Revista Brotéria - Vulgarização Científica, ano XVI, Novembro de 1918. Capa. Assina: Adelina
Brazo de Gitana
(receita galega)
Partem-se ovos, segundo a quantidade que se desejar, separando as claras das gemas. Nestas deita-se uma colher (das de sopa) de açúcar por gema, e batem-se muito bem. À parte, batem-se as claras até ficarem como neve, ou, como se costuma dizer, até chegarem ao ponto; misturam-se com as gemas, e juntam-se-lhe 110 gramas de farinha triga por dúzia de ovos. Mexe-se tudo muito bem, e leva-se ao forno numa forma rectangular de lata, forrada de papel branco [calculo que seja Papel Vegetal]. Deve haver grande cuidado em não deixar queimar o doce. Só a experiência poderá mostrar o tempo que deve estar no forno. Isto depende do grau de calor que deve ser bastante intenso, do tamanho da forma e da espessura da camada que se deita dentro. Com o calor, o brazo de gitana incha, levanta e torna-se fofo e louro. Para saber quando está pronto, regulo-me pela cor e meto-lhe também uma agulha, para ver se está suficientemente teso. Tirado do forno, dobra-se ao comprido duas ou três vezes, de modo que na travessa venha a imitar um braço. Adorna-se a travessa a gosto da cozinheira, por exemplo com variadas frutas de conserva. [Eu arriscaria a sugerir fios de ovos, ovos moles ou compotas].
É fino e excelente, quando bem feito.
Adelina
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