quinta-feira, 26 de maio de 2016

A Rã, por Bento da Maia

Uma vez que publiquei uma receita de Caldo de Rãs, resolvi espreitar se o Bento da Maia, no seu Tratado Completo de Cozinha e de Copa, tinha alguma referência a pratos de Rã. E não é que tem... pelo menos três: Rãs à Franganita, Rãs Fritas e Rãs Guisadas com Vinho Branco. 
Mas genial, genial, é o texto de apresentação às Rãs. Bento da Maia nem se atreve - diz que não tem ensejo - a experimentar cozinhá-las, quanto mais prová-las. Literalmente, deixa esta ousadia radical para quem possa e queira. Ora veja: 

Carlos Bento da Maia, Tratado Completo de Cozinha e de Copa,
 edição de 1904, pág.385
 
 
 
A rã ordinária, representada na nossa gravura, tem cabeça triangular achatada de largura igual ao comprimento. As patas traseiras têm seis dedos ligados por membranas, como os dos palmipedes; as da frente têm quatro dedos separados.
O dorso da rã é geralmente de um verde escuro, tendo três linhas longitudinais, que destacam por claro. As faces inferiores são geralmente claras. Em Portugal, não se encontram, com[o] em França, rãs nos mercados, mas quem viver em propriedades rústicas onde haja charcos, pode obtê-las com relativa facilidade. Ainda não tivemos ensejo de comer rãs, as receitas que apresentamos são de origem francesas, mas afigura-se-nos, que as rãs, depois de cozidas em vinho branco, dariam um agradável prato de maionese.
Deixamos apontada a ideia, para que, quem possa e queira, a ponha em execução.
 
Eu dispenso... e vocês? (Pergunto eu.)  

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