quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Celeste, um dos rostos do livro Património: Um livro de receitas com vida(s) dentro








Marisa Araújo e Evandro Martin. Património: Um livro de receitas com vida(s) dentro.
Arouca: ADRIMAG. 2023


Foi hoje apresentada, em Viterbo, a edição italiana do maravilhoso livro Património : Um livro de receitas com vida(s) dentro... um fantástico livro sobre o património, acima de tudo humano, mas também gastronómico, de São Pedro do Sul. São muitas as mulheres que aqui nos são apresentadas mas há uma que tinha que destacar pela proximidade geográfica - Santa Cruz da Trapa - e de amizade/familiar que mantém connosco: a Celeste. Não direi nada da Celeste. A fotografia torna-a transparente e o texto torna-a inteira. 

Deixo apenas, como curiosidade, este pequeno excerto de um vídeo do meu baptizado onde a Celeste, sempre carinhosa, está presente e "atura" alguns dos meus irmãos. Segue-se a magnífica receita que nos deixa no livro.


Obrigado, Celeste. Por tudo o que ajudou e ajuda.

Carne e Chouriça Com Grelos

Entrecosto, pé de porco e chouriças
Grelos
Batatas
Água, sal e azeite

Da véspera, deixa-se as carnes em sal, para tomarem o gosto.
No dia seguinte, é tempo de as pôr a cozer. À maneira antiga, nas panelas de ferro ao lume ou no fogão de lenha, ficavam a cozer umas duas horas, sendo que as chouriças eram colocadas na última meia hora de cozedura. Na panela de pressão, basta meia hora.

Entretanto, descasca-se e corta-se as batatas ao meio e põem-se a cozer. Arranja-se os grelos, dando-lhes um corte no talo, para cozerem melhor e ficarem mais saborosos. Põem-se a cozer.
Serve-se tudo junto numa travessa grande, regado com muito e bom azeite e com broa cortada ao lado, que é para saber ainda melhor.


Resta-me apenas agradecer à autora Marisa Araújo e a Evandro Martin, fotógrafo, esta belíssima obra. E ao Francisco Almeida Dias o de o levar até Itália e traduzi-lo nessa língua tão especial. Ansioso por ver o resultado final.

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

As Sete Chávenas de Chá: Reflexões sobre o consumo do chá e a evolução das chávenas

Sasha Lima: As Sete Chávenas de Chá: Reflexões sobre o consumo do chá e a evolução das chávenas.  Lisboa: Livro de Bordo. 2024

Sasha Lima veio, com este "As Sete Chávenas de Chá: Reflexões sobre o consumo do chá e a evolução das chávenas", colmatar uma falha que existia na bibliografia existente em português sobre a incrível história do chá. 

De uma forma sucinta e clara, e tendo como ponto de partida o célebre poema de Lú Tóng, somos levados pela introdução do chá na europa e as "diferenças de atitude do consumo de chá na China e na Europa" e como a Inglaterra, sobretudo, transformou os hábitos e redimensionou as chávenas onde o revigoroso líquido era consumido.

Muito interessante é o capítulo "Chocolate, café e chá e a conquista do espaço público" e "do espaço privado": "através de uma expansão social contínua, o hábito de tomar chá, que inicialmente fazia parte da mesma esfera pública e do ambiente das normas do serviço adaptado às cafetarias maioritariamente ocupadas por homens, subsequentemente, irá alargar-se à esfera doméstica e aos rituais da prática feminina."

Todas estas transformações são acompanhadas pela evolução na confecções das chávenas e pires: "As chávenas convencionalmente usadas, atualmente, na Inglaterra e na Europa contêm uma medida de 148 ml. (5 onças) de líquido com asas e acompanhadas de um pires a condizer. Porém na China, na Coreia ou no Japão as chávenas não vão além de 59 a 118 ml. (2 a 4 onças) de chá e em Taiwan as chávenas liliputianas que mais parecem dedais nem chegam a conter 30 ml. A capacidade das chávenas no Oriente segue o costume do chá ser servido em pequenas quantidades, repetindo as infusões com a evolução do gosto na preparação das folhas, o que permite estender o prazer na experiência da degustação. Também impede o arrefecimento da bebida que ocorre em chávenas com maior volume, oferecendo, em justa medida as nuances mais marcantes ou subtis de sabores comuns nessa evolução de múltiplas infusões."

Já estão presos à história, não estão?! Há mais, muito mais, neste pequeno grande livro. Não percam.

Parabéns Sasha!

São Favas Contadas: dos vegetais ao vegetarianismo.

Guida Cândido - São Favas Contadas: dos vegetais ao vegetarianismo. Lisboa: Publicações D. Quixote. 2024
 
Se há autora que não lança apenas "mais um livro" de história da alimentação e/ou de culinária é a Guida Cândido. Cada livro que escreve e nos dá a ler, entra directamente para as obras de referência. E este "São Favas Contadas : dos vegetais ao vegetarianismo" não é excepção. 

O modo como se olhava os vegetais e se praticava o vegetarianismo ao longo das diversas épocas históricas merecem um olhar atento e ocupa a primeira parte do livro.

"O que se pretende contar no presente livro é a evolução do consumo de vegetais no contexto histórico da alimentação, passando da mera subsistência à celebração das múltiplas variedades vegetais e da criatividade culinária que elas motivam, desde o século XVI até ao incluo do século XX, através de 11 livros, com 30 espécies de plantas traduzidas em 50 receitas."

Segue-se a apresentação e contexto dos diversos livros de cozinha utilizados e referenciados, desde o Arte de Cozinha ou Methodo de Fazer Guisados, do séc. XVI até ao Culinária Vegetariana, Vegetalina e Menus Frugívoros, de Julieta Ribeiro (1916).

E entramos finalmente nos diversos legumes (raízes, herbáceos e frutos) a cozinhar, sempre acompanhados por uma "biografia" histórica e as receitas escolhidas para cada um deles. 

E porque os olhos também comem, e como é sempre apanágio de todos os livros de Guida Cândido, as fotografias que vão acompanhando o livro são de uma beleza estética e compositiva raras, e nascem do próprio olhar e 'click' da autora. Arte global.

A linguagem é directa e simples, acessível a todos os entendimentos, com uma escrita entusiasmante e envolvente, que não nos deixa parar de ler. E conseguir isso não é fácil... como diria Amália Rodrigues: "- Ser simples é complicado."

Não percam esta edição... até eu fiquei com vontade de comer cogumelos, tão bonitos que eles lá estão!!!

Muitos parabéns, Guida. E longa vida à obra.

domingo, 27 de outubro de 2024

Sophia Loren - Na Cozinha com Amor: "- Devo tudo o que sou ao spaghetti!" mas tomem lá a Beringela à Escabeche

Sophia Loren: Na cozinha com amor. Rio de Janeiro. Edições Bloch. 1971

Em 1968, quando esteve meses imobilizada num quarto de hotel para garantir que a gravidez que traria ao mundo Carlo Ponti fosse levada a bom porto, como o foi, Sophia Loren, com a ajuda de uma secretária, passou a escrito as receitas que fizeram parte da sua vida, quer fossem as suas quer as da nonna Luísa. 

O resultado foi um magnífico livro editado em 1971 - pela Rizzoli Editores, de Milão e logo no mesmo ano a edição brasileira, esta que aqui trago, pela editora Bloch - e que foi um êxito editorial e considerado um dos grande livros da gastronomia italiana. O mais interessante deste livro é que Sophia Loren vai contando alguns episódios da sua vida, dos jantares e almoços que oferecia a amigos e das viagens e filmes que ia fazendo. Interligando a vida com a cozinha, a cozinha com a vida.

O livro é acompanhado de um grafismo e de uma patina do tempo que o torna ainda mais especial. Nele, imensas fotografias de uma Sophia Loren no auge da sua beleza - auge esse, parece-me, que durou toda a vida - e que foram registadas propositadamente para o livro.

Eu, que tenho pela Sophia Loren uma paixão imensa, indissociável de Marcello Mastroianni - a melhor dupla da história do cinema -, fiquei tremendamente comovido quando consegui, finalmente, comprar este livro num leilão e em Portugal. 

Iremos voltar a ele muitas e muitas vezes...

Sophia Loren: Na cozinha com amor. Rio de Janeiro. Edições Bloch. 1971

Beringela à Escabeche 

O escabeche é sempre feito segundo o sistema de vinha d'alhos, usado no Sul de Itália. As beringelas devem ser cortadas em fatias bem grossas e vão a cozinhar em água quente, salgada, devendo sair da panela quando estiverem ainda bem consistentes. Depois de escorridas, são enxutas com cuidado, para que não se rompam.
Após frias, as beringelas são passadas para uma terrina e cobertas com algumas colheres de óleo (70-80 gramas, por cada quilo de beringela) e vinagre. O vinagre deve ser mais ou menos a metade do óleo. Juntam-se ao tempero um punhado de sal, outro de orégãos, um par de cabeças de alho trituradas, alguns grãos de pimenta ou pimentõezinhos vermelhos. Agora, é só dar uma mexidela nos ingredientes, cobrir a terrina e deixar a beringela repousar pelo menos por um dia. Dois, ainda é melhor.

O meu livro de doces (ao alcance de todos), de Maria Olímpia Areal e um Bolo de Claras

Maria Olímpia Areal: O meu livro de doces (ao alcance de todos). Edições ASA. Porto: 1953

Uma nova aquisição para a biblioteca do Blog. Um livro de bolso com receitas rápidas, simples, dedicado à doçaria, por Maria Olimpia Areal, que já aqui andou com o livro Doces Familiares, que podem encontrar aqui no blog. Para dar algum conforto, mesmo que publicitário, é-nos dito que são receitas "selecionadas e experimentadas", como quem diz: - se algo correr mal a culpa é sua e não do livro!

Para começar, mais uma receita de Bolo de Claras:

Maria Olímpia Areal: O meu livro de doces (ao alcance de todos). Edições ASA. Porto: 1953. p. 125

Bolo de Claras
Claras
Açúcar
Fatias de Maçã
Farinha q.b.

Para aproveitar claras pode fazer-se este delicioso bolo:

Batem-se as claras em neve, juntam-se-lhe tantas colheres de açúcar quantas foram as claras e igual número de colheres de farinha. Unte-se uma forma lisa, redonda. com bastante manteiga e polvilha-se com farinha. Deita-se-lhe dentro metade da massa e colocam-se-lhe por cima fatias finas de maçã, que se polvilham com açúcar. Cobre-se tudo com o resto da massa e leva-se ao forno a cozer em forno regular. Quando estiver quase cozido, espalha-se por cima um pouco de manteiga.

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Compota de Castanhas (ou Marron Glacé?)


Compota de Castanhas
(Marron Glacé?)

Assem-se as castanhas em cinzas quentes, pelem-se e deitem-se numa caçarola, com açúcar e alguma água, e deixem-se aboborar por alguns instantes, podendo também dar-se-lhes uma fervura em calda de açúcar, previamente preparada. Logo que as castanhas tenham absorvido suficientemente o açúcar, retirem-se do lume, aromatizem-se com um pouco de xarope de baunilha e deitam-se na compoteira.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Ovos Moles de Aveiro

Ovos Moles de Aveiro

A quantidade que se pretende de açúcar de caixa põe-se em ponto alto, e tira-se fora o tacho do lume a esfriar; deve saber-se que em cada 500 gramas de açúcar há-de deitar-se vinte e uma gema de ovo de galinhas, tomando toda a cautela para que não levem a menor particula de claras. Batem-se até ficar em espuma, e deita-se no açúcar mexendo sempre, torna ao lume até engrossar no ponto que se quiser, sempre mexendo para que se não pegue. Depois de feito, junta-se-lhe a canela em pó e deitam-se em barris ou em pratos.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Oração ao Pão, de Guerra Junqueiro

 

Neste Dia Mundial do Pão, aqui fica a Oração ao Pão, de Guerra Junqueiro, escrito em 1893.

Bolos à Gungunhana e Pastéis à Mouzinho de Albuquerque


Bolos à Gungunhana

Açúcar um arrátel - 459 gramas -, 12 gemas e 6 claras, amêndoa um arrátel - 459 gramas -, uma colher de farinha, uma taça de doce. Deitas em latinhas e vai ao forno. Uma quarta - 125 gramas - de manteiga.


 Pastéis à Mouzinho de Albuquerque

Um arrate - 459 gramas - de açúcar, 12 gemas de ovos, seis sem claras, amêndoas um arrátel - 459 gramas -, uma colher de farinha, uma taça de doce de fruta, uma quarta - 125 gramas - de manteiga. Deitas em latinhas passadas de manteiga e vai ao forno.

Observação:

As receitas, como viram, são exactamente iguais, o que me leva a crer que a diferença estaria no doce de fruta. Estaria subentendido um doce escuro - como de morango, cereja ou amora - para os Gungunhana. A massa, após a cozedura, ficaria escura fazendo-se desde modo a alusão à sua origem africana de tez negra. Já os Mouzinho de Albuquerque requeriam um doce mais claro - de pêssego ou maçã - para que a massa ficasse mais clara após a cozedura, fazendo alusão à tez branca.

Existe uma outra receita de nome Gungunhana no blog - https://asreceitasdaavohelena.blogspot.com/2022/03/gungunhanas.html - que tem na sua composição vinho do Porto e canela, o que tornará a massa, após a cozedura, um pouco escura.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Argolinhas de Amêndoa

 
Carlos Bento da Maia, Tratado Completo de Cozinha e de Copa, edição de 1904, pág. 462

Argolinhas de Amêndoa

Amêndoas doces peladas e pisadas - 500 gr. 
Açúcar pilado - 500 gr. 
Gêmas d'ovos - 7 (105 c3)
Farinha de trigo - 50 gr.
Manteiga para untar - q.b.

Dissolve-se o açúcar nuns quatro decilitros de água, e leva-se ao lume até que a calda chegue a ponto de cabelo. Depois, tira-se a vasilha do lume, junta-se à calda a amêndoa e mexe-se tudo muito bem com uma colher de pau; encorporam-se na massa as gemas de ovos e bate-se até enxugar. Depois, deita-se a farinha, mexe-se e leva-se de novo a massa a lume brando a cozer, até que a massa, a especie, se despegue do tacho. Deita-se depois a especie em pratos a esfriar e, depois de fria, tende-se a massa em cordões com os quais se formam as argolinhas, que se põem em tabuleiros untados com manteiga e polvilhados com farinha e se levam ao forno a cozer.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Arroz de Japão

João da Matta, Arte de Cosinha. Livaria Editora de Mattos Moreira & Compª, Lisboa: 1876. p. 213

 Arroz de Japão

Cozem-se em água 500 gramas de bom arroz, limpo e bem lavado, e em estando bem cozido e quase desfeito junta-se 1 kilo de açúcar já preparado em ponto de espadana e leva-se ao lume (mexendo-o sempre) para que ferva tanto tempo quanto seja preciso para que o arroz e o açúcar fiquem bastante grossos; estando assim, tira-se do lume e deixa-se ficar quase frio, e nesta ocasião se lhe juntam 4 dúzias de gemas de ovos batidas, que se misturam muito bem com o auxílio de uma colher de pau; leva-se outra vez a lume brando, mexendo sempre até enxugarem os ovos, e depois tira-se e põe-se em travessas, deitando-lhe canela em pó por cima.

domingo, 13 de outubro de 2024

Pudim de Vila de Rei e Sopa de Nuvens (vulgo Farófias)

Um caro amigo das lides facebookianas - JNA - deixou-me em tempos, na recepção do Museu onde trabalho, um belo e surpreendente envelope com receitas manuscritas redigidas em diversos tipos de papéis e caligrafias. Algumas são receitas da sua família outras, afiança, são receitas que terão pertencido ao extinto Convento de Nossa Senhora da Graça da vila de Abrantes. As mesmas terão sido resgatadas do convento já após a extinção das ordens religiosas e a morte da última freira do convento (que terá sido em 1891, com a morte de Maria Angélica do Santíssimo Rosário).

Assim sendo, para vos dar a conhecer melhor estas receitas tão generosamente doadas por JNA, começo com uma de cariz familiar, de Sopa de Nuvens - belo nome para umas farófias - e um Pudim de Villa Rei, em papel timbrado de Bath e com a indicação Convento da Graça.

Espero que gostem e agradeço, uma vez mais, a JNA a comovente oferta.


Pudim de Villa de Rei

Um arrátel - 459 gramas - de açúcar de caixa [açúcar não refinado, dito mascavado], depois de limpo, quando começa a ferver um pouco deita-se-lhe uma quarta - 125 gramas - de amêndoa muito bem pisada e quando está em ponto de pasta, tira-se para fora e em estando quase morno, deitam-se-lhe 12 ovos, dos quais se tiram as claras a 10 e só 2 com elas e raspas de casca de laranja ou limão. Bate-se tudo e deita-se na forma untada de manteiga para ir ao forno.


Sopa de Nuvens
[Farófias]

Uma canada - dois litros - de leite, deita-se num tacho, em fervendo deita-se-lhe 12 claras de ovos bem batidos até se poder cortar com a faca. Tira-se para fora as claras já cozidas e deitam-se as gemas a engrossar no leite. Põe-se tudo numa terrina e empoasse de canela.

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Molho de Escabeche à Moda da Amália Rodrigues

O Livro de Pantagruel, de Berta Rosa-Limpo, receita nº 2715

MOLHO DE ESCABECHE À MODA DA AMÁLIA RODRIGUES
 
Alhos cortadinhos à faca - 12 
Folhas de louro em pedacinhos - 2 
Pimenta - 2 c. de chá cheias 
Colorau - 1 c.de sopa cheia 
Salsa - 1 ramo grande 
Vinagre - 5 c.de sopa 
Sal - q. b.

Quando se acaba de fritar o peixe, deitam-se no azeite da fritura todos os elementos acima mencionados menos o vinagre. Deixa-se ferver em lume brando até os alhos tomarem cor, retira-se a frigideira do lume, junta-se o vinagre e volta ao lume a levantar fervura, mexendo sempre. Deita-se sobre o peixe, já acamado em recipiente fundo. É melhor 24 horas depois. 
(Para 2 dúzias de sardinhas ou carapaus pequenos ou 1 dúzia de grandes ou de postinhas de peixe.)

domingo, 29 de setembro de 2024

Molho Português

Madame Annette Lisard: Manual Prático da Cozinheira. s/d [1900?],
Lisboa - Livraria Popular Francisco Franco. p. 60

Molho Português

170 gramas de manteiga fresca, duas gemas de ovos, uma colher de sumo de limão, raspas de noz moscada, açafrão em pó, dois ou três pimentos da India, pimenta e sal. Meta-se numa vasilha com tudo isto num forno com calor moderado e mexa-se até que os ovos se incorporem bem com a manteiga. Se resultar muito grosso, adicionem-se-lhe algumas gotas de água.

Manual Pratico da Cosinheira, de Madame Lisard, e os diferentes serviços para diferentes ocasiões

Madame Annette Lisard: Manual Prático da Cozinheira. s/d [1900?],
Lisboa - Livraria Popular Francisco Franco. pp. 43 - 52







Um livro comprado num antiquário de Viseu, um daqueles clássicos que não podiam faltar, obra em dois volumes mas, infelizmente, só consegui o primeiro, que trata dos assuntos da casa e das carnes, sopas, tartes e molhos. Também com um belíssimo dicionário de termos técnicos e fantásticas ilustrações.

Um dos capítulos, o V, ajuda-nos nos diversos serviços a serem utilizados consoante as ocasiões... um brilharete para as vossas festas.

Para conseguirem lerem bem os textos das imagens que são publicadas, devem clicar em cima dela, uma vez, para a abrir. Uma vez aberta a imagem - sabem-no porque aparece uma moldura preta com a imagem no centro - devem clicar com o botão do lado direito do rato em cima da mesma e depois escolher abrir imagem num novo separador. Abrir-vos-á uma nova janela com a imagem e uma lupa que permite aumentar bastante o tamanho para melhor leitura.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Sopa Seca de Frango

Casa Viva, Ano VII, nº 77 - Janeiro de 1981

Sopa Seca de Frango

1 frango ou galinha
150 g. de chouriço
100 g. de bacon frito
1 pão saloio, de 500 g.
120 g. de manteiga
3 ovos
5 dl. de caldo de galinha
2 dl. de nata
Queijo ralado q.b.
Alcaparras q.b.
2 ou 3 cenouras

Coze-se o frango com um bocado de chouriço e duas ou três cenouras. Depois de cozidos, corta-se o frango em bocados e o chouriço em rodelas finas.
Reduz-se o caldo da cozedura, até ficar em cerca de 2 dl.
Parte-se o pão em fatias, que depois se torram e se barram com manteiga. em ambos os lados.
Arruam-se as torradas no fundo e nos lados de um pirex bem untado, e vão-se dispondo sobre o pão as fatias de bacon frito, os bocados de frango e as rodelas de chouriço.
Rega-se tudo com os caldos preparados e leva-se ao forno, rega-se com a nata aquecida, à qual se juntaram as gemas. Vai ao forno mais alguns minutos e depois de polvilhar com queijo e alcaparras serve-se imediatamente.

domingo, 1 de setembro de 2024

Carta dos Segredos Gastronómicos acompanhada de Sopa Doce

Carta dos Segredos Gastronómicos. Textos Olga Cavaleiro. Edição ADDLAP. 2024

Já tenho vindo a referir o enorme esforço que algumas autarquias, municípios ou conjunto de municípios têm realizado no sentido de registar e arrolar o património gastronómico da sua área geográfica.
 
O grande salto, contudo, tem sido o de não serem apenas trabalhos de registo de receitas, sem qualquer tipo de enquadramento, histórico, social e emocional, que estão sempre ligados ao comer de um povo. Antes pelo contrário. O cuidado em nos darem uma visão geográfica, etnográfica, histórica, sociológica, económica, política e cultural é crucial para melhor percebermos e interiorizarmos que o meio faz, sem dúvida nenhuma, o homem e condiciona (ou alarga) as suas escolhas.

São inúmeros já os exemplos feitos para Viseu, como sejam a Carta Gastronómica de Viseu e a Carta Gastronómica da Região de Lafões. Mas os exemplos repetem-se pelo país fora: Figueira da Foz, Lezíria do Tejo, Coimbra, Vinhais, Tâmega e Sousa, entre muitos outros. Muitos destes trabalhos, sendo comparticipados por diversas fundos europeus, têm a sua distribuição gratuita ou disponibilizada online.

Numa edição da Associação de Desenvolvimento Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP) chega-nos esta belíssima Carta dos Segredos Gastronómicos : Viseu, Dão, Lafões, Alto Paiva, com coordenação editorial de Olga Cavaleiro, Marta Gonçalves e Local Heroes. Os textos, esses, são de Olga Cavaleiro, a quem devemos excelentes trabalhos na área do património gastronómico, um dos quais, pela Âncora Editora, o Portugal Gastronómico: A Gastronomia Portuguesa e as Cozinhas Regionais.

Folheando os segredos desta carta, vamos viajando nos tempos e nas montanhas de uma vasta região, percorrendo as estações do ano, o dia e a noite, e as festas e trabalhos agrícolas que a todas elas estão associadas. Vamos conhecendo a fome de um povo e as formas de a debelar, vamos ao mais simples da vida, onde um prato de arroz doce na mesa significaria uma abastança própria de um casamento. E a cada história associamos um nome e podemos imaginar uma cara, uma casa, a mesa posta... como seria? E sabemos que a cozinha saía da esfera familiar para a comunidade. Havia até umas receitas com poder de curar. Sempre a sobrevivência.

Nestas páginas (re)aprendemos, através de relatos na primeira pessoa, o que era a economia de subsistência e, mais importante ainda - e cada vez mais - a economia sem desperdício, onde tudo era aproveitado e tinha uma utilização, porque a vida não permitia que fosse de outro modo. O que se tinha, tinha-se a muito custo.

O jejum e a abstinência dos calendários católicos eram cumpridos pois, fora deles, o jejum e a abstinência toma o nome de fome.

Andando por estar serras impressas no papel, passamos da crença à heresia, do cristão ao pagão, num ápice mas em feliz convivência. As estruturas mentais que foram moldadas por séculos de forte granito e de alcateias de lobos, de tudo se socorreram para sobreviver. E vingaram.

Na bacia onde se aparava o sangue levava uma cruz em sal, louro e alho. E dizia-se "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém" para o Sarrabulho coalhar. Era cozido numa panela em ferro com água, sal, louro e alho.

Este livro é o melhor e o mais belo roteiro ao sentir da vivência de uma região, emocionando a cada página, a cada fotografia, a cada momento de vida que alguém, justamente mencionado, tirou das suas memórias, do seu coração, dos seus ausentes, para nos oferecer, para nos fazer reflectir de como é cheia de nobreza, daquela que importa, que vem de dentro, não a dos brasões e das cartas de pergaminho, a vida de tantos antes de nós, das serras e dos mares, do granito frio ou das planícies abafadas, das águas sulfúricas ou das nascentes cristalinas. 

No Entrudo era a carne, nós tínhamos as chouriças em função da idade de cada filho. No dia de Carnaval, cada um tinha a sua chouricinha. Cada um tinha que ir, ou com as vacas, ou com as ovelhas e, depois, tínhamos cada um a sua chouricinha para comer naquele dia. Levávamos a chouricinha, queijo seco e pão. Comíamos, cantávamos e bailávamos até cansar! A noite e ao meio-dia era feijão cozido com carne e hortaliça! E um arroz de coelho que se matava para aquele dia. No dia seguinte é que não se comia carne. A minha mãe vendia sardinha, era o Sr Poças que a trazia E eu é que deitava o foguete para avisar que já havia sardinha para vender. Havia uma época em que se salgava a sardinha para depois para o Inverno.
M. M. Viegas - Varzielas, Oliveira de Frades

Este livro é um autêntico diário de uma grande região, repleta de vidas que se orientavam e ritmavam por outros cardinais e por outros tempos. Quanto a mim, inunda-me uma certa nostalgia de algo que não vivi, uma saudade de coisas que nunca cheirei nem saboreei, uma mágoa por dores e sofrimentos que nunca me infligiram ou experimentei, um sorriso por festas, namoros e canções que não assisti, não tive e não lhe sei a letra. E há também o português? Tão especial, por vezes digno de Aquilo, com termos que já não são de hoje ou caíram em desuso. Isso explica um muito útil glossário nas últimas páginas do livro.

A cada final de capítulo, um Obrigado a todos quantos ajudaram a construir esta obra testemunhal.

(Numa segunda edição espero que corrijam aquela questão gráfica onde muitas das letras "d" estão impressas como sendo um ponto negro)

E para adoçar:

Carta dos Segredos Gastronómicos. Textos Olga Cavaleiro. Edição ADDLAP. 2024. p. 301

Sopa Doce
 
Comia-se muita galinha! Fazia-se Canja quando as mulheres pariam. Também se fazia arroz e, quem gostava, punha-lhe sangue. Era o Arroz de Cabidela. Também faziam Galinha Assada no Forno e, quando ela já estava assim muito dura, coziam-na primeiro. E com a água da cozedura faziam Sopa Doce. 
Num alguidar de barro, punham pão de trigo molhado na água da cozedura da galinha. Juntavam açúcar, canela e punham dentro do forno.
Era a sobremesa para o dia de Carnaval, mas comia-se muitas vezes.
Célia F. da Costa, M. Alcide Costa Rosa, M. Lourdes da Costa
Prova, Oliveira de Frades

Foram parceiros neste livro o Município de Oliveira de Frades, o Município de São Pedro do Sul, o Município de Vila Nova de Paiva, o Município de Viseu e o Município de Vouzela.

sábado, 31 de agosto de 2024

Picado de vaca (à moda de 1836)

Annona, ou Mixto-Curioso. Folheto semanal que ensina o método de cozinha e copa, com um artigo de recreação. 1836. Tomo I, n. 6.

Picado de Vaca

Picam-se muito fininhas, três ou quatro cebolas, e deitam-se em uma caçarola, com uma pouca de manteiga, refugam-se até que estejam quase cozidas, deita-se-lhe uma boa pitada de farinha que se mexe até que tome uma cor dourada; molha-se com caldo, meio copo de vinho, sal, pimenta moída; deixa-se ferver até que a cebola esteja cozida, e que não reste molho algum; mete-se então o picado da vaca, ferve-se para que tome gosto, com a cebola; serve-se deitando-se-lhe uma colher de mostarda, ou um golpe de vinagre.

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Annona, ou Mixto-Curioso e os Cocktails do Sr. Rivas




A incorporação de novos volumes à biblioteca do blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda tem sido uma constante e muitos são os recentes volumes que a vieram enriquecer. Por falta de tempo não tenho conseguido vir dando conta dessas novas chegadas mas hoje venho mostrar-vos dois que entraram ontem e que são muito especiais.

A primeira é Annona Ou Mixto-Curioso. Folheto Semanal que Ensina o Methodo de Cosinha e Copa, com um artigo de Recreação, tida como o primeiro folheto ou revista de culinária em Portugal e que se compõe de 36 números dispersos ao longo dos anos de 1836-1837. Apenas consegui 5 números mas foi um óptimo arranque para tentar fazer a colecção completa. Se alguém souber ou tiver alguns que queiram despachar... digam-me!!!!

E o segundo volume é o célebre Cocktails, de Manuel Rivas. Homem nascido em Cesantes, Espanha, em 1900, foi com 16 anos para o Brasil onde começou a trabalhar num restaurante de Copacabana. Já no Rio de Janeiro, trabalha no luxuoso Bar Americano onde, em pouco tempo, chega a primeiro barman do estabelecimento. Passa por Buenos Aires até voltar a Espanha onde ganha, em 1927, o primeiro prémio do Concurso de Cocktails. Mais tarde é convidado para vir inaugurar o English Stores em Lisboa, publicando de seguida este livro.

Afinal, o que é um bom prato sem uma boa bebida?!

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Ovos Fritos Com Presunto

Almanaque Ilustrado do Brasil Portugal 1901

Ovos Fritos Com Presunto

Para seis ovos cortem-se seis delgadas fatias de presunto, do tamanho da palma da mão, escolhendo o que for mais gordo; façam-se corar de ambos os lados, ao lume, dentro de uma frigideira, a seco. Estando loiras, tirem-se e coloquem-se no prato em que se servirem.
Junte-se à gordura que largou o presunto um pouco de azeite, e quando estiver bem quente, quebre-se nele um ovo fresco, com cuidado para que se não rompa a gema e fique bem espelhado. Assim que estiver frito, e com a gema mole, tire-se e arranje-se em cima de uma das fatias de presunto. Continue-se assim com os demais até estarem todos fritos. Deite-se depois o molho por cima dos ovos, e sirvam-se logo.

sábado, 24 de agosto de 2024

Petit Fours Vitória

Algumas deliciosas receitas dos mais afamados bolos.
Lisbonense Vitória, Lda. Lisboa: 1945. Pág. 12

Petit Fours Vitoria

Fórmula:

Ovos inteiros - 3
Açúcar - 150 grs.
Manteiga ou margarina - 125 grs.
Farinha de trigo especial Vitória - 200 grs.
Fermento em Pó Vitória - 2 colheres de chá 
Leite - 1 decl.

Modo de preparar:

Batem-se bem os ovos e o açúcar e a manteiga, a que se vai juntando, pouco a pouco, a farinha previamente misturada com o fermento, e o leite, até formar uma massa muito macia.
Colocar, com uma colher, a massa, em cápsulas de papel, que vão ao forno moderado, sobre um tabuleiro.

Fermento em Pó Vitória

Algumas deliciosas receitas dos mais afamados bolos.
Lisbonense Vitória, Lda. Lisboa: 1945

Um pequeno livrinho de 14 páginas oferecido pelos "Produtos Alimentícios - Doces e Pudins Instantâneos - Lisbonense Vitória, Lda.", com sede na Avenida Almirante Reis, 213, em Lisboa. Da edição impressa pela Scarpa, Lda., fizeram-se dez mil exemplares em 13-05-1945.
Um mimo com óptimos bolos.

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Éclairs

Casa Viva, ano v, nº 45: Maio de 1978

ÉCLAIRS 

Prepara-se a seguinte massa: 

200 g de farinha extra 
75 g de manteiga 
5 Ovos 
1,25 dl de leite 
1,25 dl de água 

Cobertura: 
1 chávena de icing-sugar 
2 ou 3 colheres de sopa de leite. 

Leva-se ao lume um tacho com a mistura de leite, água e manteiga. 
Logo que comece a ferver, retira-se o tacho da chama e dei-ta-se-lhe toda a farinha, de uma só vez, mexendo muito bem com uma colher de pau. 
Leva-se o tacho novamente ao lume, para a farinha cozer até a massa se despegar facilmente do tacho e conseguir formar-se com ela uma bola. 
Deixa-se a massa arrefecer um pouco, estando morna, acrescenta-se-lhe os ovos, um a um, batendo durante 5 minutos entre cada um dos ovos.
Tendem-se os éclairs através de um saco pasteleiro munido de bico liso, directamente sobre tabuleiros enfarinhados. 
Levam-se ao forno, mais esperto no começo e mais brando no fim, deixando-os ficar bem corados. Depois de frios, dá-se-lhes um golpe, recheiam-se com creme pasteleiro e cobrem-se com cobertura branca. Para a cobertura, misturar e bater durante alguns minutos o açúcar com o leite quente, até ficar em boa consistência de cobrir.

terça-feira, 13 de agosto de 2024

2 Milhões de Visitantes


Segundo o contador de visitantes que acompanha o blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda, hoje chegámos aos 2 Milhões de visitantes. Não é pelo número mas por tudo o que esta página me tem feito.
Obrigado a todos. Continuemos...

Doce de Melão

Jornal das Senhoras, 30 Nov. 1904

Doce de Melão

Para 1 kilo e 250 gramas de melão é necessário 1 kilo de açúcar. 
Tire-se a casca ao melão, pese-se e coza-se. Em estando bem cozido passe-se por uma peneira de seda, deixe-se ficar 24 horas em água e passadas elas ponha-se a massa em um pano e deixe-se escorrer muito bem. Deite-se então num tacho e leve-se ao lume, mexendo sempre, para enxugar. Desfaça-se o açúcar com uma gotinha de água, junte-se com a massa do melão, deixe-se ferver um bocadinho continuando a mexer, e está pronto.
Também se lhe podem deitar gemas de ovos; quando o doce está quase pronto tire-se do lume e deixe-se esfriar um pouco; deitem-se-lhes então as gemas batidas e leve-se de novo ao lume para cozer os ovos. Deste modo fica o doce na consistência de se poder deitar em copos.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Mestre João Ribeiro na Tribuna de Lafões





Duas passagens do grande Chef a que todos apelidam de Mestre João Ribeiro, pelo jornal Tribuna de Lafões, de São Pedro do Sul, concelho de onde era originário. 
Mestre João Ribeiro celebrizou-se pela sua cozinha no restaurante do Hotel Aviz.

Agradeço ao Francisco Almeida Dias o envio destas duas preciosidades.

sábado, 20 de julho de 2024

Atum de Tomatada e Fritada à Brasileira

Casa Viva, ano V, nº 48: Agosto de 1978 


ATUM DE TOMATADA
E
FRITADA À BRASILEIRA

2 latas de atum 
2 cebolas cortadas às rodas 
1/2 kg de tomate maduro 
2 dentes de alho 
1 dl de azeite 
1 folha de louro 
Sal e pimenta q.b. 

Deite num tacho as cebolas, o azeite, o alho e o louro e ponha ao lume. Quando começar a ferver acrescente o tomate, já sem pele nem sementes, cortado em pedaços pequenos.
Quando a cebola e o tomate estiverem cozinhados, mas não muito apurados, junte atum e mantenha ao lume até que o atum fique suficientemente aquecido. 
O atum em tomatada serve-se quente ou frio. Como acompanhamentos, sugiro esparguete (quente) e salada de feijão frade (fria). 
Também pode ser acompanhado por arroz, ou puré de batata ou, ainda, açorda, para quente ou frio.
Como vêem, é uma receita polivalente que muito interessa em campismo. 
Se lhe sobrou um pouco do atum de tomatada ou do bacalhau com refogado, prepare uma fritada à brasileira: 

6 ovos 
8 colheres (de sopa) de leite 
1 colher (de sopa) de farinha 
1 colher (de sopa) de queijo ralado 
1colher (de café) de fermento em pó 
125 g de margarina 
Salsa picada, sal e pimenta q.b 

Bata primeiramente as claras em castelo e junte de seguida os restantes ingredientes pela ordem seguinte: 
Gemas, farinha com o fermento, leite, queijo e por fim o bacalhau ou o atum.
Derreta a margarina numa frigideira alta e espaçosa; quando a margarina fumegar, deite dentro o preparado e logo que a fritada esteja loura volte-a ajudando com um prato ou a tampa de uma panela. É um prato rápido e saboroso que também se pode confeccionar com chouriço, fiambre, presunto, etc.

As mais visitadas são: