terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Suspiros à Hermínia Silva - in memoriam a Luciano Cavaco

Guia da Doceira em sua casa dedicado aos Artistas do Teatro Português,
de Maria Margarida (pseud. Bernardino Alves Lopes ?), [1934], Cartaxo, Tip. Treze, pág.65

Suspiros à Hermínia Silva

Batem-se 6 claras com 750 grs. de açúcar até ficarem em espuma; junte-lhe o suco da casca de um limão grande e uma pitada de canela em pó.
Ponha num tabuleiro uma folha de papel almaço, deixe pingar a massa, aos poucos, leve ao forno moderado, recorte o papel e sirva.
In memoriam: Luciano Cavaco (5 de Julho de 1976 - 31 de Janeiro de 2017) 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A Arte de Bem Comer... de tudo um pouco!

Portugal Feminino, Nº 39 - Abril de 1933

Farófias (receita da Avó Eduarda)

 
 
FARÓFIAS

(Para 10 ou 12 pessoas)

8 claras
4 gemas
1 l. de leite
200 grs. de açúcar
1 casca de limão
1 colher de sobremesa de maizena
1 colher de café de sal
Canela

Vai o leite ao lume com a casca de limão e 50 grs. de açúcar.
Enquanto o leite não ferve, batem-se as claras em castelo. Junta-se às claras o sal, o restante açúcar e continua a bater-se até ficarem firmes.
Deitam-se no leite, quando começa a borbulhar, colheradas de claras e deixa-se cozer, virando-as com cuidado. Retiram-se com o auxílio duma escumadeira e deixam-se escorrer num passador. Repete-se a operação até acabarem as claras. 
Dissolve-se a maizena num pouco de água e juntam-se as gemas. Retira-se o tacho do lume, deixa-se arrefecer e mistura-se a maizena e as gemas. Vai ao lume para cozer. 
Põe-se as farófias numa travessa e cobrem-se completamente com o creme. Polvilha-se com canela e serve-se frio.

Existe outra receita de Farófias, da autoria de Bento da Maia, AQUI.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Folar de Vouzela

Carta Gastronómica da Região de Lafões. 2016. pág. 153 - Fotografia Homem Cardoso

Folar de Vouzela

1 kg. de farinha, 200 grs. de açúcar, 60 grs. de fermento de padeiro, 8 ovos e manteiga.

Coloca-se a farinha em cima de uma mesa e abre-se um buraco no meio, onde se juntam a manteiga, o açúcar e os ovos inteiros e, ainda, o fermento, que se ligam à massa, mas sem que esta fique muito dura. Fica a levedar duas horas.
Depois de a massa ter repousado, estendem-se os folares com o peso que se desejar (0,5 kg. ou 1 kg.). No meio da massa espalham-se montinhos de açúcar e manteiga, enrola-se e faz-se uma ferradura.
Descansa novamente uma hora e vai ao forno.

Da Páscoa

Jornal Expresso, 02 de Abril de 1999

Jornal Expresso, 02 de Abril de 1999

Obrigado Helena N.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Bolo de Ananás

 

Bolo de Ananás

250 de manteiga sem sal, 250 de palitos "la reine", meio ananás, 4 ovos e 4 colheres de sopa de açúcar.
Forra-se uma forma com uma camada de palitos, deita-se-lhe por cima sumo de ananás, uma camada de ananás, outra de creme que se faz juntando o açúcar com a manteiga, depois as gemas e por fim as claras em castelo.
Vão-se pondo assim camadas sucessivas, acabando em palitos. Deixa-se gelar de um dia para o outro. O resto do creme deita-se em cima, depois de desenformado e polvilha-se com amêndoa ralada e torrada.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Bola de Chouriça (Tia Júlia) - Fotoreportagem

Bate-se 1/2 [meia] chávena de chá de azeite com os 4 ovos;

depois junta-se 1 colher de sopa de manteiga derretida,

1 chávena de chá de leite,

2 chávenas de chá de farinha com 2 colheres de chá de fermento

por fim a chouriça que é misturada na massa
[eu usei fiambre, paio york, chourição e chouriço triturado q.b.
com um pouco de queijo]

A forma em que vai ao forno é untada com manteiga e polvilhada de farinha.
E pronto. Uma óptima e saborosa Bola de Chouriça (receita da minha Tia Júlia), ideal para aquele lanche ou pic-nic ou simplesmente disfrutar de um "sabor antigo, de outros tempos". É sucesso garantido.

Experimente e diga-me de sua justiça. Partilhe connosco as suas experiências.

Veja a receita original AQUI

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Cura das Constipações

Jornal A Mulher, Nº 4 - 1º Ano - 1883 - pág. 25

Cura das Constipações


No primeiro período, quando apenas se sentem as securas das narinas, é excelente respirar o vapor que sai de um alguidar cheio de cozimento de altheia bem quente e tomar um banho aos pés com 100 gramas de carbonato de soda.
Quando a secreção nasal se torna abundante, dá magnifico resultado tomar algumas pitadas do seguinte pó: - sub nitrato de bismutho 4 gramas; tanino 0,24.
Se os lábios se inflamam e gretam, é conveniente untá-los com a seguinte pomada:
Óleo de amêndoas 4 gramas, cera branca 2, óxido de zinco 0,20. Funda-se esta mistura num cartão e agite-se com um palito.

Pão e Livros Sobre a Mesa


Um apontamento jornalístico sobre uma exposição de livros de culinária em Pampilhosa, retirado do Jornal da Mealhada, nº 40, de 15 de Julho de 1989, pág, 9. Vale a pena a sua leitura.
Obrigado C. Emanuel pelo envio.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Menú para o Dia de Reis, proposto por Alda de Azevedo em Cozinheira Ideal

Alda de Azevedo, Cozinheira Ideal, Livraria e Editora Civilização, 3ª Edição, 1943, 
pág. 38 (Menú de 06 de Janeiro)
 
ALMOÇO
 
Pastéis de Ameijoa em Massa Tenra
 
Cozem-se as ameijoas, escorrem-se e tiram-se da casca. Pisam-se, num almofariz, duas terças partes das ameijoas, com uma boa porção de manteiga, e passam-se por peneiro fino.
Junta-se metade do seu volume de gemas cozidas, também passadas por peneiro, o resto das ameijoas inteiras, pimenta e um pouco de sumo de limão.
Com este recheio se enchem bocadinhos de massa tenra (ver receita) bem estendida, cortam-se os pastéis e fritam-se em azeite fervente, em vasilha funda, de modo a ficarem completamente cobertos pelo azeite.
 
Bifes de Cebolada
 
Cortam-se bifes altos e pequenos, batem-se, temperam-se com sal, pimenta, um decilitro de vinho branco e alho esmagado, deixando-se neste tempero, por espaço de duas horas.
Numa caçarola, deita-se um bom pedaço de manteiga, rodas de cebola, os bifes e um ramo de salsa. Tapa-se, deixa-se cozer e apurar bem. Serve-se com puré de batata.
              Puré de Batata - Coze-se, a vapor de água, um quilo de batatas, descascadas, e deitam-se-lhe em cima 20 gramas de sal refinado.
       Estando cozidas, passam-se por peneiro fino, juntam-se-lhe 60 grs. de manteiga bem fresca, dois decilitros de leite e pimenta. Mexe-se fortemente, com vara metálica, até ficar fofo e homogéneo, e serve-se bem quente. 
 
JANTAR
 
 Sopa de Carne

Põem-se ao lume, com água e sal, 500 grs. de carne, um quilo de ossos, uma cebola e deixa-se ferver.
Escuma-se, passa-se o caldo por um passador, volta novamente ao lume e deita-se-lhe bocadinhos de batatas, cenouras e nabos, aos quartos.
Deixa-se ferver bem e serve-se.

Lulas de Caldeirada

Amanham-se as lulas, rompendo a cartilagem, arrancando toda a parte óssea, lavando e tirando a pele rósea, para que as lulas fiquem muito brancas.
Faz-se um refogado de azeite, cebola picadinha, salsa e tomate aos bocados. Depois de bem apurado, passa-se o refogado pelo passador e, neste molho, que deve ficar um pouco espesso, deitam-se-lhe as lulas cortadas, pimenta, e deixa-se cozer e apurar, conservando a caçarola sempre tapada.
Não se deve deitar água.

Macarrão à Italiana, Gratinado

Cozem-se 250 grs. de macarrão em água quase a ferver e sal, de modo a não ficar o macarrão a desfazer-se. Deve ficar inteiro.
Escorre-se da água onde se cozeu, liga-se com molho bechamel, um pouco espesso, deixa-se estar assim, durante uns minutos, tempera-se com pimenta e, na ocasião de servir, deita-se 100 grs. de queijo gruyère, ralado, ou 60 grs. de queijo parmesão.
Põe-se num prato de ir ao forno, com uma camada de queijo e de pão ralados, deixando-se gratinar em forno quente.
 
Bolo da Frigideira
 
 Um copo de farinha, um ovo inteiro, uma ou duas colheres de aguardente ou rum, uma pitada de sal, tudo muito bem misturado.
Deita-se a mistura na frigideira bem quente, com um bom pedaço de manteiga derretida. Deixa-se cozer dos dois lados, até ficar um creme espesso e um pouco húmido na parte interna, e serve-se.
 
O BLOG DAS RECEITAS DA AVÓ HELENA E DA AVÓ EDUARDA DESEJA A TODOS OS AMIGOS, LEITORES E ACOMPANHANTES DESTA AVENTURA, UM DIA DE REIS MUITO FELIZ.
 
 Adoração dos Magos, por Vasco Fernandes (Grão Vasco)
Museu Nacional de Grão Vasco - Viseu
 
Painel do antigo retábulo da capela-mor da Sé de Viseu (1501-1506). À representação tradicional do tema da Adoração dos Reis Magos, acresce neste painel a presença de um índio brasileiro na figura do rei mago negro, Baltazar. Trata-se, com efeito, da primeira representação do índio na arte ocidental, decorrido que era um ou dois anos do "achamento" do Brasil. Situado no centro da composição, Baltazar ostenta um traje onde se misturam influências europeias tradicionais - a camisa e os calções - com a novidade exótica de um toucado de penas, bem como inúmeros colares de contas coloridas, grossas manilhas de ouro nos pulsos e tornozelos, brincos de coral branco, remate de penas idênticas às do toucado, no decote e na franja do corpete, e uma flecha tupinambá com o seu longo cabo. Segura igualmente uma taça feita de nós de coco montada em prata, o que reforça ainda o seu carácter exótico. A sua inserção num contexto religioso tão importante como é o da Adoração dos Reis Magos pressupõe, fundamentalmente, a ideia da cristianização do continente recém-descoberto, de acordo com as sugestões da carta de Pêro Vaz de Caminha, onde se relata o primitivismo social dos seus habitantes e a sua disponibilidade ética para a mensagem cristã. Saliente-se, ainda, o facto de o Menino segurar na mão esquerda uma moeda de ouro, numa sugestão ao secular desejo de riqueza associada aos Descobrimentos Portugueses. Integrado na segunda fiada do retábulo, este painel denuncia um investimento no realismo minucioso dos pormenores bem ao modo flamengo. Veja-se a textura do brocado ricamente adornado do Rei Mago de joelhos, em primeiro plano, o brilho dos metais, o rigor descritivo da cabana, onde figuram, para além dos animais tradicionais, um vaso de barro e uma vela acesa, ou o tratamento da paisagem arquitectónica do fundo.
Fonte: MatrizNet 

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