quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Feliz Natal com a publicação nº 1000




Feliz Natal para todos os leitores do Blog As Receitas da Avó Helena e da Avó Eduarda. Espero que tenham tido uma noite de Consoada muito feliz e serena, junto de todos aqueles que vos querem bem.

Com esta publicação, o que me deixa muito agradado, comemoramos a publicação número 1000 do Blog. São 1000 entradas, são centenas de receitas, de imagens, de histórias. São, sobretudo, 1000 vezes amor por esta página, que é de todos.

Obrigado a todos, por tudo!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Broas Castelar

Teleculinária, nº Especial Natal - I Ano

Broas Castelar

Para preparar a "batatada": 1/2 [meio] kg de puré de batata doce; 1/2 [meio] kg de açúcar.

Depois das batatas descascadas, ponha-se a cozer em água temperada com sal. Depois de cozidas, escorra-as bem e passe pelo passe-vite. Pese então o meio quilo de puré de batata doce e misture-o numa caçarola com o 1/2 quilo de açúcar e leve a ferver em lume brando, mexendo sempre com uma colher de pau para não pegar ao fundo. Retire do lume e deixe arrefecer; pode mesmo guardar numa vasilha para o dia seguinte.
Além desta preparação, são ainda necessários:

350 g de açúcar; raspa de uma laranja (só o vidrado); 100 g de coco ralado; 3 colheres de pão ralado; 3 ovos; 200 g de farinha de trigo; 200 g de farinha de milho; umas gotas de essência de amêndoa amarga.

Misture a batatada com o açúcar, a raspa da laranja, o coco ralado, o pão ralado e os ovos. Leve ao lume até levantar fervura, mexendo sempre com colher de pau. Misture então as farinhas, ligue muito bem e aromatize com a essência de amêndoas amarga.
Despeje sobre a mesa polvilhada com farinha e deixe arrefecer. Molde depois as broas que se colocam num tabuleiro untado com óleo. Pinte-as com gema de ovo batida e leve a cozer em forno quente, durante cerca de 15 a 20 minutos.

domingo, 15 de dezembro de 2019

Fatias da China

O Confeiteiro Prático Português, de Jeronyma Catharina, Bertrand: 1908, p. 123

Fatias da China

Batem-se 16 gemas de ovos, em estando bem batidas deitam-se numa caixa de lata nova untada com manteiga de porco, e tapa-se de forma que não entre água dentro; enche-se um tacho com água a ferver, pondo-se-lhe 3 pedrinhas ao centro coloca-se a lata em cima de forma que não assente no fundo do tacho, parecendo que tem fervido o tempo preciso para estar cozido, em seguida experimenta-se com um palito, e ficando bem enxuto torna-se o tacho do lume e deixa-me esfriar para se deitar o bolo numa travessa, em seguida corta-se às fatias delgadinhas e deita-se-lhe açúcar em ponto de pastinha por cima; depois, virando-se de um e outro lado, torna-se uma pequena porção de açúcar, queima-se e enfeita-se com ele as as fatias.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Livro: Sacavém, a outra loiça


A loiça que vestiu durante mais de um século os comeres e os beberes das mesas portuguesas tem agora a sua história firmada. Um bela obra sobre a grande Fábrica de Loiça de Sacavém foi recentemente editada pela Câmara Municipal de Loures, Clive e Emma Gilbert e Associação dos Amigos da Loiça de Sacavém.
Não percam.
À venda no Museu da Fábrica de Loiça de Sacavém, em Sacavém, por €25.

Confira aqui o índice da obra:

Licor de Café, Licor de Tangerina e Vinho de Laranja


Licor de Café

Ingredientes: cem gramas de café moído, cem gramas de aguardente, cinquenta gramas de açúcar e dois litros de água.
Prepara-se uma infusão com o café moído, juntando-se-lhe a quantidade de água suficiente até se conseguir dois litros. Seguidamente adiciona-se o açúcar e a aguardente.
Após vinte e quatro horas de repouso, esta bebida doce e tónica pode servir-se.

Licor de Tangerina

Ingredientes: quinhentos gramas de açúcar pilé, cem gramas de casca de tangerinas, um litro de aguardente e uma chávena das de chá de água.
Cortam-se tiras de casca de tangerinas maduras (só a parte amarela), o mais finamente possível. Deitam-se as tiras dentro de um frasco contendo a aguardente, rolhando-se este bem durante trinta dias. Então dissolve-se o açúcar em água levando-se ao lume e deixando-se ferver até formar xarope. Retira-se do fogo. Ainda tépido junta-se o xarope à aguardente com as cascas. Agita-se. Deixa-se em repouso pelo espaço de vinte e quatro horas. Filtra-se e engarrafa-se.

Vinho de Laranjas

Tomam-se laranjas bem maduras; cortam-se aos pedaços e espremem-se sobre um coador que não deixe passar pevides ou películas. 
Ao líquido obtido junta-se açúcar branco na proporção de um quilo para cada cinco litros e um litro e meio de água. Lança-se então a mistura em garrafas que se rolham. Este vinho de laranjas serve-se depois de fermentado.

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Tarte de Queijo [Gruyère]


Tarte de Queijo [Gruyère]

250 de farinha, 1 ovo, 1 pouco de sal, 3 colheres (de sopa) de natas, 150 de margarina. Faz-se uma massa rapidamente com todos estes ingredientes (a margarina é derretida mas não muito quente) e deixa-se repousar 1 hora em lugar fresco.

Recheio: 100 gr. de gruyère em fatias finas repartem-se por cima da massa já na forma. Cobre-se com o seguinte creme: 3 colheres de sopa de farinha, 6 decilitros de leite, 3 ovos, 1 cebola picada e sal. Leva-se ao forno a cozer quase completamente.
Retira-se do forno, coloca-se 8 fatias de queijo como guarnição e leva-se novamente ao forno até as fatias começarem a derreter.

Creme Frito

Cozinha de Lisboa e seu Termo, de Alfredo Saramago. Assírio & Alvim, Lisboa, 2003, p. 298

Creme Frito

Num tacho ponha cem gramas de farinha, cinco ovos inteiros e duas gemas. Junte meio litro de leite e deixe ferver cinco minutos. Depois de pronto deite num tabuleiro de folha e deixe esfriar. Corte em fatias, passe por pão ralado e frite em manteiga.

Benard: um século e meio a adoçar Lisboa; Pastelaria Suiça: Lisboa, 1922-2018



João Bernardo Galvão-Telles conseguiu, num espaço muito curto de meses, apresentar duas obras de enorme mérito sobre dois espaços emblemáticos de sociabilidades de Lisboa: a Pastelaria Benard e a Pastelaria Suiça. Uma em funcionamento, a outra recentemente encerrada. Dois paradigmas turísticos ou a forma como uma, a Benard, lutou e manteve a qualidade, o serviço, a atenção ao cliente - e, por isso, sobrevive - e a outra, a Pastelaria Suiça, desleixou-se, descaracterizou-se, piorou o serviço e a qualidade dos produtos - e, por isso mas não só - fechou e desapareceu.

Se estes dois livros, incríveis no gosto, na atenção aos pormenores, nas imagens seleccionadas, nos textos que nos dão a história destes dois marcos da cidade de Lisboa devem, também, ajudar a que se reflicta - e é urgente fazê-lo - sobre que estabelecimentos comerciais queremos em Lisboa, como se devem comportar, que turismo se pretende alcançar e manter. Porque é mais do que óbvio que estas duas casas tomaram rumos diferentes e, por isso, destinos diferentes.

Só faltou mesmo uma ou outra receita de cada uma das casas para adoçar ainda mais a leitura... 
[aquele Bolo de Chocolate que eu comia na Pastelaria Suiça nos idos anos 80/90!!!!]

Com uma edição de mil exemplares, os dois volumes podem ser adquiridos na Livraria Ferin, na Rua Nova do Almada ou, no caso que lhe diz respeito, na Pastelaria Benard.

No dia 04 de Dezembro, na livraria Bertrand, do Chiado, irá decorrer uma sensação de lançamento do livro "Benard: Um século e meio a adoçar Lisboa", pelas18.30h. Seguramente, a não perder!

De referir que ambas as edições são da LMT [Abreu Loreiro, Correia de Matos, Galvão Teles]: Consultores em História e Património.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Sopa de Cebola


Sopa de Cebola

5 cebolas grandes
3 batatas médias
2 colheres de sopa de margarina
1 colher de sopa de farinha
2,5 dl. de leite
Sal, pimenta, noz moscada, salsa picada

Cortam-se as batatas em cubos e as cebolas em rodelas e levam-se a cozer em pouca água.
Entretanto, à parte, derrete-se 1 colher de sopa de margarina, junta-se a farinha que se deixa ganhar cor, mexendo com uma colher de pau. Depois, mexendo sempre, adiciona-se o leite em fio, até engrossar.
Tempera-se com sal, pimenta e noz moscada.
Quando as batatas ficarem cozidas, passam-se com a varinha e adiciona-se o béchamel.
Rectificam-se os temperos e deita-se a restante margarina.
Deixa-se levantar fervura em lume brando.
Serve-se polvilhada com salsa picada.

Texto publicado no jornal Gazeta da Beira, autoria de Francisco de Almeida Dias

Francisco de Almeida Dias

 

Rubrica Portugal é mátria


A sabedoria de certas árvores antigas enche-me de veneração. Cada um de nós, creio, está ligado às árvores da sua terra, como cada homem se apercebe, um belo dia, de ser o seu próprio pai e o seu próprio avô e que esta é a única imortalidade possível.

A citação é do narrador e autor teatral italiano Ennio Flaiano (1910-1972) e evoca a imagem simbólica da árvore como a da própria imortalidade, na ligação à terra e à família, raiz que se renova a cada geração. Serve-me ela para introduzir duas avós, as de José Daniel Ferreira, autor do blogue “As receitas da avó Helena e da avó Eduarda”

Avó Eduarda

(https://asreceitasdaavohelena.blogspot.com/), que descobri por acaso há pouco mais de um ano, enquanto procurava, na selva informativa da internet, algumas notícias de todo diversas.

Quer fosse por me sentir ligado eu mesmo à memória das minhas avós, ou por reconhecer na arte culinária um veículo privilegiado dos afetos, adentrei-me nessa leitura agradabilíssima e sugestiva e rapidamente concluí que as duas senhoras em causa descendiam de ilustres famílias lafonenses, cruzadas mais do que uma vez entre si. Porque – como escreveu Natália Correia – Portugal é mátria, vamos hoje falar destas duas avós, mães duas vezes.

A Avó Helena chamava-se Maria Helena Rodrigues Teixeira, nasceu a 5 de janeiro de 1924 naquela grande casa onde ainda hoje existe a Farmácia Teixeira, em Santa Cruz da Trapa. Era a terceira filha de Joaquim e Aurora Teixeira e o seu avô paterno era Agostinho Fernandes Teixeira, o iniciador da citada farmácia. Casou em 1944 com Delfim Soares Ferreira Júnior, com quem veio viver para Lisboa, onde o marido era representante de grandes marcas de têxteis, com escritório na Rua da Madalena.

A história desta avó é a mesma de tantas senhoras da sua geração e de muitas gerações antes dela: a dedicação ao marido, ao filho e à família. Foi na vivência dessa autêntica (e religiosa) vocação que se desenvolveu o seu saber culinário, tão apreciado e recordado por todos quantos com ela privaram. Os regressos da capital a Santa Cruz da Trapa eram regulares, nas férias, em épocas festivas ou datas familiares e foram eles ocasião de recolha e laboratório de parte desse receituário com o que nutriu aqueles que amou, contribuindo para se manter viva, de forma indizivelmente afetuosa, nos seus corações.

Avó Helena

Aqui fica uma das receitas trapistas da Avó Helena:

Pudim de Laranja (receita da mãe, D. Aurora Rodrigues Teixeira)
Batem-se 10 ovos inteiros com 450 gr de açúcar e sumo e raspa de 1 laranja. Depois de bem batido leva-se a cozer em banho-maria, em fôrma barrada de açúcar queimado.

A Avó Helena era prima direita do Dr. Manuel Marques Teixeira, nascido também ele em Santa Cruz em 1908 e, no seu tempo, figura de importância nacional; era prima e veio a ser comadre, quando o filho José Manuel casou, em 1970, com Isabel Maria, a filha do antigo Deputado e Governador Civil de Viseu e de Portalegre. O Dr. Marques Teixeira era, portanto, o marido da outra avó homenageada – a Avó Eduarda.

Sobre ela escreveu, no mesmo blogue, José Daniel Ferreira: «A par da inteligência, a “liberdade” foi aquilo que sempre me fascinou na Avó. A liberdade de escolher, de se adaptar, de se atualizar sempre, aceitando sempre, com uma enorme dignidade, cada novo desafio da vida (…) Construiu solidamente a sua biografia pelas ações que praticou. Nunca parou. O futuro, e nunca o passado, foi a sua vida. Olhou o primeiro de frente e do passado queria apenas as histórias, lembranças e recordações do que viveu, mas nunca a ele ficou presa.»

Recordada pelo neto como alguém que “acompanhou, reflexiva e inteligentemente, a modernidade dos tempos”, teve como última das suas muitas leituras o romance Ernestina, de José Rentes de Carvalho – que lhe fora oferecido por ser esse o nome de uma cozinheira que vivera anos em sua casa, estimada como de família. Maria Eduarda de Athayde Sá e Mello Amaral, nascida a 2 de Abril de 1925 em Passos, não se podia dizer, como a Avó Helena, uma grande cozinheira, mas teve o mérito de colecionar e preservar para o futuro muitas receitas da sua casa materna (a bela Quinta de Passos de Carvalhais, comprada pelo pai à família Malafaia). Duas delas foram publicadas por Isabel Silvestre, no seu livro Doçuras, de 2006.

Aqui fica a receita do Bolo de Noz para os leitores da Gazeta se consolarem, agora que o tempo começa a ficar frio e convida a ficar em casa e a partilhar coisas doces, como as memórias das nossas avós…

Bolo de Noz da Quinta da Passos de Carvalhais
Com 250 gr. de açúcar, 250 gr. de nozes raladas, 7 ovos. Bate-se o açúcar com as gemas, juntam-se as nozes e as claras batidas em castelo. Vai ao forno em tabuleiro forrado de papel e bem untado. Pode rechear-se com meio litro de leite, 150 gr. de açúcar, 2 colheres de sopa da farinha Maizena, 175 gr. de manteiga. Com o leite, açúcar e a Maizena faz-se um creme e deixa-se arrefecer completamente; bate-se a manteiga e vai-se juntando o creme às colheres, batendo sempre. Se se preferir, pode rechear-se o bolo com ovos moles.

Texto originalmente publicado no jornal regional de São Pedro do Sul - GAZETA DA BEIRA

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

As Avós e o Blog na Gazeta da Beira


Pela pena de Francisco Almeida Dias sairá na Gazeta da Beira, já amanhã, um belo texto sobre as minhas Avós, inspiradoras do blog que alimento - termo extremamente adequado ao caso - faz já anos: 17 de Março de 2012, mais concretamente.
Obrigado Francisco por este gesto tão bonito e generoso. Espero que gostem. E obrigado a todos os que visitam este espaço.

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Comezainas em Santa Cruz da Trapa - décadas de 1910-1920







Fotos de família encontradas pelas gavetas... 

Bolo de Santo António

O Vinho do Porto na Culinária. Grémio dos Exportadores de Vinho do Porto - 1962

Bolo de Santo António

Bater bem 125 grs. de manteiga com 250 grs. de açúcar. Junte as gemas de 4 ovos, depois as claras em neve e, por fim, 250 grs. de farinha, com uma colher de chá de crescente, 1 cálice de Vinho do Porto e 2 colheres de sopa de cacau ou chocolate. Misturar também bocadinhos de noz, amêndoas, frutas secas, passas, etc. Untar uma forma com manteiga e cozer a fogo brando. Estando meio cozido cobrir com nozes e amêndoas indo depois acabar de cozer.

sábado, 9 de novembro de 2019

Agenda Grandes Armazéns do Chiado 1945 e Rebuçados de Ovos


Há uns tempos adquiri, num leilão, uma agenda dos Grandes Armazéns do Chiado para 1945 repleta de recortes com receitas de culinária, que vão das sopas aos doces, passando pelas carnes e peixes. Além da beleza da capa, o conteúdo é riquíssimo. 

E que tal uns Rebuçados de Ovos para começar?


Rebuçados de Ovos

A 500 g. de açúcar em ponto de espadana, adicionam-se 24 gemas de ovos, fortemente mexidas; espera-se que arrefeça a mistura, e então formam-se com os dedos, pequeninas bolas, que logo se envolvem em açúcar em pó. Prepara-se uma outra calda, com mais 150 g. de açúcar, elevando-se a ponto de rebuçado. Deixa-se esfriar um pouco esta calda. Com uma colher põem-se e tiram-se as bolas já feitas, na calda. colocam-se sobre um mármore, barrado de manteiga fresca e deixam-se secar. Os rebuçados de ovos envolvem-se em papéis de seda, recortados.

Para os diversos Pontos de Açúcar, consulte este link: http://asreceitasdaavohelena.blogspot.com/2018/07/pontos-de-acucar.html

Livro Momentos Doces Com a Castanha de Sernancelhe e Bolo de Castanha da Ester


Das minhas férias outonais pelo Norte do País, lá vim de Sernancelhe com um belo livro em que a Castanha é rainha. 
Lançado em Setembro de 2018 pela Associação Comercial e Industrial de Sernancelhe, com uma tiragem de 500 exemplares, este é um exemplo a seguir por outras associações comerciais ou autarquias que tenham "à mão" algum produto que as distinga das demais regiões e que empreendam, enquanto os saberes não se perdem, uma recolha de receitas entre os habitantes e confeitarias locais, para que os sabores não fiquem apenas uma longínqua memória.
Para quem, como eu, goste de Castanhas, este é um bom livro. 


ACIS. Momentos doces com a castanha de Sernancelhe. Palma Artes Gráficas, Lda. 
Setembro de 2018. p. 18-19

Bolo de Castanha da Ester
 
Ingredientes:

Bolo de Castanha

400g. de puré de castanha
200g. de açúcar
6 ovos inteiros
Canela q.b.
1 colher de sopa de farinha
1 colher de café de fermento em pó

Recheio:

Bata 400 ml de natas
5 colheres de sopa de açúcar
Canela, erva-doce q.b.
500g. de puré de castanha

Coza as castanhas temperadas com sal, canela e erva-doce a gosto. Depois de cozidas, descasque e coloque-as na picadora, reservando meio quilo para caramelizar. Bata os ovos e o açúcar até formar um creme esbranquiçado, junte as castanhas previamente picadas, a canela, a erva-doce, a farinha e o fermento. Coloque numa forma rectangular e coloque a cozer no forno a 180ºC cerca de 30 minutos.

Recheio:

Bata as natas, junte o açúcar e envolva a restante castanha e reserve.

Construção do bolo:

 Use um cortante redondo do tamanho a gosto e corte 8 pedaços iguais. Coloque 4 partes no fundo de um prato, coloque o recheio e nozes laminadas. Ponha a outra parte do bolo e cubra-o. Polvilhe com canela, coloque as castanhas caramelizadas e decore-o a gosto.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Bolo de Neve

Vida mundial ilustrada : semanário gráfico de actualidades 
Ano 4, n.º 180, 26 de Outubro de 1944

250 gramas de manteiga; 2 chávenas de açúcar; 3 chávenas de farinha de trigo: 1 chávena de leite; 3 colheres das de chá de fermento "Royal"; doce de ameixas; 4 ovos; creme de leite.
Batem-se muito bem a manteiga e o açúcar e depois juntar-se os ovos batidos, o fermento "Royal" diluído no leite e a farinha. Mistura-se tudo muito bem, põe-se num tabuleiro untado com manteiga e coze-se em forno regularmente quente.
Depois de cozido, corta-se em três pedaços iguais que se entremeiam com doce de ameixas bem grosso e creme de leite próprio para recheios.
Cobre-se com "glacé" branco e guarnece-se com morangos.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Fortunas e Felicidades

O Confeiteiro Prático Português, de Jeronyma Catharina, Bertrand: 1908

Fortunas e Felicidades

Corta-se em fatias um pão de 500 gramas, torra-se de forma que não fique queimado, corta-se em pequeninos quadradinhos, junta-se 400 gramas de açúcar em ponto de pasta, 60 gramas de manteiga de vaca, 10 gramas de canela moída e leva-se ao lume, ferve até se ver o fundo do tacho, tira-se e deixa-se esfriar e junta-se-lhe 12 gemas de ovos batidos e torna ao lume a ferver um pouco. Deixa-se esfriar e formam-se uns bolinhos redondos ou com o feitio que se queira e rolam-se por açúcar pilé. Não vão ao forno. Depois envolvem-se em bonitos papéis que devem ter uma franja feita no mesmo papel.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Bolo Pio IX

O Confeiteiro Prático Português, de Jeronyma Catharina, Bertrand: 1908. P. 81

Bolo Pio IX

Bate-se 6 gemas de ovos com tanto peso de açúcar como pesarem 4 ovos inteiros com a casca, estando tudo bem batido e quando estiver o bolo para ir para o forno junta-se-lhe 6 claras de ovos batidos até formar castelo e a farinha tanto peso como pesarem 3 ovos inteiros, unta-se bem um tabuleiro de lata, deita-se-lhe o bolo apenas se tira do forno volta-se o que estava de baixo para cima cobre-se o bolo de doce de calda seja que doce for, enrola-se ata-se uma fita de um lado, outra do outro cobre-se de açúcar pilé, não torna ao forno.


Pio IX
Papa italiano, esteve à frente da Igreja Católica entre 16 de junho de 1846 e 7 de fevereiro de 1878 (data de óbito), um período de "ferro" no mundo e principalmente na Cristandade, cada vez mais abalada pelas críticas do modernismo e pelo avanço do laicismo, a par das doutrinas e ideologias socialistas e dos movimentos sociais e políticos delas decorrentes.
Chamava-se Giovanni Maria dei conti Mastai Ferretti, nascido em Senigallia, junto a Ancona (Itália), a 13 de maio de 1792, profética data mariana face ao seu pontificado todo ele também orientado para Maria e pleno de proféticas denúncias e escritos. Foi contemporâneo de figuras como Proudhon, Marx, Engels, Comte, Nietzsche, Darwin, Mettternich, Cavour, Bismarck e Napoleão III, entre outros, o que reforça a ideia de tensão e lutas que no seu pontificado se registaram e em que Roma teve um papel ativo.
Ordenado sacerdote em abril de 1819, G. Mastai iniciou uma carreira diplomática ao serviço da Santa Sé em 1823, em países hispano-americanos. Arcebispo de Spoleto em 1827, de Imola em 1832, recebeu a púrpura cardinalícia em 1840, sendo elevado ao pontificado seis anos depois, depois de quatro escrutínios, com 36 votos dos 50 cardeais em conclave. Tinha então 54 anos.
Iniciou o seu pontificado logo com a redação de uma encíclica, Qui pluribus, em que denunciava o comunismo como contra o direito natural: curiosamente, dois anos depois, surgia o Manifesto do Partido Comunista, de Marx e Engels. Entre 1846 e 1848 empreendeu grandes reformas nos Estados Pontifícios, principalmente em Roma, onde empreende obras públicas e alterações administrativas. Nesse ano de 1848 manifestou-se também contra a guerra à Áustria, no que se distanciou da linha da sua família, começando então as dificuldades do seu magistério pontifício, que tiveram logo como efeito o seu exílio em Gaeta até 1850.
A sua primeira grande iniciativa doutrinal ocorreu a 8 de dezembro de 1854, quando proclamou a definição do dogma da Imaculada Conceição. A partir de 1860, iniciou-se a redução progressiva dos territórios dos Estados Pontifícios, sem que Pio IX pudesse contrariar. Todavia, doutrinalmente era cada vez mais ativo e determinante, definindo conceptual e ideologicamente a figura moderna do Sumo Pontífice. Assim, em 1864, condena abertamente o liberalismo ou a "moderna civilização", como referiu na encíclica para tal lavrada, Quanta cura, à qual anexou um compêndio de erros deduzidos à ideologia liberal, o Syllabus. A doutrina da Igreja ficava assim incompatibilizada com o liberalismo e o modernismo e todas as correntes políticas derivantes. De recordar que desde 1 de julho de 1861 a Santa Sé tinha um órgão oficial de informação, que ainda hoje existe, o Osservatore Romano.
A 8 de dezembro de 1869 abria os trabalhos do Concílio Vaticano I, que apenas se concluiria em julho do ano seguinte, ano em que o papa se enclausurou voluntariamente no Vaticano, em resposta à tomada de Roma pelas tropas da Unificação de Itália. Os Estados Pontifícios ficavam a partir de então resumidos ao Vaticano, como ainda hoje. Daquele concílio registe-se um outro instrumento de afirmação do poder papal, o do magistério infalível, ou Infalibilidade. Pio IX foi ainda promotor de diversas expressões cultuais modernas, como a do sagrado Coração de Jesus (1875). Noutro domínio eclesiástico, foi também Pio IX decisivo: o da restauração e renovação das ordens religiosas, como os Jesuítas, que em 1846 eram cerca de 4500 e em 1878, ano da sua morte, mais de 11 500. Grande foi também o impulso às Missões ultramarinas e expansão da Igreja no mundo (criou 206 novas dioceses).
Concluindo, Pio IX foi pois o papa do reforço da autoridade moral e espiritual dos pontífices, agora que o seu poder temporal fora reduzido pela unificação italiana; da moralização e formação da nova imagem dos clérigos e bispos; da universalização da Igreja; do estímulo às devoções; da unidade dos católicos em torno do papa. A 3 de setembro de 2000 foi beatificado pelo papa João Paulo II.
Fonte: Infopédia

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Cozinhados Indianos e um Pudim


No outro dia, num leilão, adquiri um volume muito intrigante e invulgar. Invulgar pelas receitas, pela temática e pela falta de informação que possuo sobre ele. 

É um livro impresso intitulado Cozinhádos [no original] Indianos, assinado no prólogo por M. L. G. e M. Sem data, sem editora, sem local. A data, nem desconfio. Pode ser ainda do séc. XIX, finais, pela forma de grafia de algumas palavras, mas tenho as maiores reservas. Quanto à editora desconfio que seja "edição de autor" e o local arriscaria Índia Portuguesa, quase sem sombra de dúvida.

O prólogo pouco adianta... interessante o uso inglês de recipes em vez do termo receitas e, confusão das confusões, o tipo de medidas usadas: seira, canada, arratel, entre outras que se calhar ainda não apanhei. Irá sempre obrigar a alguma pesquisa para reconversão dos valores... ah! medidas essas que variam consoante a proveniência da receita - uma medida de (Goa) farinha de trigo - é um dos exemplos. Resumindo: deixo esse trabalho convosco e à forte vontade, ou não, de fazerem determinada receita.

O livro inicia-se logo pelo melhor, ou seja, pelos Doces. São 70 páginas dos mais variados doces, incluindo a tradicional Bebinca de Sete Folhas - três receitas diferentes - ou Bebinca de Leite. Aliás, é muito comum uma receita ter não uma mas duas, três e até quatro versões. Muitas receitas são, sem dúvida, portuguesas e não indianas, como sejam Bolo Esponja, Massapão, Manjar Branco, entre outras. As Recipes para certas iguarias, conservas ácidos, picantes e adubos, a segunda parte do livro, ocupam apenas cerca de trinta páginas. No fim, um pequeno apêndice com certos nomes e condimentos referidos neste livrinho e os seus synonimos em inglês e indiano.

Um coisa é certa: o português e a sua correcta conjugação não são um primor neste livro... poucos estudos? Escola local? Tantas e tantas interrogações que eu adoraria que fossem respondidas.

Se alguém tiver alguma informação mais sobre este livro, informe-me.

Segue aqui a primeira receita do livro... um pudim.


Pudim

Doses; Uma seira de leite; um pão tirado a côdea; um quarto d'arratel de amêndoas tosquiadas; dois copos de manteiga fresca; oito ovos, com claras e gemas; pouco pó de noz-moscada; pouco de água rosada, e açúcar quanto for suficiente para se adoçar

Processo: Ponha o leite a cozer até que fique pouco engrossado, e tirando do fogo, e frio, ponha o pão a molhar nele, e depois, amassado com ovos bem batidos, manteiga, açúcar, amêndoas, passas, pó de noz, e água rosada, ponha numa vasilha untada de manteiga e mande ao forno para se assar; ou pode também cozer no bafo de água atando numa toalha.

__//__

Relativamente à seira, depois de muito pesquisar na internet, encontrei esta informação que vos deixo e que em muito pouco me ajudou. Consulte também o separador "Equivalências Pesos e Medidas" aqui no blog. Procure-o na barra do lado direito do ecran.





Esta informação foi retirada do livro:

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Pudimzinhos Bretões

Phulano DE THAL: Cozinha Francesa. Livraria Clássica Editora, Lisboa - [1931]. pág.615

Pudimzinhos Bretões
(Flans bretons)

Provisões: 125 gramas de açúcar em pó, quatro ovos, 200 gramas de farinha peneirada, um litro de leite, 100 gramas de passas de Alicante, uma pitada de sal, uma colher para café de água de flor de laranjeira.
Operações: Trabalhar com o batedor de arame numa terrina o açúcar e os ovos, acrescentar, remexendo sempre, a farinha e o sal. Acrescentar todo o leite a pouco e pouco e aromatizar com a água de flor de laranjeira.
Deitar esta espécie de creme, que deve ficar bem lisa e sem grumos, numa forma bem untada de manteiga e polvilhada de farinha e metê-la no forno. Logo que a superfície do creme começar a tomar cor, introduzir nele, sem porém ir até ao fundo, as passas de Alicante, a que se tiraram as grainhas. Levar novamente as formas ao forno e continuar a cozedura a calor moderado, durante mais trinta a trinta e cinco minutos. Deixar arrefecer um pouco antes de desenformar. Quando os pudimzinhos estiverem frios polvilhá-los abundantemente com açúcar abaunilhado.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Bolo de Água - Fotoreportagem

Batem-se 4 gemas com 3 chávenas de açúcar
junta-se lentamente 1 chávena de água, batendo bem
mistura-se a raspa de 1 limão
acrescenta-se, devagar, 3 chávenas de farinha
e, por fim, as claras em castelo.
Unta-se a forma com manteiga [eu acrescentei o pão ralado para criar crosta]
E vai ao fogão em lume fraco, para quem tenha este
tipo de forma-assadeira. De outro modo, vai ao forno em lume médio.











Forma-Assadeira que a receita original refere
e que se utiliza nos bicos de um fogão
E ficou assim, super alto e muito fofo.
Cresceu demasiado, até à tampa, daí não ter ficado propriamente bonito.
Talvez não devesse ter acrescentado o fermento.
Um óptimo Bolo de Água para acompanhar um chá. Fica surpreendentemente fofo e alto, com o ligeiro toque a limão. Muito agradável e muito simples de se confeccionar. Experimente.

Veja a receita original AQUI

As mais visitadas são: