sexta-feira, 23 de junho de 2023

Vita Prima. Santo António em Portugal - Pãezinhos Antonianos e Bolos de Santo António

 
O Museu de Lisboa - Palácio Pimenta (Campo Grande, 245), acaba de inaugurar uma extraordinária exposição intitulada Vita Prima. Santo António em Portugal, que nos conta a extraordinária vida - infância e juventude - de Fernando de Bulhões (Santo António) na cidade de Lisboa e Coimbra. Esta exposição ficará patente no Pavilhão Preto do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta até dia 31 de Dezembro. Paralela a esta exposição, há todo um programa de visitas guiadas, concertos, conversas e muitas surpresas. Pode ir acompanhando o calendário das actividades aqui: https://museudelisboa.pt/pt/acontece/vita-prima-uma-exposi%C3%A7%C3%A3o-infancia-juventude-santo-antonio
 
Para assinalar esta inauguração, trago duas receitas relacionadas com o Santo António e retiradas do caderno manuscrito da Avó Eduarda.


Pãezinhos Antonianos
 
200 g. de manteiga, 200 g. de farinha, o mesmo peso de açúcar e dois ovos inteiros. Mistura-se tudo a formar uma massa rija para enrolar com a mão sem lhe deitar mais farinha e formam-se os pãezinhos que se colocam sobre uma lata afastados uns dos outros. Douram-se com gema de ovo e vão ao forno.
 

 Bolos de Santo António
 
 3/4 [três quartos] de farinha, 4 ovos, 250 g. de açúcar, 1 chávena de azeite, 1 chávena de leite, 1 colher de bicarbonato de soda. Um pouco de sal.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Tesouro (re)descoberto









E o dia que eu há muito esperava, aconteceu. Aquele em que se (re)descobriria o primeiro livro de receitas da minha Avó Eduarda, que andava perdido em parte incerta. Sabia que existiria pois lembrava-me dele. Finalmente reapareceu, na sua casa de Lisboa, num qualquer sítio pouco óbvio. 
É um livro grosso, assinado com o nome de solteira e datado de 1947 (ano do seu casamento) e redigido a várias mãos - embora só reconheça, para já, a letra da minha Avó e da Bisavó Dores - com centenas de receitas de todos os géneros. 
Isto vale mais do que qualquer jackpot!

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Bacalhau à Maria José


Bacalhau à Maria José
 Feito - Óptimo
 
0,5 kg. de batatas
2 postas de bacalhau cozido
4 cebolas médias
2 dl. de azeite
1 colher de sopa de margarina
4 claras
farinha q.b.
leite q.b.

Cortam-se as batatas aos quartos e fritam-se. Cortam-se as cebolas às rodelas e refogam-se até alourarem durante 10 minutos aproximadamente. Faz-se um creme com o leite, farinha, gemas e margarina e tempera-se com sal, juntam-se-lhe as batatas fritas, o bacalhau desfiado e as cebolas refogadas com o azeite e as claras batidas em castelo e vai ao forno.

Tarde de Maçã (ou de morangos)


 Tarde de Maçã (ou de morangos)
 Turismo (Snrª D. Maria Carolina)
 Boa
 
Massa de tarte:
230 gr. de farinha; 50 gr. de açúcar; 150 gr. de margarina; 2 gemas.

Liga-se a farinha com o açúcar e a margarina levemente amolecida; juntam-se as gemas.
Depois de bem ligado, estende-se uma rodela, mais ou menos, com o diâmetro da forma; com a ajuda de uma espátula levanta-se da pedra e deita-se na forma (levemente untada) ajustando-se a mesma com os dedos (sendo forma lisa, pode passar-se a carretilha dos pastéis na beira da forma para que a massa fique aos biquinhos).
Vai a forno forte 10 minutos, antes de levar o recheio e acabar de cozer.

Recheio de maçã:
6 maçãs médias; 6 colheres (de sopa) bem cheias de açúcar refinado; 40 gr. de amêndoa; açúcar pilé q.b.; meio copo (dos de vinho) de água.

Com 4 maçãs cortadas finas, a água e as 6 colheres de açúcar, levando ao lume, faz-se um puré (ou papa).
Deita-se esta papa na tarte, cobre-se com rodelas finas das 2 maçãs que sobraram, salpica-se com amêndoa pelada e cortada às tirinhas, salpica-se também com açúcar pilé e vai ao forno (aproximadamente 40 a 45 minutos).

Recheio de morangos:
Morangos crus 400 gr.; 2 claras; 3 colheres (de sopa) de açúcar.

Tiram-se os pés aos morangos, lavam-se e enxugam-se.
Na altura de deitar o recheio na tarte (que neste caso coze mais do que os de minutos) batem-se as claras em castelo bem firme, junta-se o açúcar e no fim os morangos cortados aos pedaços.

Oferta de três cadernos manuscritos de receitas da Leonor


E o blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda recebeu uma oferta que muito me agradou. Três cadernos de receitas manuscritas, com os habituais recortes de jornais e outros papéis com mais receitas que é usual encontrar-se. Os cadernos parecem-me ter um amplo espectro temporal que colocaria entre meio dos anos 60 até aos anos 80. Mas não consigo dar garantias disso. Sei que os três cadernos são de uma Senhora chamada Leonor, que experimentou muitos das receitas, fazendo apreciações sobre as mesmas e até indicando em muitas delas que são aptas para "Turismo". Não sei exactamente o que quereria dizer com isto mas sugere-me que possa quer dizer que esta receita podia ser feita em restaurantes, hotéis ou Pensões (ou derivados)... mas, uma vez mais, são suposições. Algumas das receitas apresentam também o nome da pessoa que as terá fornecido.

Um dos cadernos é de doçaria, outro de salgados e o terceiro um misto, incluindo bebidas. 

Não posso deixar de agradecer à Teresa G. a generosa oferta desta fantástica colecção.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

Bolinhos de Santo António

AAVV. Cozinha Portuguesa ou Arte Culinária Nacional.
Imprensa Académica, Coimbra: 1902. Pág. 203

 Bolinhos de Santo António
 
Com um quilo de boa farinha, quinhentas gramas de manteiga da melhor qualidade, e quinhentas ditas de açúcar de caixa fino, limpo, e dois ovos batidos em meio litro de leite e uma porção de passas de corinto, faz-se uma massa flexível e saborosíssima, que se estende sobre uma mesa, onde se cortam os bolinhos, dando-lhes as formas de Santo António em ponto pequeno. Assim feitos, colocam-se num tabuleiro e cozem-se em forno forte, por espaço de cinco a dez minutos.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Bolos de Coimbra


 Bolos de Coimbra
 
Numa vasilha amassa-se 100 g de manteiga, 100 g de açúcar, 100 g de farinha de arroz e 3 ovos; se a massa ficar muito grossa, pode juntar-se-lhe mais um ovo. Depois de tudo bem amassado, tende-se, [fazem-se] pequenas bolas que vão a cozer num tabuleiro untado de manteiga. É preciso estar o forno bem quente.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

Bacalhau da [Prima] Lala


 Bacalhau da [Prima] Lala
 
Bacalhau q.b.
Leite q.b.
Alho q.b.
Ovos q.b.
Batatas q.b.
Cebolas q.b.

Dispõe-se o bacalhau bem demolhado, partido em filetes, num prato fundo. Cobre-se com leite, põe-se bastante alho e pimenta. Fica assim várias horas.
Cozem-se batatas e cortam-se às rodelas grossas. Passam-se os filetes e as rodelas de batata por farinha e ovo e fritam-se num tacho em azeite e óleo. E é nesta gordura que se faz o molho.

Molho: Pica-se a cebola, deita-se para dentro da gordura que fritou. Quando a cebola estiver loira deita-se o leite muito devagar, mexendo sempre em lume brando. Os filetes e as batatas são dispostas numa travessa. Só quando está para ir para a mesa é que se rega com o molho.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Bolachas Fininhas


 Bolachas Fininhas (Maria dos Santos)
 (Criada do vizinho)
 
2 xícaras de farinha de trigo
1 xícaras de açúcar
1 colher de sopa mal cheia de manteiga
1 colher de chá de bicarbonato de soda e um pouco de leite, o bastante para amassar.
Amassa-se muito bem e tende-se com o rolo muito fininho.

sábado, 3 de junho de 2023

Carrés de Chocolates

Maria Olímpia Areal: Doces Familiares. Porto: edições ASA, 3ª ed.: 1960. Pág. 81

 Carrés de Chocolates
 
 6 ovos; o mesmo peso dos ovos de açúcar, de manteiga, de farinha de triga e de chocolate ralado (cerca de 300 g de cada).

Mistura-se tudo muito bem, mexendo sempre para o mesmo lado. Estende-se a massa num tabuleiro untado com manteiga e leva-se ao forno brando. Não se deixa secar muito. Depois de cozido, corta-se em quadrados de 4 cm de lado e juntam-se estes quadrados dois a dois com geleia de morangos. Passam-se, depois, em açúcar pilé ou areado.

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Ovos Mexidos Doces

Marques da Cruz: Em Nome do Mel - História, gastronomia, saúde. Sintra: Colares editora, 1997. Pág. 167

 Ovos Mexidos Doces
 
 Antiga iguaria que no principio do século ainda se servia, costumeiramente, como guloseima própria da noite de consoada ou de outras festividades de subida importância. Este prato simples e requintado prepara-se assim:
Deite cerca de 150 g de pão de trigo, migado, em 6 dl de leite morno e deixe abeberar bem. Junte-lhe 6 gemas de ovos e 2 colheres de açúcar, remexendo tudo vigorosamente. Leve agora um tacho ao lume, onde deitou 2 colheres de manteiga e 6 colheres de mel, e mexa até começar a querer levantar fervura. Junte, então, a mistura de pão e vá continuando sempre a mexer até enxugar e ficar alourado.
Se quiser, além das 6 gemas de ovos, adicione, também, três das claras, batendo esta preparação de ovos ligeiramente antes de a juntar ao pão.

Novas aquisições para a Biblioteca do Blog!

Maria Olímpia Areal: Doces Familiares. Porto: edições ASA, 3ª ed.: 1960

Marques da Cruz: Em Nome do Mel - História, gastronomia, saúde. Sintra: Colares editora, 1997


Maria do Rosário Worisch Alvim: Receitas de Vidas. Lisboa: Chiado Editora, 2018

Aqui segue uma actualização das aquisições mais recentes. Três livros muito diferentes mas belíssimos. No primeiro - Doces Familiares - somos levados por um grande clássico que conheceu a primeira edição em 1953 e que depois foi sendo sucessivamente reeditado. Esta é a terceira edição. Com um grafismo cuidado e receitas muito variadas, este é um daqueles livros fundamentais para a doçaria nacional. E tem aquele ar vintage que tanto gosto.
O segundo livro - Em Nome do Mel - é um daqueles livros com a irrepreensível chancela da Colares Editora. José Marques da Cruz leva-nos pelo mundo fascinante do mel, quer em termos historiográficos quer gastronómico. Para quem é "doido" por este néctar amarelo, é de utilização constante. Segue uma receita já a seguir.
Por fim, chegamos a uma aquisição realizada na Feira do Livro de Lisboa 2023 e trata-se de um livro da mulher do guitarrista Fernando Alvim, Senhora Dona Maria do Rosário Worisch Alvim. Uma história de vida de uma família, entre Áustria e Portugal, entre os horrores da II Guerra e a ditadura portuguesa. No final do livro, uma compilação extraordinária das receitas de família que acompanharam toda a história. Muito curioso.

As mais visitadas são: