terça-feira, 30 de setembro de 2025

Um menu com os Cócós do Rosa Araújo!

Rafael Bordalo Pinheiro : Pontos nos ii - nº 61. 1 de Julho de 1886

Já uma vez foram aqui referidos os famosos Pastéis do Cócó, um ex-libris de Lisboa da segunda metade do séc. XIX, louvado por diversas vezes em diversas publicações e escritos. Como amostra, um excerto de um artigo da revista de Bordalo Pinheiro Pontos nos ii, de 1886, onde os ditos pastéis destronam, no dizer do cronista Pan-Tarantula, os de Marvila ou de Santa Clara.
Se quiserem retomar o que já aqui foi dito sobre os pastéis, podem seguir este link: 


O mais extraordinário é que ainda em 1929 foi servido um almoço onde os Cócós e umas "peças" de ovos Rosa Araújo foram servidos. Relembro-vos que Rosa Araújo morria no ano de 1893. A pastelaria encarregada de servir este almoço, como se diz no cartão do menu, é a antiga casa Rosa Araújo, que ficaria na esquina da Rua da Prata com a Rua de S. Nicolau.
Provavelmente estes pastéis servidos em 1929 já não seriam iguais aos servidos pelo Rosa Araújo e tudo não passaria de uma jogada de 'marketing' da nova casa. Não sei! A verdade é que hoje não há memória dos Cócós nas montras das confeitarias de Lisboa e o bolo simplesmente esfumou-se. Com tantos revivalismos e invenções estapafúrdias, seria uma bela homenagem ao homem responsável pela Avenida de Liberdade, e que por ela morreu pobre, o ressurgimento e a manutenção dos Pastéis do Cócó.

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