domingo, 28 de fevereiro de 2021

Torradas do Porto

AAVV. Cozinha Portuguesa ou Arte Culinária Nacional. Imprensa Académica, Coimbra: 1902. pág.218

Torradas do Porto

Batem-se quatro claras de ovos com duzentas e cinquenta gramas de açúcar; acrescentam-se cento e vinte cinco gramas de farinha de trigo e outro tanto de amêndoas doces descascadas e picadas. Formam-se, depois de tudo bem amassado, pequenas rodelas, que vão em latas a forno brando.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Sorvete de Leite

O Domingo: 03 de Janeiro de 1904

Sorvete de Leite

Deite-se num tacho 12 gemas de ovos e 500 gramas de bom açúcar refinado e com uma faca de marfim bate-se muito bem com os ovos.
Passam-se 7 decilitros de leite por uma toalha que não seja muito tapada e assim passado, junte-se com os ovos e açúcar, batendo-se tudo com a faca.
Põe-se o tacho sobre o lume, mas não se deixa ferver e logo se tira para fora, mexendo-se sempre até ganhar corpo, os ovos, o leite e o açúcar, tanto sobre o lume, como fora dele. Depois de frio, lança-se tudo dentro da sorveteira e gela-se.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Sopa de Amêndoa

Annona, ou mixto-curioso que ensina o methodo de cosinha e copa,
Tomo I, nº 2. Typ. Viúva Silva e Filhos, Lisboa: 1836. p. 29


 Sopa de Amêndoa

A sopa de amêndoa faz-se, deitando-se em meia canada de leite [cerca de 1 litro], oito gemas de ovos, meio arratel de açúcar [cerca de 230 gr.], quatro onças de amêndoa [cerca de 116 gr.] muito bem pisada, e uma quarta de manteiga [cerca de 125 gr.]. Tudo isto junto, depois de muito bem batido, põem-se em um tacho a cozer a lume brando; e quando for engrossando, lança-se em um prato ou frigideira, põem-se a corar na torteira, ou no forno, e depois de corado serve-se na mesa.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Pudim Simples

 

Pudim Simples

6 ovos inteiros, 250 grs. de açúcar, 2 chávenas de chá de leite, sumo e raspa de 1 limão.
Mistura-se tudo e vai ao forno em forma untada com manteiga.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Bolo Gungunhana

Bolo Gungunhana

 
Farinha de trigo: 250 gramas
Açúcar: 250 gramas
Manteiga (derretida): 20 gramas
Ovos de grandeza média: 2
Leite: 2 decilitros
Bicarbonato de sódio: 5 gramas
Canela em pó: 10 gramas

Batem-se os ovos e misturam-se-lhe todos os elementos menos a farinha, torna-se a bater e vai-se juntando a farinha aos poucos batendo sempre.
Depois leva-se ao forno em lata untada com manteiga.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Crème de Chocolate

João da Matta, Arte de Cosinha. Livaria Editora de Mattos Moreira & Compª, Lisboa: 1876. p.19

Crème de Chocolate
(em banho-maria)

Cortam-se em bocadinhos 4 onças [c. 115 g.] de chocolate, que se devem derreter em lume brando, juntando-lhe um copo de água a ferver, um bocadinho de baunilha e 8 onças [c. 226 g.] de açúcar fino; tudo muito bem dissolvido; depois junta-se cinco copos de três [um copo de 3 corresponderia a cerca de 180 ml, logo falamos em 900 ml - 180mlx5 copos] ao quartilho [c. 500 ml.] de leite a ferver; em seguida adiciona-se-lhe 12 gemas de ovos e 1 ovo inteiro, passados pela peneira (estes ovos juntam-se depois do chocolate estar frio); depois de bem mexido, deveis passar este crème segunda vez por um pano; unta-se a forma com manteiga clarificada, e põe-se a cozer no banho-maria; em estado cozido tira-se para a travessa e serve-se.

Via site Ciberdúvidas:

1 c3 = 1 ml.



sábado, 13 de fevereiro de 2021

Arte de Cozinha, de João da Matta

Mais um livro que veio enriquecer a biblioteca da blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda... aliás, reformulo, pois não é "mais um livro" mas sim "O LIVRO". João da Matta foi uma figura notabilíssima do seu tempo. Recupero o que dele escreve Guida Cândido no seu magnífico livro A Vida Secreta da Cozinha Portuguesa:

"João da Matta é considerado o grande cozinheiros do séc. XIX, autor de uma obra igualmente reconhecida, editada em 1876. Filho de cozinheiro, de quem herda o nome e o talento, perde o progenitor aos doze anos, entrando precocemente na vida profissional da cozinha. Abre alguns restaurantes que se tornam icónicos e, a partir de 1864, torna-se a grande referência no hotelaria da capital, onde se hospedam figuras como D. Pedro II, imperador do Brasil, a sua filha e herdeira, a princesa Isabel, a actriz francesa Sarah Bernhardt e muitos notáveis. Mais tarde abre o Grande Hotel de Lisboa, o melhor no seu tempo, frequentado por diversos intelectuais que se rendem à excelência da sua cozinha e às suas demonstrações de amizade. (...) Não obstante esta marca cosmopolita, o seu livro apresenta diversas receitas designadas à portuguesa..."


Diário Illustrado: 23 de Outubro de 1874

É um obra-prima, incontornável na História da Culinária Portuguesa e na fixação do "prato típico" português.

Recomendo, se ainda não o fizeram, a lerem o magnífico texto que Pinto de Carvalho (Tinop) dedicou ao Cozinheiro João da Matta e que se encontra neste blog: https://asreceitasdaavohelena.blogspot.com/2017/11/o-cozinheiro-joao-da-mata-por-pinto-de.html

Para breve, muito breve, apresentarei uma receita.

Bacalhau Podre

 
Bacalhau Podre

Escolhe-se bacalhau alto e põe-se de molho. Coze-se e desfaz-se às lascas. Fritam-se mal as batatas às rodas. Põe-se às camadas alternadas de batata e bacalhau, devendo a última ser de batata. Batem-se 4 ovos, mistura-se leite e tempera-se com sal. Deita-se sobre o preparado e espalham-se por cima bocadinhos de margarina. Leva-se ao forno até alourar sem deixar secar.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Pão Doce com Maçã

 
Pão Doce Com Maça
 (é muito boa)
 
500 gr. de massa de pão
50 gr. de farinha
125 de banha, açúcar, canela e nozes.
 
Faça furos na massa, e introduza a banha. Amasse com as mãos em rectângulo. Ponha dentro as maçãs e as nozes, canela e açúcar, e enrole. Coloque dentro de uma forma de bolo inglês, bem untada. Enrole para baixo as bordas da massa.
Polvilhe novamente com açúcar e canela e leve a cozer durante 30 a 40 minutos.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Bolo de Café - Fotoreportagem

Bate-se, em creme, 1 chávena de açúcar

com 2 colheres de sopa de manteiga




e três colheres de sopa de Nescafé [café solúvel].

Acrescentam-se dois ovos

2 colheres de sopa de mel

uma pitada de canela

e meia colher de chá de sal
até obter uma massa bem homogénea.

Misturam-se 2 chávenas e meia de farinha com
1 colher de chá de fermento e outra de bicarbonato.

E vai juntando ao creme, alternando

com meia chávena de chá de leite. Misture bem.

Unte uma forma com manteiga e farinha ou pão ralado
e vai ao forno entre 180º e 200º graus.

E cá está ele, polvilhado por cima com açúcar.

 Pode ler a receita no original AQUI.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Excertos "gastronómicos" de uma obra do primeiro quartel do séc. XIX

Excertos "gastronómicos", de inícios do séc. XIX, de um livro extraordinário chamado: Scketches of Portuguese Life, Manners, Costume, and Character, by A. P. D. G., London - 1826. Podem folheá-lo CLICANDO AQUI

Sobre alguns produtos "regionais":

E sobre o que os Saloios levavam de Lisboa para as suas casas:

Bolo de Ananás


Bolo de Ananás
 
4 ovos
250 gr de açúcar
250 gr de farinha
150 gr de manteiga
1 colher de fermento.
 
Mistura-se o açúcar com a manteiga, em seguida as gemas e depois as claras em castelo e mexe-se bem. Por fim deita-se a farinha e o fermento, mas não se deve bater muito. [E vai ao forno a cozer].
Em estando frio, abre-se e recheia-se com uma camada de chantilly e rodelas de ananás. Rega-se com parte do molho do ananás. Põe-se a outra parte do bolo, cobre-se novamente com chantilly e rodelas de ananás. Enfeita-se o meio das rodelas de cima com cerejas cristalizadas.
O ananás deve ser previamente arranjado com um pouco de açúcar.

Chantilly

125 g. de natas
1 a 2 colheres de sopa de leite
1 pacote de açúcar baunilhado
1 cubo de gelo (facultativo)

Chantilly: Numa tigela muito fria, misture as natas com um pouco de leite frio até obter a consistência de um creme liquido. Adicione o açúcar baunilhado e, se possível, o cubo de gelo. Bata com uma vara, de preferência de hastes compridas, em ritmo bastante lento, de modo a incorporar o máximo de ar possível no creme. Assim que o creme batido se apresentar espumoso e se agarrar ao batedor, pare imediatamente de bater, para que o chantilly não se transforme em manteiga. Retire o cubo de gelo e conserve em local fresco.

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