 minutos, com pouca água e em forma bem tapada.
(Não tire a válvula nem a tampa da Silampos sem esta ter arrefecido completamente porquanto, se o fizer, o vapor que sai levantará a tampa da forma e a água entrará no pudim).

Pudim Francês 
6 gemas de ovo, 1 clara, 250 grs. de açúcar, 1 colher de farinha - 1/4 de leite e 1/2 cálice de vinho do Porto. 
Bata o açúcar com as gemas. Desfaça a farinha num pouco de leite. Coe. Junte agora às gemas o açúcar e, em seguida, ao restante leite, que deverá estar morno, e ao vinho do Porto. 
Deite tudo dentro duma forma já barrada com o açúcar queimado. Tape a forma. Meta-a agora dentro da Silampos, em banho-maria até meio da forma. Feche a Silampos. Deixe ferver durante 20 minutos. Abra a Silampos. Desenforme o pudim em frio. Sirva.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Dos lugares à mesa em 1898

Jornal para todos / ed. resp. José Pinto
de Campos. - A. 1, nº 1 (1 jul. 1898)

Calda Francesa para Peixe e Sorvete de Leite

Jornal para todos / ed. resp. José Pinto de Campos. - A. 1, nº 1 (1 jul. 1898)

Calda Francesa para Peixe

Põe-se a ferver, a fogo lento, meio litro de leite, em que se tenha desfeito bem uma colher de sopa de farinha de trigo muito fina e adicioná-las 40 a 50 gramas de boa manteiga. Quando tenha tomado uma consistência regular, sirva-se quente para molho de pescada cozida, salmão, tainha, etc.

Sorvete de Leite

Leite - 1 litro
Açúcar - 360 gramas
Gemas de ovos - 4
Claras de ovos - 1
Uma pequena rodela de casca de limão

Deitam-se numa terrina os ovos, gema e clara, o açúcar, em seguida, com uma colher mistura-se tudo com o leite, faz-se ferver com o limão, mexendo sempre, até que o creme de agarre à colher; passa-se depois por uma peneira muito fina, deixa-se arrefecer e por fim coloca-se tudo na sorveteira.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Doce de Maçã


Doce de Maçã

 
500 gr. de maçãs descascadas e sem pevides, 350 gr. de açúcar, sumo de limão e 2 claras em nuvem. Partem-se as maçãs às rodas e deitam-se numa forma de ir ao forno, em camadas polvilhadas de açúcar, reservando umas 50 gr. para bater com as claras e sumo de limão.
Deitam-se as claras batidas sobre a maçã e leva-se tudo ao forno.
 

- No dia em que minha Mãe comemora o seu 70º aniversário, uma receita da sua Avó (e minha Bisavó) Maria das Dores.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Pêras Bêbadas do livro de receitas da Associação Bagos d'Ouro

 

AAVV. Receitas Bagos d'Ouro - Um livro para saborear do princípio ao fim. Write On Edição Lda. 2011

Em 2010, nasceu a Associação Bagos d'Ouro "com a missão de promover a educação de crianças e jovens do Douro, que vivem em situação de carência económica, como forma de inclusão social no território". E com ela nasceu este livro. Uma recolha de receitas, junto de mais de uma vintena de chef's, em que a Região Demarcada do Douro está presente em todas elas.
 
Graficamente o livro é irrepreensível, as receitas são, na sua maioria, acessíveis e vão desde entradas, a pratos de carne, de peixe, sopas e sobremesas. É um belo objecto que merece a sua aquisição. Custa apenas €6 e pode ser adquirido aqui: https://dott.pt/pt/products/livro-de-receitas-associacao-bagos-douro-8aafc03e-d980-44d5-b7b4-99eb5eaf6fbb
 
Sobre a Associação Bagos d'Ouro, a sua história, o que fazem e outras formas de ajudar, podem visitar o seu site aqui: https://www.bagosdouro.com/
 
 Como receita demonstrativa, escolhi uma coisa que adoro e que nunca fiz... quem sabe se não é agora?



 Pêras Bêbadas

 

Para 8 pessoas:
8 pêras grandes descascadas
0,75 lt. de vinho tinto
350 de açúcar amarelo
1 cálice de Vinho do Porto
4 paus de canela
1 laranja
1 colher de mel de rosmaninho e eucalipto.
 
Introduza as pêras numa caçarola funda envolvendo o sumo da laranja.
Adicione o vinho tinto, junte o pau de canela, o açúcar e a casca de laranja. Deixe cozer em lume brando até ficarem macias. Quando estiverem prontas retire com cuidado para uma taça. Mantenha no lume o vinho com o açúcar e o mel até a calda apresentar um aspecto de xarope. Nessa altura, retire o molho do lume e derrame sobre as pêras.
 
Receita da Chefe Isabel Pedroso

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Doce de Ginjas


 Doce de Ginjas


Tiram-se os pés e caroços às ginjas, metem-se em água fria, e depois metem-se em água a ferver; aonde lhe deixarão dar uma fervura, tiram-se, e lavam-se em duas águas frias, e deitam-se em açúcar em ponto de pluma, aonde se deixam ferver 3 ou 4 minutos: um arrate (=arrátel, sensivelmente 459 gramas) para cada arrate de ginjas.

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Pudim de Ovos

 


Pudim de Ovos

1 arrate (=arrátel, sensivelmente 459 gramas) de açúcar em ponto de espadana; tira-se do lume, deita-se-lhe um bocado de manteiga, desfaz-se bem, deita-se-lhe canela, e 15 gemas de ovos bem batidas, leva-se ao lume até engrossar alguma coisa e vai ao forno.


Agradeço ao JAB a cedência da digitalização do livro de receitas de onde foi retirada está receita.

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Queijinhos de Batata (para chá)

 

 Queijinhos de Batata
(para chá)

 

50 gr de açúcar em ponto de pasta deita-se-lhe 2 onças [125 gr.] de amêndoa pisada, meio arratel [250 gr.] de batata [cozida e] bem ralada e 5 gemas de ovos. Depois de tudo bem mexido volta ao lume, até estar uma massa bem seca. Tira-se do lume deita-se numa travessa a arrefecer e quando está bem fria fazem-se os queijinhos, cobrindo-se com açúcar, depois deixam-se secar ao ar e só no dia seguinte se podem servir.

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Pastéis de Morango da Quinta de Passos

 

Do livro de receitas da Quinta de Passos

Pastéis de Morango

 
Recheio: 150 g de morango, 150 g de açúcar e uma chávena das de café cheia de água. Vai tudo ao lume até ferver e passa-se pela peneira.
Massa: 4 gemas, 50 g de manteiga, 50 g de açúcar e 125 g de farinha.
Amassa-se tudo muito bem e se não ligar bem deita-se-lhe mais uma gema.
Vai em formas ao forno para alourar. Recheia-se depois pondo uns morangos dentro das formas e depois o recheio.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Bom Bocado

 

Revista Eva,26 de Dezembro de 1925

Bom Bocado


Batem-se seis claras em castelo e junta-se-lhes seis gemas, batendo tudo muito bem. Com 250 gramas de açúcar faz-se uma calda bem grossa deitando-se um pau de canela; deixa-me arrefecer e liga-se com os ovos batidos. Adicioná-las duas colheres de manteiga fresca, um pouco de queijo ralado, um pires de côco também ralado e meio pires de farinha de trigo, batendo-se sempre todos estes elementos. O pau de canela tira-se e untando uma forma com manteiga vai a forno brando.

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