Carlos Bento da Maia, Tratado Completo de Cozinha e de Copa,
edição de 1904, pág.536/537
Compota de Gila
Elementos a empregar:
Gila em fios (cozida) - 400 gr.
Açúcar pilado - 600 gr.
Toma-se uma abóbora gila bem madura e parte-se atirando com ela ao chão. Separam-se os bocados, aos quais se tira a tripa, empregando directamente as mãos, porque qualquer utensílio de ferro prejudicaria o doce. Deitam-se os bocados numa vazilha de ir ao lume, cobrem-se de água e põem-se a ferver até que, experimentando um bocado, ele largue bem a casca. Tira-se então do lume, separam-se a casca e as pevides e o restante, os fios, deita-se em água com sal durante 24 horas, depois em água sem sal, que se renova algumas vezes. Passadas outras 24 horas, escorre-se a gila, pesa-se e toma-se vez e meia o peso achado de açúcar pilado, com o qual se forma uma calda, dentro da qual se deita a gila até chegar a ponte de espada.
A compota fica pronta e pode deitar-se, depois de resfriar, em covilhetes. Também se guarda em pires que se expõem ao sol, para que o açúcar endureça à superficie. Em vez do açúcar, pode empregar-se vez e meia em pezo de xarope simples.