quinta-feira, 2 de maio de 2024

Sorbetes de Naranja

Luis San Valentin. Cocina de Las Monjas. Madrid: Alianza Editorial. 1997. p. 90


Sorbetes de Naranja
Reverendas Madres Clarisas. Monasterio de la Asunción.
- Castil de Lences -

Ingredientes
20 naranjas de las de zumo. Raspaduras de cuatro de ellas.
1/4 kg. [250 g] de azúcar
6 yemas de huevo
1 clara

Elaboracion
Se pelan las naranjas, se las trocea en cuartos, se las extrae las semillas si las tuvieren, machacándolas a continuación. Seguidamente se envuelven en un lienzo y se prensan. En un recipiente adecuado se mezclan el zumo, el azúcar, las yemas y la clara, batiéndolo todo muy bien. Por último, se coloca en el frigorífico, donde deberá permanecer hasta el momento de servirlo.

TRADUÇÃO SIMPLES

Ingredientes
20 laranjas das de sumo. Raspas de 4 das laranjas,
1/4 kg. [250 g.] de açúcar
6 gemas de ovos
1 clara

Elaboração
Descasque as laranjas, corte-as em quartos, extraia as sementes, se as tiverem, e esmague as laranjas. Em seguida, embrulhe-as num pano para serem prensadas. Numa taça adequada, misture o sumo, o açúcar, as gemas e a clara de ovo, batendo tudo muito bem. Por fim, coloque no congelador, onde deve permanecer até a hora de servir.

La Cocina de Las Monjas

Luis San Valentin. Cocina de Las Monjas. Madrid: Alianza Editorial. 1997

Quando se trata de gastronomia, por vezes até mais do que nas questões da fé, o epiteto de "monja", freira, padre, abade dão, por si só, um selo de qualidade. E por isso não podia deixar passar este pequeno livro de bolso espanhol, bem interessante e estruturado. 
O livro está dividido por diversas Ordens Monásticas - Agostinhas, Concepcionistas, Dominicanas, Carmelitas, Cistercienses, Clarissas, etc. etc. etc. - espalhadas por muitas localidades diferentes e que nos são apresentadas pelo autor com um resumo sobre a história da Ordem em questão. Depois então entramos pela cozinha conventual, com pratos que vão da sopa, ao prato de carne ou peixe e às sobremesas. Um livro simples ilustrado com algumas imagens que nos remetem para a simplicidade dos utensílios e dos espaços, "que revelan una concepción del tiempo distinta de la habitual y son una original y sencilla manera de entender la restauración."

Espero que gostem desta viagem ao mais fundo do território de nuestros hermanos...

Bolo Luís de Camões (sem ovos)


Bolo Luiz de Camões
(sem ovos)

250 g. de farinha, 250 g. de açúcar, 1 colher de sopa de manteiga, canela, 1 quartilho [meio litro] de leite e uma colher de chá de bicarbonato de soda. Mistura-se o açúcar com a manteiga, deita-se o leite e a canela, bate-se bem e em estando pronto deita-se o bicarbonato. Vai ao forno em lata untada com manteiga.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Gelado de Cravo

Constantino Carneiro: Novo Manuel do Cozinheiro. Paris: Garnier Irmãos, Editores. Sem Data. Pág. 351

Gelado de Cravo

Cravo - 1 libra [cerca de 453 gramas]
Água - 1 canada [cerca de 2 litros]
Açúcar - 12 onças [cerca de 348 gramas; 1 onça corresponde a cerca de 29 gramas]

Elegem-se os cravos cor de rosa, desfolham-se, coloquem-se numa vasilha, na qual se deite o açúcar diluído. Após uma infusão de quatro horas, passa-se esse licor na peneira, e gele-se.
Podem-se, no inverno, fazer gelados de diversas águas de cheiro. Mas estes nunca são tão agradáveis como os que se fazem com as frutas e flores em sua própria estação.

domingo, 21 de abril de 2024

Lâminas (Pinhel)

Emanuel Ribeiro: O Doce nunca amargou: Doçaria Portuguesa. História. Decoração. Receituário. Coimbra, Imprensa da Universidade. 1928. p. 100

Lâminas
Pinhel

Façam-se fatias delgadas de pão, mergulhem-se durante alguns minutos em leite e mel, passem-se depois em ovos batidos e fritem-se em manteiga fresca. Retirem-se do lume e polvilhem-se de canela. Comem-se quentes.

sábado, 20 de abril de 2024

O Doce nunca amargou: Doçaria Portuguesa. História. Decoração. Receituário, de Emanuel Ribeiro

Emanuel Ribeiro: O Doce nunca amargou: Doçaria Portuguesa. História. Decoração. Receituário.
Coimbra, Imprensa da Universidade. 1928

Uma aquisição há muito esperada, finalmente concretizada, foi a deste grande clássico O Doce nunca amargou: Doçaria Portuguesa. História. Decoração. Receituário, do ilustre Emanuel Ribeiro, homem dos sete ofícios... ora contem: poeta, etnógrafo, arqueológo, professor, crítico de arte, historiador e coleccionador.

Esta obra, inicialmente publicada em 1923, conheceu depois esta edição de 1828 da Universidade de Coimbra, revista e aumentada, e, bem mais tarde, em 1997, uma outra publicação pela mão da Colares Editora e de Maria Proença. 

É um dos estudos clássicos sobre gastronomia, nomeadamente doçaria e papéis recortados que embelezavam as caixas e os tabuleiros onde se guardavam os mesmos. Mas também vocabulário e métodos de fabrico, histórias e extrapolações.

O primeiro capítulo podemos resumi-lo usando das palavras de Maria Proença na edição de 1997: 

A obra contém um primeiro capítulo sobre a história e a decoração da doçaria em Portugal. Aqui os dados vão sendo relatados, alheios a qualquer critério metodológico ou sistemático, mas antes ao sabor de notas e lembranças que expressivamente se registam. As descrições recorrem tanto à história como à literatura, à etnografia como à arte. Banquetes régios e procissões, feiras e romarias, a festa e a morte, o frade e o fidalgo, as freiras e as vendedoras de doces, todos são intérpretes e cenário de um belo e por vezes incrível espectáculo que revela as histórias, os hábitos, os prazeres e os recursos de um País. (...) 
Este capítulo contém quase uma centena de gravuras maioritariamente ilustrativas dos papéis recortados usados para adorno de doces e que Emanuel Ribeiro profusamente coleccionou, considera-os como "uma das nossas mais belas manifestações de arte popular."

Segue-se depois um magnifico glossário e, nos restantes capítulos, receituário de alguns doces regionais, conventuais ou outros e que correspondem a uma recolha do autor. (...) 
Em primeiro lugar, vemos que a doçaria regional utiliza, não exclusiva, mas maioritariamente, produtos provenientes duma produção local ou geralmente mais económicos. A doçaria conventual é mais rica, recorrendo a produtos mais dispendiosos ou de uso menos frequente, mas, sobretudo, usando-os em quantidades muito mais significativas, pegando novamente em Maria Proença.

É um livro que irei voltar mais e mais vezes, seguramente. Espero que gostem dele tanto quanto eu.

domingo, 14 de abril de 2024

Torta Não Enrolada de Limão



Torta Não Enrolada de Limão

- Ingredientes para 6 pessoas

Para a massa: 
400 gr. de farinha
200 gr. de manteiga
150 gr. de açúcar
uma pitada de sal
1 ovo
1 dl. de leite

Peneire a farinha e deite ao centro a manteiga, o açúcar, o ovo e o sal.
Amasse rapidamente a massa, e deixe-a repousar no frigorifico cerca de 30 minutos. Depois estenda a massa até obter uma espessura de 4 ou 5 mm e forre com ela uma forma baixa e rectangular previamente bem untada e enfarinhada.
Pique a massa com um garfo e ponha-a a cozer em forno previamente aquecido cerca de 25 minutos, até ganhar um tom dourado, e em seguida retire-a do forno.

Para o creme:
3 ovos
250 gr. de açúcar
4 colheres de sopa de farinha com fermento
e oito colheres de sumo de limão

Peneire para um recipiente a farinha e o açúcar, deite no meio os ovos, para tudo estar bem unido. Finalmente junte o sumo de limão.
Deite este creme sobre a massa já preparada e volte a pôr tudo no forno até o creme ficar dourado. Cerca de 35 minutos.

Fiz com farinha Branca de Neve que já tem fermento e ficou muito boa.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Pudim de Claras ou Pinha

 

Pudim de Claras ou Pinha

Batem-se 7 claras com 7 colheres de açúcar, quando as claras estão bem em ponto, deitam-se num prato de guardanapo, bem untado de manteiga, e leva-se ao forno durante uns cinco minutos, até ficar lourinho. Depois passa-se com muito cuidado para um prato fundo, onde deve ficar. Faz-se uma calda de 6 colheres de sopa de açúcar com meio litro de água e uma pitada de canela; quando esta estiver num ponto não muito forte, tira-se do lume, deixa-se parar a fervura e mistura-se-lhe as 7 gemas ou mais, depois de toda bem batidas. Leva-se novamente a lume brando, para engrossar um pouco, e deita-se por cima do pudim.

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Beijo uma mosca, de Juan Vicente Piqueras

 "Beijo uma mosca", de Juan Vicente Piqueras... ou de como chegavam as coisas ao prato!

Aceitam-se sugestões para animar mais ainda o blog e o Instagram! Só não me ponham a cozinhar... sou quase e apenas um cozinheiro teórico.


domingo, 7 de abril de 2024

Petiscos de Veneza com a ajuda de uma Bussola.

Tessa Kiros: Veneza - Petiscos. Civilização Editora, Porto: 2010

Tessa Kiros tem vindo a impor-se no mundo editorial pela grande variedade e extraordinária qualidade dos livros que edita. Este Veneza - Petiscos, é uma prova disso mesmo. 
Para além de ser um livro de fotografias extraordinário, dá-nos uma visão muito alargada da cozinha veneziana, sempre com uma pequena introdução ou reflexão da autora. As receitas estão muito bem explicadas e parecem simples. Belíssimo livro e edição da Civilização Editora.

Para começar esta viagem por Veneza, não pode faltar uma Bussola:

Tessa Kiros: Veneza - Petiscos. Civilização Editora, Porto: 2010. p. 280

Bussola
Biscoitos em S ou redondos

Estes são os famosos biscoitos firmes em forma de S ou redondos, que são muito bons para servir, por exemplo, com um fragolino e que têm inúmeras variações. Também são óptimos para acompanhar um pequeno prato de morangos silvestres e outro de gelado de baunilha. Devem ser estes biscoitos que o barqueiro disse serem provenientes de Burano, com as suas maravilhosas casas coloridas... são guardados nas gavetas da roupa interior por causa do extraordinário odor que exalam e duram imenso tempo por causa do citrino. Só em Veneza seria possível eu acreditar nesta história.

125 g. de manteiga sem sal fria e cortada em pedaços
250 g. (2 chávenas) de farinha para bolos
2 gemas de ovo
1 1/2 [uma e meia] colheres de chá de essência de baunilha
1 1/2 [uma e meia] colheres de chá de raspas finas de casca de limão
2 colheres de sopa de leite

Misture a manteiga com a farinha e o açúcar até obter uma mistura de aspecto grosseiro (semelhante a areia molhada). Misture as gemas de ovo, a essência de baunilha, as raspas de limão e o leite numa outra caçarola. Junte à mistura anterior e misture tudo muito bem. (Em alternativa, misture tudo numa misturadora).
Coloque esta massa sobre uma tábua e forme um rolo grosso, com cerca de 20 cm de comprimento. Envolva este rola em pelicula aderente e reserve no frigorifico durante cerca de uma hora, ou mais.

Pré-aqueça o forno a 170 ºC. Forre dois tabuleiros de forno com papel vegetal. Irá necessitar de uma superfície lisa polvilhada com um pouco de farinha e deve também polvilhar as mãos com farinha.

Guarde metade da massa no frigorífico enquanto trabalha a outra metade. Corte fatias do rolo com cerca de 5 mm de espessura e enrole-as até formarem tiram com cerca de 8 cm de comprimento por 1 cm de espessura. Modele-as em forma de S. (Em alternativa, enrole-as em tiras de 10 cm por 4 cm e una as extremidades, de maneira a formar círculos.)

Coloque cada um dos S ou círculos no tabuleiro. Deixe cozer no forno durante aproximadamente 10-15 minutos, até ficarem esbranquiçados, mas alourados em algumas partes - não devem ficar demasiado duros, pois acabarão por endurecer quando forem retirados do forno.

Para cerca de 50 biscoitos.

sábado, 23 de março de 2024

Queijadas de Páscoa

Manual do Confeiteiro e Pasteleiro: Nova arte do Conserveiro e Doceiro, Enciclopédia Bordalo, 
Vol. XII, Editor Arnaldo Bordalo, Lisboa, 1904 - pág. 57

 Queijadas de Páscoa

Tomem-se 650 gramas de açúcar, em ponto de fio, e deitem-se-lhes, fora do lume, 500 gramas de amêndoas bem pisadas e desfeitas com a colher à medida que se forem deitando. Torna-se a por no fogo e, enquanto levanta fervura, deitem-se para dentro mais 6 gemas e 8 claras de ovos; em fervendo um pouco, adicione uma pouca de canela por cima, e desvie-se do lume. Toma-se em seguida a massa com a manteiga e pouco açúcar, fazem-se as queijadas, deixam-se esfriar e mandam-se ao forno.

quarta-feira, 20 de março de 2024

Doce de Ovos (Rápido)


Doce de Ovos
(Rápido)

225 gr. de açúcar, 7 gemas de ovos e meia chávena de leite. Ligam-se as gemas como açúcar e depois de ligadas deita-se-lhes o leite e vai ao lume, mexendo sempre sem parar. Quando principia a engrossar está pronto.

Esta receita encontra-se publicada numa publicação periódica que foi aqui publicada em Dezembro de 2017 e que podem ver aqui, sem tirar nem pôr:
https://asreceitasdaavohelena.blogspot.com/2017/09/doce-de-ovos-rapido.html

terça-feira, 19 de março de 2024

Bacalhau de Manteiga

Estava eu a "passear" pela Biblioteca Nacional Digital - https://bndigital.bnportugal.gov.pt/ - e dou de caras com um belíssimo livro de receitas do séc. XVIII, com uma letra razoável, e muito curioso. É o:

Livro de cozinha para se governarem os que curiozamente quizerem guizar / feyto pello P. Fr. Manuel de Santa Thereza e oferecido aos irmãos leygos desta Provincia dos Algarves...he do uzo do irmão Fr. Theodoro de Santa Ana.... - [17--]. - [175] f.; 20 cm

Digitalizado a partir de: cod-11390 : http://purl.pt/24898

Vim depois a saber que o livro é referido já por Isabel Drummond Braga e estudado por Elias de Souza Santos na componente lexical. Segundo referem as notas na catalogação, Isabel Drummond Braga diz que parte das receitas foram retiradas do incontornável Arte de Cozinha, de Domingues Rodrigues (1680). Não sei se é o caso da receita que aqui vos trago, que está na página 25, e que me chamou a atenção pelas "variantes" que podia ter. Do salgado ao doce, passando pelo agro-doce, todas as possibilidades eram possíveis. Espero que gostem:


 Bacalhau de Manteiga

Desfazer o bacalhau que quiserem e limpá-lo das espinhas. Derreter a manteiga que for necessária para o afogar, depois deitar-lhe dentro o bacalhau, e mexê-lo muito bem. Deitar-lhe pimenta, cravo, gengibre, noz moscada, e ovos batidos. Depois tirá-lo do fogo e deitar-lhe sumo de limão por cima, e mandá-lo à mesa.

Deste modo se faz com açúcar e canela por cima e se o quiserem agro e doce deita-lhe sumo de limão por cima mas será fora do fogo por não amargar.

domingo, 17 de março de 2024

Rosbeef Sobre o Lume do A cosinha familiar - Tratado de culinária prática

Agarena de Leão : A cosinha familiar - Tratado de culinária prática. 2ª edição. Sociedade Nacional de Tipografia - 1924. p. 58

Rosbeef Sobre o Lume

Tem-se um quilo de bom rosbeef que se apára devidamente, esfrega-se com dois dentes de alho e sal suficiente e mete-se num tacho de barro que se pôs sobre um lume forte contendo uma colher de banha a qual deve estar bem quente. Vai-se voltando a carne de todos os lados para corar (o lume deve estar sempre bem forte afim de deixar a carne bem corada exteriormente e em sangue interiormente.
Em geral, um quarto de hora de cozedura é suficiente para a carne ficar no ponto preciso.
Serve-se numa travessa guarnecida em rodas de limão e quartos de batatas frita sem azeite.

Agarena de Leão : A cosinha familiar - Tratado de culinária prática. 2ª edição.
Sociedade Nacional de Tipografia - 1924

A receita foi retirada deste livro que faz ano 100 anos e que ainda nos vos tinha apresentado. Receitas mais ou menos simples, bem explicadas, cobrindo desde as sopas aos doces. Voltaremos seguramente a ele.

Queijadas de Sintra

Rosa Maria, A Cosinheira das Cosinheiras. Lisboa: Empresa Literária Universal. 3ª edição s.d. pág. 189

Queijadas de Sintra

Queijos frescos de leite de vaca - 50
Gemas de ovos - 24
Açúcar fino - 500 gr.
Farinha de trigo - q.b.

Batem-se num alguidar os queijos frescos com as gemas dos ovos e o açúcar, acrescentando à massa um pouco de farinha de trigo fina para lhe dar a consistência. Prepara-se com farinha, água e sal, uma massa rija que se estende sobre uma tábua com o rolo, se corta em rodelas com golpes na periferia para se formarem com essa massa as cascas das queijadas. Depois de feitas as cascas ou caixas enchem-se com a massa que primeiro se preparou, dispõem-se as queijadas em tabuleiros de folha e vão assim ao forno.

Esta receita foi-me dada por uma criada que se dizia sobrinha da queijadeira sintrense Matilde, e confirmada por pessoas da terra.

domingo, 10 de março de 2024

Bolo Hermínia


Bolo Hermínia

125 gr. de manteiga, que se bate com 250 gr. de açúcar, depois deitam-se 3 gemas de ovos, depois de batido leva meia chávena de leite, junta-se-lhe 150 gr. de farinha, com uma colher de chá de fermento inglês e no fim as claras batidas em castelo.
Deve ser cozido em lume pouco forte.

sábado, 9 de março de 2024

Tarte de Ervilhas Com Fiambre e um Bolo de Chocolate e Natas


 Tarte de Ervilhas Com Fiambre

Massa: 200 g. de farinha, 100 g. de manteiga ou margarina, o,5 dl. de água.
Recheio: 150 g. de fiambre, 3 ovos, 200 g. de ervilhas descascadas, 125 g. de natas, 1 colher de sopa de manteiga, sal, pimenta, noz moscada.

Trabalhe em areia a margarina com a farinha, adicione a água e amasse rapidamente. Molde a massa em bola. Tape-a com um pano e deixe-a descansar 1 hora pelo menos. 
Forre 1 forma de tarte com a massa, que fique o fundo coberto, por cima a colher de manteiga ou margarina cortada aos bocadinhos, depois o fiambre em cubos e espalhe sobre o fundo da tarte. Espalhe também as ervilhas previamente cozidas em água e sal.
À parte bata os ovos com as natas, tempere com sal e pimenta. Deite esta mistura sobre as ervilhas e leve a cozer no forno 25 a 30 minutos. Sirva quente.

Se não tiver natas pode substituir por 1,5 del. de molho bechamel.
Bem temperado é uma delicia.


Bolo de Chocolate e Natas
(Óptimo) (Teresa Marques)

6 gemas de ovos com 6 colheres de açúcar. Bate-se bem, juntam-se 6 colheres de sopa de chocolate em pó e 5 colheres de sopa de cacau. Por fim, juntam-se as claras batidas em castelo.
Vai ao forno em forma bem untada com manteiga.

Depois de frio, batem-se 350 g. de natas e quando estão quase batidas misturam-se açúcar ao gosto. Bate-se mais um bocado.
Cobre-se o bolo com estas natas e vai para a geleira.

FIM

domingo, 3 de março de 2024

Novidades bibliográficas do blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda

Olga de Albuquerque. O Prazer da Mesa. Porto: Livraria Figueirinhas [1953]

O primeiro livro editado em Portugal com explicações passo a passo, segundo indicação da ACCP.

Renato Costa. Sabores Intemporais. Casal de Cambra: Caleidoscópio. 2006

Ministry of Tourism and Greek National Tourism Organisation. Greek Gastronomy. Athens 2004

Charles Oliver. Dinner at Buckingham Palace. London: John Blake Books 2018

As novidades que vieram enriquecer a biblioteca do blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda. 

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Torresmos do Céu

Manual do Confeiteiro e Pasteleiro: Nova arte do Conserveiro e Doceiro, Enciclopédia Bordalo, 
Vol. XII, Editor Arnaldo Bordalo, Lisboa, 1904 - pág.128

 Torresmos do Céu

Faz-se com um quilograma de açúcar uma calda em ponto de pasta; tira-se do lume e juntam-se-lhe 250 gramas de manteiga lavada, 250 gramas de farinha de trigo, alguma canela em pó e 125 gramas de amêndoas cortadas em bocadinhos, depois de descascadas e seis ovos batidos. Mistura-se e põe-se em tacho de cobre, sobre fogo brando. Em esfriando, deita-se sobre a mesa, e corta-se aos pedaços do feitio que se quiser, ou como torresmos.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Bolo Esponja (D. Alzira)

 

Bolo Esponja
(D. Alzira)

7 ovos e 5 claras, 250 g. de açúcar.
Batem-se as gemas com o açúcar e as claras em castelo durante 20 minutos. Depois vai-se deitando as claras nos ovos e, batendo, deita-se um pacote de farinha de batata, sendo dos pequenos, dá-se uma volta; unta-se a forma com manteiga pondo um papel no fundo da forma, depois de untada deita-se a massa dentro e vai ao forno que deve estar moderado. Este bolo pula muito. Também leva um papel por cima para se não crestar.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

D. Ernestina


Fui redescobrir, numa das gravações Super8 do meu Pai,  imagens da D. Ernestina, última cozinheira da casa da minha Avó Eduarda e do meu Avô Manuel, em Santa Cruz da Trapa. Já disse algures que a memória mais antiga que tenho é, precisamente, gastronómica... e é-a com a D. Ernestina e os seus assados, que fazia naquele belíssimo forno a lenha que comandava com engenho e arte, hoje peça meramente decorativa na cozinha da casa. E é precisamente um assado, um perú de noite de Consoada, que nos aparece no filme. 

Lembro-me com carinho da D. Ernestina, das "mesadas" que me dava - e a cada um dos meus irmãos que aparecem nestas filmagens realizadas no Natal de 1981 - do banquinho onde se sentava junto do fogão de lenha (ainda lá está) e do alfinete de peito que deixou testamentado à minha Avó quando a eternidade lhe bateu à porta. Ernestina foi também o nome do último livro que ofereci à minha Avó Eduarda, admiradora que era do Rentes de Carvalho. 

Memórias de carvão e ramo de louro embebido em azeite.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Dossier de Recortes Maria de Lourdes Modesto e o Bolo Quatro Quartos



Adquiri, há bem pouco tempo, uma fantástico dossier com recortes de imprensa de colunas de culinárias de Maria de Lourdes Modesto, datado do ano de 1961. Sem indicação dos jornais ou dos dias em que saíram publicadas as receitas, este dossier não deixa de ser um testemunho do apreço e da atenção que o trabalho de Maria de Lourdes Modesto mereceu. 
Dividido por secções, são centenas de recortes... e um chamou-me logo a atenção pelo nome, antecipando o que viria:


Bolo Quatro Quartos

Igual peso de ovos, manteiga ou margarina, açúcar e farinha.
Pese os ovos com a casca (um ovo fresco pesa aproximadamente 45 a 50 g.).
Separe as gemas das claras.
Num recipiente bata a manteiga ou margarina com o açúcar previamente peneirado até obter um creme muito leve e esbranquiçado.
Adicione as gemas uma a uma, batendo entre cada adição.
Bata as claras em castelo bem firme e junte-as à massa anterior alternadamente com a farinha peneirada.
Leve esta massa a cozer em formas bem untadas e polvilhadas com farinha e em forno médio.
Desenforme logo que saia do forno e deixe arrefecer sobre uma rede.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

SCAENA: À Mesa no Teatro Romano


E acaba de sair mais um fabuloso número da revista Scaena, desta feita com a temática "À Mesa No Teatro Romano", onde somos convidados a participar em várias facetas do saber comer Romano. Não percam. Com a chancela do Museu de Lisboa - Teatro Romano e a participação de nomes como Lídia Fernandes, Ana Marques Pereira, Inês de Ornellas e Castro, Isabel Drumond Braga, Virgílio Santos Nogueiro Gomes, David Felismino, entre muitos outros.

Pode ser adquirida na loja do Museu de Lisboa - Palácio Pimenta e no Museu de Lisboa - Teatro Romano ou na loja online: 

domingo, 4 de fevereiro de 2024

Cozinhados Indianos: Livro mistério.

Cozinhados Indianos by Daniel Ferreira


Uma obra de gastronomia / culinária indo-portuguesa, com forte incidência na doçaria, que deverá ter sido publicada na antiga Índia Portuguesa, talvez Goa, e numa edição que, julgo eu, ainda será de finais do Século XIX. Se alguém tiver alguma informação mais que possa dar sobre este livro, agradecia muito.

Parece-me que faltam alguns páginas ou poderá ser um erro de paginação. Não consigo perceber.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

O Vinho Verde na Mesa e na Cozinha e as belas das Rabanadas Minhotas






Berta Loureiro Dias da Mota Alves. O Vinho Verde na Mesa e na Cozinha. Porto: Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes. 1944

Exemplo de um pequeno opúsculo de "propaganda" a um produto, editado por uma instituição corporativa. Foram várias as agremiações que durante o Estado Novo o fizeram. Chamada cozinha de "enfarta-brutos" mas que termina com umas belas Rabanadas Minhotas que seguidamente transcrevo:

Rabanadas Minhotas

Ferve-se um pouco de bom vinho verde tinto com canela e açúcar.
Passam-se nele, a ferver, as fatias de pão.
Batem-se ovos como para omelette, passam-se neles as fatias e frejem-se em bastante óleo ou azeite bem quente.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Individual Lemon Drizzle Cakes


Mark Flanagan and Kathryn Cuthbertson: Royal Teas. Seasonal recipes from Buckingham Palace. Royal Collection Trust. London 2022

Mark Flanagan and Kathryn Cuthbertson: Royal Teas. Seasonal recipes from Buckingham Palace. Royal. P. 33

Individual Lemon 
Drizzle Cakes

2 free-range eggs
170g (7/8 cup) unrefined caster sugar
170g (3/4 cup) unsalted butter, softened
a pinch of salt
170g (1 1/3 cups) self-raising flour
zest and juice from 2 unwaxed lemons
90g (2/3 cup) icing sugar, sieved
Equipment:
individual paper loaf moulds, available
from all good supermarkets

1 Preheat the oven to 170°C (325°F, gas mark 3).
2 Place the individual loaf moulds on to a flat, heavy-duty baking tray and leave to one side until required.
3 Place the softened butter in an electric mixer bowl fitted with the whisk attachment. Add the remaining ingredients into the bowl and mix on speed 2 for three minutes until all the ingredients are fully incorporated and aerated. Divide evenly between the loaf moulds.
4 Place on the middle shelf of the preheated oven and bake for about 15 minutes, or until the sponge turns golden brown and springs back when touched.

For the lemon drizzle:

5 Place the lemon juice and the sieved icing sugar into a pan and simmer for a couple of minutes or until translucent in appearance. Brush over the lemon cakes as soon as they come out of the oven so that the liquid soaks evenly throughout the cake.

Eu fiz em formas de queques mas podem ser feitas tipo "madalenas".

Caso não consiga perceber a língua inglesa, pode sempre fazer cópia do texto para alguma ferramenta online de tradução como, por exemplo, o Google Tradutor.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

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Figos Cristalizados


Figos Cristalizados

Tomam-se figos pingo de mel os quais devem estar maduros mas não rebentados. Deitam-se numa vasilha e cobrem-se com água a ferver e com um palito vão-se picando e deitam-se para o passador para escorrer um pouco.
Depois de todos picados pesa-se igual porção de açúcar, o qual vai ao lume com pouca água e em começando a ferver juntam-se-lhe os figos que lá devem ferver por espaço de 1 hora. Tiram-se do lume e assim se deixam ficar até ao dia seguinte em que deve ferver novamente por 1 hora. No 3º dia voltam ao lume a ferver outra hora. Em seguida, com uma espumadeira tiram-se os figos da calda, passam-se por açúcar pilé e põe-se a secar sem apanharem sol.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Bolo de Amêndoa (Mª Aurora)


Bolo de Amêndoa
(Mª Aurora)

4 ovos, 1 chávena de manteiga, 1 chávena de açúcar, 1 de leite e 2 de farinha, 4 colheres de chá de fermento e 300 gr. de açúcar. 
Queimam-se 300 gr. de açúcar e depois mistura-se o leite frio e mexe-se sempre. À parte batem-se as gemas com o açúcar e manteiga e mistura-se depois o açúcar depois de frio. Em seguida junta-se a farinha, o fermento e as claras em castelo. Forma untada com manteiga.

Recheio:
1 chávena e meia de açúcar, 1 chávena de leite, 5 colheres de chá de manteiga e 200 gr. de amêndoa.
Depois de queimado o açúcar, deita-se o leite, a manteiga e a amêndoa passada pela máquina. Quando fizer estrada está pronto. Parte-se o bolo, recheia-se e cobre-se.

sábado, 13 de janeiro de 2024

Sopapos de Torres Vedras

Rosa Maria, A Cosinheira das Cosinheiras. Lisboa: Empresa Literária Universal. 3ª edição s.d. pág. 194

Sopapos de Torres Vedras

Deita-se em um tacho meio quilo de açúcar refinado, e adiciona-se-lhe a água precisa para que se dissolva o açúcar, o qual se põe a ferver em lume muito forte, até subir a ponto de cabelo; deita-se-lhe então um litro de leite, que carece estar bem quente para não atrasar a fervura. Mexe-se tudo e deixa-se ferver até que o leite fique bem coalhado (em pedacinhos). Tira-se então do fogo, e adiciona-se à mistura dezasseis gemas de ovos, antes bem batidas, mexe-se durante alguns minutos, e volta depois ao lume a ferver, o bastante para que as gemas fiquem cozidas, o que é rápido. Obtido isto despeja-se o doce me uma travessa e polvilha-se de canele em pó.
Quem, em vez de canela, preferir o sabor de baunilha, deve ferver um pedaço de uma fava de baunilha no leite e depois de fervida, extraí-la para que não fique no doce.

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