sexta-feira, 29 de junho de 2018

Bolo da Ocasião e Molho "Mornay"

Da Cozinheira Desconhecida

Bolo da Ocasião

2 chávenas de farinha trigo
1 chávena de leite
1 colher de sopa de manteiga
1 chávena de açúcar
1 colher de chá de fermento
1 ovo completo

Bate-se a manteiga com o açúcar e os ovos [sic] depois junta-se o leite, o fermento e a farinha trigo e bate-se bem.
Vai ao forno em forma untada de manteiga e polvilhada de farinha.

Molho "Mornay"

Prepare um molho "Béchamel" e misture-lhe aos poucos 100 grs. de queijo "Gruyère" ralado, mexendo constantemente e tendo em conta que o queijo engrossa o molho.

(O bechamel é um molho que se faz da seguinte maneira:
Deitam-se numa caçarola seis colheres grandes de molho espanhol e duas ou três de caldo de substância e põe-se a caçarola ao lume, sem cessar de mexer o molho até reduzi-lo a metade. Reduzem-se igualmente a metade de dois litros de leite, mexendo sempre para que não se pegue.
Misturam-se as reduções e levam-se ao lume por espaço de três quartos de hora, sem cessar de mexer, e quando o molho está suficientemente ligado coa-se.)

Livros de Receitas da Cozinheira Desconhecida

 Capa a proteger a Agenda

 Agenda A Mulher Elegante - 1967

Livro/Capa com uma grande miscelânea de letras, recortes, textos.

Resgatei da casa Bidding Leilões dois livros de receitas de culinária que terá pertencido a alguma senhora - suponho pela letra - e que contém centenas de receitas manuscritas, impressas na agenda ou de periódicos.
O primeiro (as duas primeiras imagens)é uma agenda de 1967, com imensas receitas impressas da própria agenda e uma quantidade enorme de outras já manuscritas ou retiradas de jornais e revistas e coladas ao longo das páginas. A letra é muito bem desenhada e legível. Por algumas coisas presentes no seu interior, diria que a misteriosa Cozinheira Desconhecida terá residido em Angola.

O segundo livro (terceira imagem) é mais caótico. É um amontoado disperso de receitas manuscritas, com uma quantidade infindável de letras diferentes e alguns recortes de jornais.

Nenhum dos livros se encontra assinado... o que é estranho.

Vai ser uma delícia ir desbravando estes dois cadernos da baptizada de Cozinheira Desconhecida.

sábado, 23 de junho de 2018

Uma pequena história sobre a origem do blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda na semana que ultrapassou 1 Milhão de Visitantes.

Este blog iniciou-se a 17 de Março de 2012 e levou o nome, primeiramente, da extraordinária Avó Helena, exímia cozinheira (como em tudo), e que nos legou uma série de livros de receitas manuscritas por ela. Como a família é grande, resolvemos começar, aos poucos, a publicar e a divulgar as receitas mais "famosas" e que mais saudades nos deixavam para que, facilmente e a qualquer hora, qualquer um de nós lhes pudesse ter acesso. Eis se não quando o feedback de amigos e de desconhecidos começou a ser muito positivo e simpático, estimulando-nos a continuar e a mantermos o blog em actividade. 

Assim, e com o apoio de familiares e amigos, fomos inserindo alguns "making-off" de receitas que íamos experimentando, as criticas e comentários que iam surgindo no e-mail vindo das mais variadas zonas do planeta, assim como fomos publicando artigos ou histórias ligados com culinária, cozinha e a sua história. Fomos digitalizando algumas obras, partilhando outras que íamos encontrando por aí em jornais, revistas, bibliotecas e arquivos (graças a Deus que há a pancada forte de ler jornais antigos e andar sempre à coca pela Hemeroteca Municipal Digital, Biblioteca Nacional Digital e muitos outros repositórios).

Com a morte da Avó Eduarda, não tão exímia cozinheira (ficou célebre o gabado prato de frango que, afinal, era de bacalhau) mas com igual amor e gosto de reunir a família à volta de uma mesa, herdámos, para além de muitas receitas também manuscritas, aquele que consideramos o melhor livro de receitas para uso quotidiano: O Tratado Completo de Cozinha e de Copa, de Carlos Bento da Maia. Este livro tornou-se o primeiro de mais de cem que entretanto fomos adquirindo e coleccionando, formando assim uma biblioteca As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda, que conta já com cerca de 120 volumes. Foi então assim que o blog - embora não tivéssemos conseguido alterar a morada do mesmo - passou a ter a designação de: As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda.
Seis anos depois, o blog continua com vitalidade, com novas valências e público. Sempre muito público. Querem ver?

Pois é... 900 entradas depois - esta será a 901 - já ultrapassámos o MILHÃO DE VISITANTES. Nunca sonharia tão número redondo... Ficámos, estamos, muito felizes, pois é na partilha, de nós para vós ou de vós para nós, que vamos construindo conhecimento, partilhando vivências. Partilhar e receber histórias, partilhar e receber saberes, partilhar e receber curiosidades, partilhar e receber informações. Neste momento sabemos que partilhámos e recebemos UM MILHÃO de afectos.

Queremos assim agradecer a todos os que, tenha sido apenas com uma visita ou centenas delas, nos têm dado alento e alegria para continuarmos para outros milhões.

Bem-hajam... cá continuaremos com esta nossa casa aberta para todos vós.

Eu com a Avó Helena na sua casa da Frei Tomé de Jesus.
Eu com a Avó Eduarda e a primeira dos 7 bisnetos, a Leonor, na Gulbenkian.
O que não são receitas e que recomendamos a visita:

- Bem Viver Boa Mesa, de Fernanda de Castro
- História (separador)
- Cafés de Lisboa, por Tinop

Para outras curiosidades, consulte a lista na parte lateral do blog.

Pãezinhos de 1/4 de Hora

Coisas Boas - Receitas Culinárias, Associação das obras  assistenciais das
Conferências Femininas de S. Vicente de Paulo, Lisboa, Edição Livros do Brasil, S/D, p. 423

Pãezinhos de 1/4 de Hora

3 chávenas de farinha
2 ovos
1 chávena de leite
2 colheres de sopa de pó "Royal" (fermento)

Amassa-se tudo, tendem-se, pintam-se com ovo e vão a forno quente. [Eu coloquei pelos 200ºc]. Põe-se-lhe manteiga como nas sanduíches. 
Olga Paradinha


Eu não esperei sequer um minuto para os ir fazer. E saíram assim, lindos e saborosos, apesar de não terem levado ponta de sal. E são realmente muito rápidos. 
Excelente com mel, compotas e manteiga. E dão a ideia de aguentarem bem um dia inteiro (pelo menos).

Fica assim com uma ideia para o seu pequeno-almoço de Domingo. Experimente e diga-me de sua justiça.

sábado, 16 de junho de 2018

Bolo de Limão

Bolo de Limão

250 de Vaqueiro
250 de açúcar
5 ovos
Raspa da casca de 2 limões
250 de farinha
2 colheres (café) de fermento

Misture bem e leve ao forno. Deixe arrefecer durante alguns minutos, pique-o com um palito e regue com esta mistura: 1 dl. de sumo de limão e 100 gr. de açúcar.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Princesas

Real Confeiteiro Português e Brasileiro, Sophia de Souza, Lisboa, Livraria Clássica de A. M. Teixeira,
 1904 (Edição facsimilada de Arquimedes Livros), p. 302

Princesas

Deita-se, em um alguidar de barro vidrado, 500 gramas de farinha de trigo, 1000 gramas de açúcar, 500 gramas de manteiga derretida, três gemas de ovo e dois cálices de vinho do Porto. Amassa-se tudo muito bem durante vinte minutos e, depois, manipulam-se pequenos doces, que se dispõem em tabuleiros de lata polvilhados com farinha e se cozem em forno de fogo vivo.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Castanhas Doces de Viseu

Coisas Boas - Receitas Culinárias, Associação das obras  assistenciais das
Conferências Femininas de S. Vicente de Paulo, Lisboa, Edição Livros do Brasil, S/D, p. 478

Castanhas Doces de Viseu

250 gr. de açúcar pilé.
20 gemas.

Põe-se o açúcar em ponto de bola. Conhece-se este ponto quando, deitando um bocadinho de água fria, faz pedra. Deixa-se esfriar um bocado, juntam-se as gemas, que já devem estar levemente batidas. Leva-se novamente ao lume e mexe-se dum lado para o outro sem ser de roda. Sabe-se que está cozida quando se desgarra do tacho. Tira-se a massa do tacho e deixa-se arrefecer completamente, ou deixa-se ficar de um dia para o outro, o que é melhor.
Tendem-se então as castanhas com muito pouca farinha como se fossem croquetes. Unta-se com gema de ovo, que deve estar misturada com uma pinguinha de água, e fazem-se-lhe uns riscos com as costas de uma faca. Assam-se, em lume forte de brasas, espetadas num pau fininho que pode ser um espeto de palmeira.
Alda de Azevedo P. de Almeida Dias
Póvoa do Arcediago

[A minha Tia Júlia, pelo que sei, queimava a parte de cima das castanhas com um ferro em brasa].
Neste blogue existe outra receita de Castanhas de Ovos:
http://asreceitasdaavohelena.blogspot.com/2012/05/castanhas-de-ovos.html

Aquisições da Feira do Livro de Lisboa 2018 e uma Oferta

 Aquisições Feira do Livro de Lisboa 2018:


Coisas Boas - Receitas Culinárias, Associação das obras  assistenciais das Conferências Femininas de S. Vicente de Paulo, Lisboa, Edição Livros do Brasil, Sem Data.
Trata-se de um extraordinário livro, extenso, completo, com receitas de Sopas, Acompanhamentos, Ovos, Salgados, Peixes, Carnes, Molhos, Sobremesas, Bolos, Biscoitos e Bolinhos, Massas, Cozinha e Doçaria Portuguesa e receitas estrangeiras (Moçambique, China, Alemanha, Itália, África do Sul, França, Espanha, Grécia, Japão, Bélgica, Suíça, Rússia, Holanda, Goa, Áustria e América).


Real Confeiteiro Português e Brasileiro, Sophia de Souza, Lisboa, Livraria Clássica de A. M. Teixeira, 1904 (Edição facsimilada de Arquimedes Livros). Um excelente livro que compila os principais doces de Portugal e Brasil, à época. Índice por ordem alfabética.


Mesa Real Dinastia de Bragança, Ana Marques Pereira, Lisboa, Edições Inapa, 2007 (2ª ed.). Uma obra-prima historiográfica que nos transporta para o delicado e complexo mundo da cozinha e da mesa Real. É uma obra fascinante e profusamente ilustrada... sem receitas.


Comer Como Uma Rainha - O receituário real do séc. XVI ao séc. XX, Guida Cândido, Lisboa, Publicações D. Quixote, 2018. Depois do enorme sucesso do galardoado Cinco Séculos à Mesa, Guida Cândido torna a deslumbrar com um livro que é ao mesmo tempo um livro de História e um livro de Receitas, redigido para o grande público, sendo certo que todas as receitas foram experimentadas - logo, resultam - e partilhadas de modo a que todos possam realizá-las. As fotografias são maravilhosas. É um livro obrigatório.

E a oferta:

À Mesa do Príncipe - Jantar e Cear na Corte de Lisboa (1500 - 1700): prata, madrepérola, cristal de rocha e porcelana, Hugo Miguel Crespo, Lisboa, AR/PAB, 2018.
Com a chancela do Antiquário Álvaro Roquete e Pedro Aguiar-Branco, temos uma obra absolutamente extraordinária de Hugo Miguel Crespo, com textos de Annemaria Jordan Gschwend - Rainha d'Aquém e d'Além-Mar. Jantar e Cear à Mesa de D. Catarina de Áustria na Corte de Lisboa -, Sasha Assis Lima - Sobre o Vinho em Portugal (1500-1700) - e Letizia Arbeteta Mira - Dois Vasos de Cristal de Rocha Para a Mesa Principesca. Abrir este livro é entrar num mundo encantado, num museu secreto, numa viagem pelo requinte e pelo luxo. Dos mais belos livros da minha colecção.

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