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Crónica Feminina : Culinária. Suplemento nº 11. Sem data |
As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda começou por ser um repositório de receitas de família, herança das minhas Avós Helena e Eduarda. Num ápice, foi sendo aumentado o espólio documental do blog através da incorporação de outros cadernos de receitas ou livros (por doação/oferta ou compra em leilão/alfarrabista) e a pesquisa e recolha de material em livros, jornais ou revistas. Acima de tudo, este é um espaço de partilha, de carinho, de memória e de saudade. Um espaço de História.
quarta-feira, 11 de junho de 2025
Número especial da Crónica Feminina - Culinária dedicada ao Hotel Ritz de Lisboa e com direito a receitas: Filetes de Linguado à Ritz, Lombo de Vaca "Sauté" à Ritz, Bolo Rothschild, Pithivier (com frangipana)
terça-feira, 10 de junho de 2025
Menú de 10 de Junho proposto por Alda de Azevedo em Cozinheira Ideal
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Alda de Azevedo, Cozinheira Ideal, Livraria e Editora Civilização, 3ª Edição, 1943, pág. 193 (Menú de 10 de Junho) |
Roupa Velha
quarta-feira, 21 de maio de 2025
terça-feira, 20 de maio de 2025
terça-feira, 13 de maio de 2025
Lagosta Suada, por Maria de Lourdes Modesto
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Revista Panorama, Série IV, nº 2 - Junho de 1962 |
O mar da Berlenga faz fundo para lá do Farol, à ponta das rochas folhadas e negras do Carvoeiro. A “vaga verde”, translúcida, leva-nos nos fundos multicores da Ilha adivinhada. E tudo se faz lenda, pelo que poderíamos ver de fantástico colorido: ametista, jade, lápis-lazúli...
Quem não puder acreditar que vá
lá e veja, porque o que nos trouxe a falar de Peniche não foram as suas cores
nem o seu mar, mas a fama de um dos mais célebres pitéus da cozinha portuguesa:
“lagosta suada” - a lagosta suada à moda de Peniche.
E porque não nos satisfaz falar
só do perfume que se desprende do tacho de barro, modesto mas indispensável, quisemos
ver com os nossos próprios olhos.
Vimos chegar os coros,
mudar as lagostas para as redes que as transportavam para as bancas da lota, e
ali, travando luta, demos o “chui” que nos fez donos do lote que iriamos
sacrificar.
Investigámos depois, junto dos
velhos, todos penicheiros dos mais idosos, a fórmula mais verdadeira do dito
manjar. Da sua história nada de concreto apurámos; todos a comem desde que
nasceram. Só António Paulo, filho do montador do Farol da Berlenga, conta que
seus pais estavam ligados ao nascimento da especialidade gastronómica que daria
fama a Peniche. Diz ele que três náufragos franceses, atirados contra a costa
da Berlenga ali permaneceram por três meses de tempestuoso mar esgotando todas
as provisões de conserva e de pão que o montador do farol possuía para o sustento
de sua família. O último recurso foi aquilo que hoje é considerado um dos mais
requintados alimentos: a lagosta.
Deixemos agora António Paulo,
filho do montador do Farol da Berlenga, preparar a “lagosta suada” à moda de
Peniche, recordando a maneira como sua mãe a fazia:
Tenha-se uma lagosta bem viva e,
para se lhe tirar a tripa, tome-se uma boa dose de coragem, porque o processo é
bárbaro mas o único eficaz.
Parta-se uma das antenas;
introduza-se pela cauda da lagosta indo até à cabeça. Feito um ligeiro
movimento rotativo puxe-se rapidamente a antena. Coloque-se a lagosta suspensa
sobre um tacho de barro, onde se deitaram previamente dois ou três dedos de
água, e sangre-se o crustáceo. Estenda-se depois sobre uma tábua, aperte-se bem
com a ajuda dum pano, e com uma faca bem afiada corte-se pelos anéis.
Cortem-se depois as antenas, as
pinças e as patas. Abra-se a cabeça da lagosta ao meio, no sentido perpendicular,
retire-se e rejeite-se o saco e aproveite-se todo o restante recheio.
Aproveite-se também todo o líquido que ficar na tábua. Piquem-se 3 cebolas e um
ramo de salsa juntamente e cortem-se 2 dentes de alho em lâminas finíssimas.
Escaldem-se 3 tomates grandes, pelem-se e cortem-se em bocados. Coloquem-se as
patas, as antenas e as pinças da lagosta no fundo do tacho de barro, para
formarem como que uma grelha. Disponha-se por cima metade da porção da lagosta.
Cubra-se completamente com um manto de cebola picada, tomate e salsa. Polvilhe-se
com algumas lâminas de alho. Tempere-se com 2.5 dl. de azeite muito fino, um
pouco de sal, pimenta e colorau. Em camadas sucessivas introduzam-se no tacho os
restantes anéis da lagosta, cebola, tomate, salsa e alho.
Regue-se depois tudo com 2 dl. de
vinho branco, e ½ dl de conhaque.
Perfume-se generosamente com um
pouco de noz-moscada e introduzam-se no tacho duas folhas de louro, 2
malaguetas e 100 grs. de manteiga. Feche-se o manjar hermeticamente, colocando
o testo no tacho com uma porção de farinha desfeita em água.
Ponha-se o tacho ao lume de
carvão, muito brando, e deixe-se suar a lagosta durante uma hora e meia, não
esquecendo de a sacudir de vez em quando, não vá ela pegar-se ao fundo.
Destape-se e deitem-se nesta altura 2 cálices de vinho do Porto. Cubra-se
novamente e deixe-se cozer o pitéu durante mais um quarto de hora.
Sirva-se no próprio tacho,
envolvendo-o num guardanapo de linho alvo.
Maria de Lourdes Modesto
segunda-feira, 12 de maio de 2025
Pudim de Chá e Pudim Gelado de Ananás: receitas ditas do Convento dos Moinhos publicadas num artigo da revista Olisipo - Grupo Amigos de Lisboa (1966)
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Olisipo : boletim do Grupo "Amigos de Lisboa". A. XXIX, n.º 113/114, Janeiro/Abril 1966 |
terça-feira, 6 de maio de 2025
sexta-feira, 11 de abril de 2025
O Bacalhau à Gomes de Sá
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Calderon Dinis : Tipos e factos da Lisboa do meu tempo (1900-1974). Lisboa - Publicações Dom Quixote, 1986 |
quarta-feira, 26 de março de 2025
Crema Frita (de um livro uruguaio de 1934)
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El consultor de la buena cocinera. 1ª ed. Archicofradia Nuestra Señora del Huerto y San José, Uruguai - Montevideo: 1934 |
Toucinho do Céu
Doce de Laranjas Amargas
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Diário Ilustrado, ?5 de Janeiro de 1963 |
sábado, 22 de março de 2025
Bolos de Aveia
sexta-feira, 21 de março de 2025
I Jornadas Portuguesas de Gastronomia, Nozes de Cascais e o aproveitamento de claras para além do engomo de hábitos de freiras
domingo, 9 de março de 2025
Ovos Queimados
Dos atrasos, segundo o "Novo Manual de Civilidade ou regras necessárias para qualquer pessoa poder frequentar a boa sociedade"
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Novo Manual de Civilidade ou regras necessárias para qualquer pessoa poder frequentar a boa sociedade. Lisboa: J. J. Bordalo. 1872. p. 58 |
"Quando as pessoas bem educadas aceitam um convite para jantar, jamais deixam de se apresentar o mais próximo possível da hora designada na carta ou bilhete de convite. Há convidados que folgam em comparecer só depois da hora marcada - triste modo é este de se quererem dar importância. Esta falta de delicadeza e atenção para com os donos da casa, e para com os seus hospedes, pode dar motivo a duas coisas, ambas desagradáveis para quem assim pratica: 1ª não ser mais convidado pelos donos da casa para outros jantares : - 2ª apurar a paciência aos demais hospedes, e fazer com que eles aproveitem o tempo, que estiverem esperando, em analisar a vida, e as manhas do causador da demora, se porventura sabem quem é."
Fritos
1 colher de manteiga de porco [vulgo, banha de porco], 2 de azeite, põe-se ao lume a ferver, tira-se para fora e deita-se-lhe um decilitro de vinho branco, 3 ovos, sumo de 3 laranjas e uma pedra de sal, mistura-se tudo e vai-se deitando a farinha até se poder amassar sem se pegar mas deixando a massa branda e bem trabalhada até fazer bolhas. Em seguida estende-se com o rolo e frege-se com azeite.
Ovos Mexidos
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Madame Annette Lisard: Manual Prático da Cozinheira. s/d [1900?], Lisboa - Livraria Popular Francisco Franco. p. 194 |
Móvel Mosqueiro
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
Esquecidos
terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Confeiteiros, doceiros e outras coisas boas de uma Lisboa antiga!
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