sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

D. Ernestina


Fui redescobrir, numa das gravações Super8 do meu Pai,  imagens da D. Ernestina, última cozinheira da casa da minha Avó Eduarda e do meu Avô Manuel, em Santa Cruz da Trapa. Já disse algures que a memória mais antiga que tenho é, precisamente, gastronómica... e é-a com a D. Ernestina e os seus assados, que fazia naquele belíssimo forno a lenha que comandava com engenho e arte, hoje peça meramente decorativa na cozinha da casa. E é precisamente um assado, um perú de noite de Consoada, que nos aparece no filme. 

Lembro-me com carinho da D. Ernestina, das "mesadas" que me dava - e a cada um dos meus irmãos que aparecem nestas filmagens realizadas no Natal de 1981 - do banquinho onde se sentava junto do fogão de lenha (ainda lá está) e do alfinete de peito que deixou testamentado à minha Avó quando a eternidade lhe bateu à porta. Ernestina foi também o nome do último livro que ofereci à minha Avó Eduarda, admiradora que era do Rentes de Carvalho. 

Memórias de carvão e ramo de louro embebido em azeite.

Sem comentários:

Enviar um comentário

As mais visitadas são: