O meu amigo Abel Rodrigues acaba de lançar este livro, com a chancela da Alêtheia Editores, sobre a correspondência política do Conde de Margaride. O Abel fez o estudo introdutório, a leitura e as notas da correspondência e outro amigo, o Prof. Paulo Jorge Fernandes, escreveu o prefácio.
É uma obra que reúne um conjunto de 270 documentos, produzidos entre 1872 e 1908. Trata-se essencialmente de correspondência trocada
com diferentes figuras do mundo da política e da sociedade portuguesa
da época, mas também os discursos proferidos na Câmara dos Pares por
Luís Cardoso Martins.
O acervo documental é oriundo da Casa do Carmo, em Guimarães.
No prefácio pode ler-se que «a correspondência de Luís Cardoso Martins
deve ser valorizada por nos revelar de forma pessoal as opiniões e as
sensibilidades das grandes personagens da política nacional e da região
norte acerca de algumas das mais significativas questões debatidas na
época. A herança que o arquivo da Casa do Carmo abrigava pode,
finalmente, ser usufruída por todos, tanto pelos curiosos da vida local
como pelos interessados na trama política nacional».
A edição tem o apoio da Câmara Municipal de Guimarães. - retirado da página de Facebook do Abel Rodrigues.
E porque é impossível falar-se de Margaride (mesmo que sejam Margarides diferentes) sem nos vir à cabeça - e à boca - o sabor do espectacular Pão-de-Ló de Margaride, aqui vai a sua receita para, quem sabe, acompanhar a leitura deste livro.
E porque é impossível falar-se de Margaride (mesmo que sejam Margarides diferentes) sem nos vir à cabeça - e à boca - o sabor do espectacular Pão-de-Ló de Margaride, aqui vai a sua receita para, quem sabe, acompanhar a leitura deste livro.
Thesouro de Cosinha - Colecção de Manuaes Modernos
por Jorge Cavalheiro, Imprensa Nacional, Porto, 1928, págs.58 e 59
Pão de Ló de Margaride
Quatro ovos, o peso dos mesmos de açúcar, e a metade em farinha de batata ou de trigo, muito fina. Bate-se muito bem o açúcar com as gemas, deitam-se depois as claras batidas em castelo. Estando isto bem ligado, junta-se pouco a pouco a farinha, batendo bem por algum tempo, depois da mistura feita, até ficar a massa muito fina.
Deita-se em forma untada com bastante manteiga e mete-se logo no forno, onde cresce muito. Estando bem cozido, tira-se da forma e, com uma faca muito afiada corta-se horizontalmente em uma, duas ou três partes, como se quiser. Estas fatias barram-se como em recheio de ovos moles e unem-se novamente muito bem. Bate-se com uma faca uma clara com bastante açúcar e sumo de limão; e com esta pasta se cobre todo o bolo dissimulando bem os cortes. O recheio pode ser de creme de chocolate, ou ainda de doce de fruta; mas o de ovos moles é o que em rigor lhe pertence.
Querendo o pão de ló simples, sem recheio, forra-se a forma com papel vegetal, dando sobre este a manteiga e não se cobre com o açúcar e clara.
E porque o saber não ocupa lugar, vamos ver o que nos dizem Ana Marques Pereira e Maria da Graça Pericão, no livro de vocabulário gastronómico Do Comer e do Falar... Tudo vai do começar, sobre o Pão de Ló (no geral):
- Pão de Ló: Bolo fofo feito com gemas, farinha, açúcar e claras em castelo; existem em Portugal várias receitas que correspondem a diferentes tipos de pão de ló considerados tradicionais das várias zonas, como os de Alfeizerão, Alpedrinha, Arouca, Aveiro, Braga, Évora, Feira, Figueiró dos Vinhos, Lafões, Margaride (Felgueiras), Ovar, Penafiel e Viseu. Foi levado pelos portugueses para vários locais do mundo incluindo o Japão, no século XVI, onde a receita foi adoptada passando a designar-se Kasutera (de Castela). Bolo de Saboya (arc.) é uma das designações do Pão de Ló.
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