sábado, 20 de julho de 2024

Atum de Tomatada e Fritada à Brasileira

Casa Viva, ano V, nº 48: Agosto de 1978 


ATUM DE TOMATADA
E
FRITADA À BRASILEIRA

2 latas de atum 
2 cebolas cortadas às rodas 
1/2 kg de tomate maduro 
2 dentes de alho 
1 dl de azeite 
1 folha de louro 
Sal e pimenta q.b. 

Deite num tacho as cebolas, o azeite, o alho e o louro e ponha ao lume. Quando começar a ferver acrescente o tomate, já sem pele nem sementes, cortado em pedaços pequenos.
Quando a cebola e o tomate estiverem cozinhados, mas não muito apurados, junte atum e mantenha ao lume até que o atum fique suficientemente aquecido. 
O atum em tomatada serve-se quente ou frio. Como acompanhamentos, sugiro esparguete (quente) e salada de feijão frade (fria). 
Também pode ser acompanhado por arroz, ou puré de batata ou, ainda, açorda, para quente ou frio.
Como vêem, é uma receita polivalente que muito interessa em campismo. 
Se lhe sobrou um pouco do atum de tomatada ou do bacalhau com refogado, prepare uma fritada à brasileira: 

6 ovos 
8 colheres (de sopa) de leite 
1 colher (de sopa) de farinha 
1 colher (de sopa) de queijo ralado 
1colher (de café) de fermento em pó 
125 g de margarina 
Salsa picada, sal e pimenta q.b 

Bata primeiramente as claras em castelo e junte de seguida os restantes ingredientes pela ordem seguinte: 
Gemas, farinha com o fermento, leite, queijo e por fim o bacalhau ou o atum.
Derreta a margarina numa frigideira alta e espaçosa; quando a margarina fumegar, deite dentro o preparado e logo que a fritada esteja loura volte-a ajudando com um prato ou a tampa de uma panela. É um prato rápido e saboroso que também se pode confeccionar com chouriço, fiambre, presunto, etc.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Lisboa de outras eras e a vendedora de Alcomonias



Almanach das Senhoras para 1907

Usando uma terminologia que nos dias de hoje nos é ofensiva e despropositada, o Almanach das Senhoras para 1907 traz-nos a história de uma das muitas figuras típicas que povoavam as ruas de Lisboa. Certas profissões eram sobretudo feitas por galegos - aguadeiros, taberneiros e casas de pasto, moços de fretes e de mudanças, - ou então por africanos que, na época, eram denominados por "pretos" havendo, na literatura e na história de arte - mormente na gravura -, inúmeras representações do "preto caiador", dos célebres músicos da procissão do Corpus Christi "os pretos de São Jorge", da "preta tremoceira", da "preta calhandreira", da "preta da fava-rica", só para enumerar alguns. Aqui, nesta cópia do Almanach, temos a história de Aniceta, vendedora de Alcomonias, e de sua filha Constança. Vale a pena ler.

Trouxe esta história devido à presença do doce Alcomonia que havia já publicado no blog há uns anos e que pode ser lido e revisitado aqui: https://asreceitasdaavohelena.blogspot.com/2016/10/alcomonias.html

Ou vê-la na sua publicação original:



A "preta" calhandreira

O "preto" caiador

Os "pretos" de São Jorge.

Feijoada [à Brasileira]


Economia e Cultura, Abril e Junho de 1994

 Feijoada
Rio de Janeiro

Ingredientes:
500 g. de feijão-preto; 500 g. de carne-seca; 500 g. de lombo de porco salgado; 250 g. de costeletas de porco salgadas; 100 g. de toucinho defumado; 300 g. de linguiça de porco; 1 pé, dois rabos e 2 orelhas de porco salgados; 2 paios, 1 língua; 500 g. de carne fresca de vaca (coxão duro ou braço); 3 xícaras de chá de óleo; 1 cebola ralada; 2 dentes de alho esmagados; um pouco de suco de laranja (opcional).

Molho:
1/2 [meia] xícara de chá de suco de limão; 3 colheres de sopa de salsa bem picada; 3 colheres de sopa de pimenta vermelha; sal.

Para a couve:
1 maço grande de couve; 3 colheres de sopa de óleo; 1 dente de alho esmagado; 2 colheres de sopa de cebola ralada; sal.

Preparação:
As carnes salgadas devem ser postas de molho em água fria desde a véspera, e a água deve ser trocada algumas vezes.

O feijão-preto também deve ser posto de molho, durante algumas horas, numa vasilha separada.

Depois de escorridas, as carnes salgadas devem ser levadas ao fogo, em água limpa e abundante, fervendo por 30 minutos. Em seguida, troque a água, deixe em fogo baixo durante 1h30min. Acrescente então as outras carnes e mantenha-as no fogo por mais uma hora.

Cozinhe o feijão-preto em água, numa proporção de 3 para 1, até que fique macio. Refogue o alho e a cebola no óleo, tempere o feijão e junte as carnes. Acrescente, se quiser, o suco de laranja e cozinhe por mais uma hora, até engrossar.

Para o molho, misture os ingredientes numa molheira e, no momento de servir, junte uma concha de caldo da feijoada.

Quanto à couve, retire seus talos, enrole as folhas todas juntas e corte-as em tiras bem finas. Doure o alho e a cebola no óleo, acrescente a couve e remexa-a até que comece a refogar. Tempere-a com sal e cozinhe-a em fogo baixo por alguns minutos.

A feijoada é acompanhada com arroz branco e farinha de mandioca crua ou torrada, servindo-se as carnes, o feijão, a couve, o molho e os demais pertences, separadamente, em travessas e cumbucas de barro. A feijoada é um prato único, geralmente servida com laranja em pedaços. E a única sobremesa admitida são frutas frescas e leves.

domingo, 7 de julho de 2024

Bolo de Abacaxi [Moçambique]

Cozinha e Doçaria do Ultramar Português: Coordenação de M. A. M.
Agência-Geral do Ultramar. Lisboa: 1969. p. 53

Bolo de Abacaxi
[MOÇAMBIQUE]

Ovos, 3.
Açúcar, 300 g.
Água, 1/3 [um terço] de chávena.
Farinha, 180 g.
Pó Royal, 1/2 [meia] colher das de chá. 
Essência de baunilha, 1/2 [meia] colher das de chá.

Batem-se as claras em castelo firme e juntam-se-lhe as gemas uma a uma; juntam-se depois lentamente o açúcar e a água; e, peneirados juntos, a farinha e o pó Royal. Por fim a essência. Vai ao forno em forma lisa de pirex ou em tacho de alumínio,  barrado com caramelo. Por cima do caramelo dispõem-se rodelas de abacaxi a forrar o fundo da forma.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Caracóis

Revista Casa Viva . Fevereiro de 1979, nº 54

Caracóis

300 g. de farinha
100 g. de manteiga
250 g. de frutas cristalizadas sortidas
4 ovos
1 chávena de açúcar pilé
1 colher (de chá) de banha

Fermento
4 colheres (de sopa) de farinha
50 g. de fermento de pão ou 3 colheres (de chá) de leverina
1 colher (de chá) de açúcar
1 chávena de água.

Misturam-se todos os ingredientes que compõem o fermento e deixa-se repousar cerca de 8 horas, o máximo 12.
Passado esse tempo, mistura-se com a farinha, a banha e 3 ovos batidos. Amassa-se até a massa fazer bolhas e depois põe-se a descansar em sítio temperado até dobrar o seu volume inicial. Depois de lêveda, estende-se num rectângulo com cerca de 1,5 cm de altura. Barra-se com manteiga, polvilha-se com bastante açúcar pilé e espalham-se as frutas picadas em toda a superfície. 
Enrola-se como uma torta e com uma faca bem afiada corta-se em talhadas com cerca de 2 cm., que se colocam em tabuleiros enfarinhados, deixando crescer durante mais 1 hora. Quando estiverem bem crescidos pintam-se com gema de ovo batida com metade da clara e metem-se no forno. Vigiar a cozedura, deixando-os corar para ter a certeza de que ficaram bem cozidos no interior.

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