Castanhas Doces de Viseu
250 gr. de açúcar pilé
20 gemas
Põe-se o açúcar a ferver com água até fazer ponto de bola mole. Conhece-se este ponto quando, deitando um pouco de água fria, faz bola.
Deixa-se esfriar, juntam-se-lhe as gemas, que já devem estar levemente batidas.
Leva-se novamente ao lume e mexe-se de um lado para o outro, sem ser de roda. Sabe-se que estão cozida quando se desgarrar do tacho. Tire-se então do lume e deixa-se arrefecer completamente (é preferível esperar dum dia para o outro).
Tendem-se as castanhas com muito pouca farinha como se fossem croquetes. Untam-se com gema de ovo (que deve estar misturada com uma pinguinha de água) e fazem-se-lhe uns riscos com as costas de uma faca.
Assam-se em lume forte de brasas ou em grelhador de fogão, espetadas num pau fininho, que pode ser um espeto de palmeira.
Foi muito interessante encontrar esta receita manuscrita no conjunto conhecido como "Manuscrito - Cozinheira Desconhecida" e ter reparado que a mesma é decalcada dos livros "Coisas Boas" e "Receitas de Cozinha e Doçaria Portuguesa - Colecção das receitas
premiadas no Concurso de Cozinha e Doçaria Portuguesa realizado em 1962
com a colaboração da RTP" (aqui, o nome da autora aparece mais composto, talvez com os nomes do marido) e que foram, há tempos, publicadas aqui no blog em, precisamente: Castanhas Doces de Viseu e Castanhas de Ovos de Viseu. Compare-se bem as três...
A versão manuscrita apresenta-nos uma fórmula mais longa, com mais pormenores como, por exemplo, a referência ao "grelhador do fogão", levando a receita para um ambiente também urbano onde, seguramente, as brasas já não teriam lugar dentro do espaço habitacional ou, a ter, seria por um motivo meramente residual, como lareiras ou salamandras.
E agora a grande questão: Será que antiga proprietária dos dois livros que compõem a etiqueta "Cozinheira Desconhecida" era a Sra. Dona Alda de Azevedo P. de Almeida Dias [no livro Receitas de Cozinha e Doçaria Portuguesa apresenta-nos mais dois apelidos finais, talvez do marido: Branco Rodrigues], de Póvoa do Arcediago, e que transmitiu a receita para ser publicada nas duas obras referidas? Ou seria uma leitora de um dos livros e transcreveu a receita, dando-lhe um toque pessoal?
Fica a dúvida no ar... e o início de uma investigação quase-policial.
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