sexta-feira, 31 de julho de 2020

Centro Interpretativo da História do Bacalhau


Chegado da Pesca do Bacalhau no novíssimo Centro Interpretativo da História do Bacalhau. Gostei imenso. Não é Museu - as poucas peças museológicas estão encaixadas num móvel de rede que as tornam quase invisíveis - e, não sendo Museu, cumpre muitíssimo bem o objectivo com uma utilização incrivel dos novos meios tecnológicos e de multimédia. 
A informação é séria, muito séria. Uma pessoa emociona-se... Está ali todo o respeito e todo o conhecimento e toda a sensibilidade que a história da epopeia daqueles homens merece. Do Álvaro Garrido não esperava outra coisa. Um espaço a revisitar quando os ecrãs touch eativerem com essa opção activada. Raios para o Covid. Uma forma leve de iniciação a uma temática fascinante.
Visitem... a dura vida daqueles homens assim o merece.
Fica no Torreão Nascente do Terreiro do Paço, em Lisboa.

Para marcar a minha ida ao CIHB comprei este pequeno livrinho com 10 receitas de bacalhau. 

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Galinha à Mourisca ou Verde

Almanaque Ilustrado do Brasil Portugal, 1901

Galinha à Mourisca ou Verde

Faz-se a galinha crua em pedaços, e assa-se em manteiga de porco. Deitam-se-lhe talhadas de toucinho delgadas, cebola em quartos, coentros picados, e salsa.
Refogue-se tudo muito bem em panela.
Depois de refogado, deita-se-lhe água que possa cozer a galinha; e, quando estiver cozida, tempere-se com sumo de limão, cravo e pimenta. Nas últimas fervuras, deitam-se duas ou três gemas de ovos batidos, - mas, retirando nesta ocasião a galinha do lume, para que o ovo não coalhe.
Deita-se no prato com fatias de pão por baixo da galinha, e gemas de ovos duras (isto é, cozidas) por cima, feitas em pedaços, salsa verde e talhadas de limão, não esquecendo deitar canela.

Neve, Sorvete e Caramelo - artigo de Gustavo Matos Sequeira


Artigo de Gustavo Matos Sequeira, Olisipografo, para a revista Feira da Ladra, de 1931

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Queques de Farinha de Arroz

O Jornal da Mulher - 5 de Novembro de 1910 - Ano 1, nº 9

Queques de Farinha de Arroz

3 ovos
O peso de 3 ovos de manteiga
O peso de 3 ovos de açúcar
O peso dito de farinha de arroz
1 colher de sopa mal cheia de crescente [fermento]
2 meias cascas de ovos de vinho fino.

Aquece-se a manteiga, mas sem derreter de todo e bate-se depois muito até ficar um creme grosso.
Deita-se-lhe 1 gema por cada vez mexendo bem antes de deitar a outra gema. As claras deitam-se num prato separadas para serem batidas até ficarem em espuma. Depois das gemas deita-se o açúcar todo e bate-se durante 5 minutos em seguida juntam-se-lhe as claras batidas, bate-se tudo durante 2 a 3 minutos, deita-se-lhe o vinho, e por fim a farinha, e mexe-se pouco.

Deita-se em forminhas, untadas de manteiga e pulverizadas de farinha, vai ao forno brando e experimenta-se se estão cozidas com um palito, - se sair limpo de massa, estão prontos.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Creme de Tapioca


Creme de Tapioca

Tapioca - 3 chávenas
Leite - 1 litro
Açúcar - q.b.
Gemas de ovos - 3
Manteiga - 1/2 [meia] colher
Sal - uma pitada
Canela - q.b.

Põe-se a tapioca de molho de véspera. Leva-se ao lume o leite e quanto estiver a ferver junta-se a tapioca, açúcar ao gosto e uma pitada de sal. Deixa-se ferver e quando a tapioca estiver cozida adiciona-se a manteiga, as gemas e vai-se mexendo até aparecer o fundo do tacho. Serve-se quente polvilhado com canela.

Três novos volumes para a biblioteca do blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda


AAVV, 'Cuscuz: Identidades e recriações. Editora Relógio d'Água. Lisboa: Outubro de 2019
 

Soares, Nuno Verdial e Saavedra, Bruno: 'Gosto da Parreirinha de Alfama'. Museu do Fado. Lisboa: 2018


Direitinho, José Riço: 'Lugares Sentidos'. Edimpresa Editora, Lda. Lisboa: Novembro de 2005

Três novos livros vieram engrossar a biblioteca do blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda. São três livros completamente distintos mas iguais no valor.

O primeiro, trata do ponto de vista historiográfico "a trajectória do cuscuz (produto e prato originário no Magrebe) em Portugal e, posteriormente, no Brasil". Com a excelência que Isabel Drummond Braga coloca em toda a sua obra.

O segundo livro, abre-nos a porta à cozinha de uma das mais afamadas Casas de Fado de Lisboa, propriedade, à época da edição, da grande fadista, entretanto falecida, Argentina Santos. Uma edição muito cuidada e bilingue, com excelente fotografia.

O terceiro livro, leva-nos à escrita mágica de José Riço Direitinho. Com uma forte componente turística, o livro viaja-nos a muitos locais mágicos de Portugal, sempre ilustrados com fotografias absolutamente deslumbrantes e não esquecendo a extraordinária gastronomia portuguesa, exemplificada apenas por oito certeiros pratos. Um verdadeiro achado.

Espero que gostem...

quinta-feira, 23 de julho de 2020

As Iguarias de Amália em Estúdio - Amália 100 Anos

Amália em estúdio
"Em estúdio, Amália "não tinha aquela postura séria, já com tudo ensaiado". O dia-a-dia de gravações "começava pelas 17.00 com ensaios. Às 20.00 jantávamos a comida trazida por ela". E do que é que gostava Amália? "Das comidas de quando ela era pobre, como o arroz de bacalhau ou os carapaus de escabeche, mas também trazia queijos da serra." O champanhe também era uma presença regular em estúdio: "Se as gravações corressem bem ela distribuía champanhe por mim, pelos guitarristas e pelo Rui Valentim de Carvalho."" - Hugo Ribeiro, mágico do som, responsável pela captura em estúdio da extraordinária voz de Amália

Carlos Bento da Maia, Tratado Completo de Cozinha e de Copa,
 edição de 1904. pag. 108/109
Arroz de Bacalhau

Põe-se de molho o bacalhau com 12 horas de antecedência, coze-se, tiram-se-lhe as peles e as espinhas e passa-se pela máquina de picar.
Leva-se ao lume numa caçarola azeite com cebola e salsa picada e, quando a cebola está loira, deita-se o bacalhau, bocados de polpa de tomate, sem pele nem sementes, (à falta de tomates frescos emprega-se boa massa) e um pouco de caldo da cozedura do bacalhau, deixa-se ferver um pouco e depois acrescenta-se mais caldo de bacalhau em quantidade suficiente para cozer o arroz (previamente branqueado) que se deita dentro da caçarola, mexendo apenas o bastante para misturá-lo com o bacalhau picado.
Quando o arroz está cozido e quase seco, tira-se do lume e, na ocasião de ir para a mesa, deitam-se-lhe gemas de ovos batidas e sumo de limão e leva-se de novo ao lume só para cozer os ovos.
Pode modificar-se esta receita empregando bacalhau, em pequena quantidade, simplesmente lavado, e deitando na caçarola, um pouco de vinagre, quando se meter nela o arroz.

Carlos Bento da Maia, Tratado Completo de Cozinha e de Copa,
 edição de 1904, pág.170

 Carapau Frito de Escabeche

Depois de frito o carapau, deitam-se no azeite de frigir, que sobra, rodas de cebola, dentes de alho, uma folha de loureiro e um pouco de vinagre, e deixa-se ferver este molho, até que a cebola esteja cozida.
Os carapaus fritos têm-se acamado num prato coberto e são regados com o molho que acima ficou indicado, o qual deve cobri-los.
O carapau assim preparado dá um bom prato frio para almoço.

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